Capítulo 4

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*Na mídia temos a Christina Grimmie que "interpreta" Charlotte no nosso livro. Christina era uma cantora linda, talentosa e carismática que infelizmente não está mais entre nós, mas que estará sempre em nossos corações <3 Perdoem a demora para postar, estava em semana de provas XD*

~❤~

— Você é a escolhida, Emma. Filha de Estela, Deusa das Estrelas, a Rainha. — Disse-me Max calmamente.

— Eu, a escolhida? Não pode ser. — Respondi esperando que todos dessem risada e viesse algum cara com uma câmera na mão e dissesse: "Você participou de tal pegadinha". Mas nem tudo que queremos acontece, não é?

— Bom, eu sei que é muito para digerir de uma vez só. Vá descansar e depois conversamos. Você pode ficar no quarto da Chloe, certo, Chloe?

— É claro, sem problemas. — Respondeu Chloe abrindo um sorriso enorme. Sem me deixar responder, ela me puxou pela mão me levando porta afora.

~❤~

Acordei com a barriga roncando, sentei-me e olhei em volta. As paredes eram de um cinza quase branco, havia duas camas — Uma delas com espelho. O lugar era bem úmido, isso era notável pelo jeito que água escorria do teto, causando manchas nas paredes.

Onde eu estou?! — Pensei, com as memórias voltando aos poucos à minha mente.

Ah sim! Eu achei que era tudo um sonho.

Mas não.

Bom, o que eu podia fazer no momento era satisfazer minha barriga. Fui em direção à porta para tentar sair daquela caverna.

Cheguei a um lugar com vários corredores que eu me lembrava vagamente. A verdade é que quando a Chloe me direcionou em direção ao quarto, eu estava tão incrivelmente cansada e por isso não pude prestar atenção no caminho.

Depois de andar muito tempo, finalmente achei a saída.

Fui parar em um lugar espécie uma praça, o mesmo que eu fui quando cheguei neste lugar.

Olhei para os lados e avistei Chloe conversando com uma menina. Chloe tinha um arco nas costas e flechas na mão e a menina tinha uma catana. Será que estava tendo uma guerra ou algo assim?

Andei em direção a elas mesmo assim. Comer era mais importante do que qualquer coisa naquele momento, minha barriga já estava quase conversando com as pessoas à minha volta.

— Chloe? — Chamei.

Ela virou em minha direção com um sorriso animado nos lábios.

— Emma. — Disse dando um gritinho histérico, me envolvendo em seus finos braços dando-me um abraço. Eu tinha visto ela algumas horas atrás, achei tudo meio exagerado. — Charlotte, essa é a menina de quem eu te falei, a Emma.

A menina que até agora tinha uma postura séria, abriu um sorrisinho amigável e disse:

— A escolhida. Finalmente a maldição acabará. Muito prazer em te conhecer, esperamos por você por muito tempo. — Ela me estendeu a mão e eu a apertei à contra gosto. Quantas pessoas já sabiam sobre mim?

— Chloe eu queria falar com você. Sabe, é melhor mantermos esse negócio de A escolhida e blá blá em sigilo por enquanto, tudo bem? Você não contou para muitas pessoas, não é? — Perguntei de mau humor, estava com fome e ninguém merece!

— Ah, claro que não contei! Só para a Charlotte, ela é de confiança então tudo bem. — Respondeu a mesma um pouco sem graça, provavelmente pelo tom que eu usei.

— Acho que tudo bem, não queremos que Bran sei lá das quantas descubra...  — Falei.

— Grangover! — Gritaram as duas em uníssono atraindo a atenção de algumas pessoas que estavam passando por ali.

— Que seja. Eu só tô morrendo de fome. Aqui tem comida, não é? — Perguntei desesperada.

— É claro, como você acha que a gente vive?! — Respondeu Chloe como se aquilo fosse óbvio. Pensando por esse lado, quando eu cheguei eu senti cheiro de comida, mas depois disso aconteceram tantas coisas. Achei que talvez eles não comessem por serem... O que eles eram mesmo? Mas espera aí, eu, realmente, estava acreditando naquelas baboseiras? Sinceramente, eu não sabia o que pensar, eu sempre tive meus pés no chão, e, de repente, vou parar em um mundo completamente novo. Isso era muito confuso.

Despertei dos meus devaneios com a Charlotte me chamando.

— O quê? — Perguntei confusa.

Ela apontou para um lugar à minha frente e vi que Chloe já estava quase chegando ao local que eu tinha visto assim que cheguei aqui, aquele com o aroma delicioso de comida.

— Você vem? — Ela perguntou com um sorriso contido.

— Sim — Respondi.

Entrei no lugar um pouco acanhada.

Logo quando cheguei pude ver uma senhora robusta em torno de cinquenta anos, ela limpava o balcão com um sorriso nos lábios, quando nos notou.

— Chloe! Charlotte! — Ela exclamou animada atraindo a atenção das meninas, elas andaram até a bancada e eu as segui. A mulher deixou o pano de lado se curvando sobre a bancada e apoiando a mão no queixo confortavelmente.  — Como vocês estão hoje, meninas? — Ela perguntou com ar materno.

— Bem! — Responderam em uníssono com sorrisos no rosto.

— Ótimo... — Ela ia dizendo, mas parou quando finalmente me notou. — Quem é essa mocinha? Eu nunca a vi por aqui. — Ela me ofereceu um sorriso acolhedor.

— Ah, essa é a Emma... — Chloe respondeu, mas parecia não saber o que dizer em seguida. Charlotte pegou a frente da palavra.

— Na verdade, poucas pessoas a conhecem. Ela tem fobia social, não gosta de lugares com muitas pessoas. Só segue a rotina de treino, quarto, treino, quarto...

— A senhora deve imaginar como é!  — Chloe deu ênfase àquela mentira.

— Oh, sim, eu já conheci pessoas assim. — Ela pareceu melancólica por alguns milésimos, mas logo voltou a sorrir. — Então, o que te traz aqui, querida? — Perguntou se dirigindo a mim.

— Bem... As meninas estão me ajudando com esse processo social. Sabe, não é bom ficar trancada no quarto por anos. — Dei um sorriso amarelo. Eu era uma péssima mentirosa!

— Você faz muito bem! Então, o que vocês vão querer? — Perguntou ela.

Chloe começou a fazer o pedido por todas nós, enquanto eu e Charlotte fomos procurar uma mesa para nos sentarmos.

As mesas eram bem fofas, todas de madeira no formato redondo. Acompanhavam delicadas cadeiras do mesmo material.

Finalmente, sentamos no canto perto da vidraça.

Chloe logo veio se juntar a nós.

— Vocês acham que todo mundo vai cair nessa história de fobia social? Uma hora ou outra, vão perceber que algo está estranho e me apedrejar na praça. — Eu disse nervosa enquanto roía a unha.

Elas deram uma risadinha.

— Bem, eu acho melhor que você não se exponha tanto, por enquanto. Depois procuramos uma solução... — Charlotte foi interrompida pela senhora trazendo nosso pedido.

— Uma porção de bife e fritas no capricho. — Ela tinha um sorriso animado. — Foi um prazer lhe conhecer, querida. — Disse para mim.

— Igualmente. — Retribuí com um sorriso.

Ela se retirou cantarolando.

— Ela é a Sheila, é uma mãezona para todos nós. Ela não tem filhos, então, somos meio que suas crianças. Acho que ela não desconfia de nada, vamos dar um passo de cada vez. — Chloe disse otimista.

— Você está certa. — Respondi.

E o primeiro passo seria comer aquela comida que cheirava maravilhosamente bem.

~~to be continued

No abismo da loucura (Reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora