Férias (Nada) Normais

Capítulo Bônus- Olivia

Narrado por Olivia.

Me arrependi amargamente de ter vindo para este lugar, e ainda mais por ter convidado meus amigos. Por muitos dias me culpei pela morte da minha prima e das outras pessoas, até perceber que não era culpa minha, pois já vim passar férias aqui com a minha família várias vezes e nunca tinha acontecido algo parecido.

Mudando de assunto... Luke, Candice e eu somos amigos deste que nos entendemos por gente, mas a quase 7 meses o sentimento de amizade que o Luke sentia pela Candy foi crescendo. Só ela quem ainda não percebeu isso.

Há alguns dias já tinha notado que Candice estava estranha. Tudo aqui estava estranho, eu sei; mas sentia que tinha alguma coisa acontecendo e ela não queria me contar. E mesmo desconfiada resolvi deixar quieto.

Ao acordar numa noite pela madrugada e não vê-la na cama me levanto e vou procurá-la pela casa e mesmo procurando em cada canto não a vejo em nenhuma parte. E isso não pude ignorar, nem mesmo se eu quisesse. Então me sentei no sofá da sala e fiquei esperando-a. Já não era mais o sono que me dominava, mas sim a preocupação. Às vezes me levantava do sofá e ficava caminhando para lá e para cá, e já cansada de fazer isso durante longos minutos que mais pareciam horas me sento novamente no sofá.

Depois de algum tempo ouvi o ruído da porta se abrindo e em seguida se fechando, me levantei no mesmo momento, cruzei os braços e ergui uma sobrancelha.

--O que a senhorita estava fazendo uma hora dessas e ainda fora de casa? -- perguntei totalmente séria.

--Eu estava...passeando.

Ah tá, como se eu caísse nessa.

--Passeando ou procurando alguma coisa? -- perguntei ainda com a mesma expressão no rosto.

--Só passeando. -- ela respondeu.

Como se eu fosse uma recém-nascida para acreditar nisso.

--Passeando pela floresta uma hora dessas, jura?

Ela não teve outra saída a não ser confessar, mas ao ouvir que ela foi procurar um dos assassinos fiquei totalmente chocada.

--O que voc...? Você está doida?

--Olivia, é...você se lembra da flecha, do tiro e daquela manhã que Jay e eu fomos procurar frutas na floresta?

--Lembro, mas o quê isso tem haver? -- perguntei mais confusa ainda.

--Quem jogou a tábua que me protegeu foi ele, quem colocou aquele bilhete e aquela flor no quarto foi ele, e ele me protegeu do próprio irmão. -- disse ela devagar, talvez para que eu não me engasgasse ao digerir tudo aquilo, mas o que aconteceu foi minha mente virar um furacão, ainda mais confusa do que já estava.

--E por que ele iria te salvar?

--É isso que eu estava e ainda estou tentando descobrir, mas ele disse que é porque eu tenho alguma coisa de diferente e que admira muito alguém que tem essa qualidade.

--Mas isso não é o suficiente...

--Eu sei, eu sei. Até hoje eu também não entendi direito -- disse ela e ficamos em silêncio durante alguns segundos, o que me fez perceber uma coisa...

--Espera, você disse que os dois são irmãos? -- perguntei.

--Sim.

--Uau, já deve fazer um bom tempo que vocês conversam.