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"Estou gostando desse jeito fofo seu." Admito ao menino alto na minha frente. "Mas não vou te beijar mais hoje."

"Por quê não?" Parece indignado. "Não fazemos isso à meses, Mila."

"Porque eu ainda estou com Dacre! Sei que acha que dar um tempo é terminar, mas eu preciso esclarecer as coisas com ele."

Ele revira os olhos. "Odeio como sempre faz a coisa certa. Só demos dois selinhos, se vai contar para ele pode contar se dermos um beijo de língua."

Dou um empurrãozinho nele e rio, então ele me abraça com força e eu escorrego com meu salto, o que faz com que a gente caia no chão. Começamos a rir, mas as pessoas da festa parecem desprezar a gente. Fazer o quê, não é?

"Camila." Olho para cima e vejo minha mãe com os braços cruzados, irritada. "Vamos embora."

"O quê?"

"Vamos embora." Ela estende a mão para mim. Parece irritada com outra coisa, não por eu ter caído no chão. "Harry, levante-se."

"Aconteceu alguma coisa?" Pergunto, preocupada, enquanto minha mãe anda até  meu irmão, Louis, e manda ele acompanhá-la.

Minha mãe anda o mais rápido possível — considerando que está de salto alto, e chega no carro. "Vamos logo!"

"Está tudo bem?" Louis está tão perdido quanto eu e Harry. Me sento no banco de trás com o moreno de olhos verdes e minha mãe acelera para fora da festa. "Mãe."

"Roward é um idiota." Ela grita, furiosa. O que meu padrasto fez agora? "Harry, vou te levar para sua casa. Desculpa por estar aqui me ouvindo gritar."

"Está tudo bem." Ele diz com sinceridade e eu sorrio para ele, que estica a mão pra mim e cruza nossos dedos.

"Mãe, explica o que houve." Peço, confusa e preocupada.

"Eu não quero falar sobre isso."

"Mas-" Tento continuar.

"Não vou falar sobre o assunto, Camila Cromwell!" Ela berra e eu abaixo os olhos. Harry fica mais perto de mim e aperta nossas mãos.

"Quer que eu dirija, Srta. Cromwell? Talvez seja melhor descansar." Harry sugere e ela só não responde. O salão é perto da casa de Harry, então o caminho deve ter sido de quinze minutos, mas o ambiente do carro estava tão pesado que senti como se tivesse durado uma hora.

Chegamos na casa de Harry e ele me dá um beijo na testa antes de abrir a porta do carro. "Me liga se precisarem de algo."

"Obrigada." Digo. Harry desce do carro e me olha como se estivesse preocupado por mim, então decido contrariar o que eu disse mais cedo e puxo ele pela camiseta e lhe dou um novo selinho. Ele parece completamente em choque quando nos separamos.

"Até segunda-feira." Ele diz e eu dou um pequeno sorriso.

Fecho a porta do carro. "Você acabou de beijar o Harry?"

"Sim, e daí?" Mudo o assunto. "Mãe, explica o que aconteceu."

Ela olha para mim e seus olhos estão inchados e vermelhos. Eu quero matar o Roward por fazer minha mãe chorar. "Estou grávida."

"O quê?" Louis se indigna. Eu não estou surpresa, já suspeitava disso há algum tempo. Ela sempre bebeu muito, e ultimamente, inclusive hoje no bar, ela não bebia álcool.

"Você sabe como isso funciona, Louis." Ela pega uma caixa de lencinhos de papel no porta luvas do carro e assoa o nariz. "Roward não quer assumir a criança porque acha que estou fazendo isso para dar um golpe nele."

Escroto.

"Ele é um imbecil, mãe. Mas estamos aqui por você." Estou tentando esconder o quanto meu sangue ferve nesse momento. Roward é um pedaço de merda e quero chutar as bolas dele.

"O pior é que nem ao menos sei o que fazer agora. Não vou voltar para nossa casa e o pai de vocês certamente não vão querer que eu vá lá."

"Podemos dormir aqui na casa do Harry." Louis sugere. "Mila vai gostar disso."

"Cala a boca." Dou um peteleco no ouvido dele. Esse não é o momento para brincar.

"Não vou pedir favores para Anne."

"Mas vocês são melhores amigas, mãe." Louis fala.

Por uma ação do destino, Harry aparece na porta da casa dele com uma bandeja cheia de xícaras. Ele anda até o carro e eu abro a janela.

"Eu trouxe chá para vocês." Ele diz e oferece à nós. Meu coração aquece e eu pego a xícara.

"Não precisava, querido." Minha mãe diz. "Mila te mandou mensagem para voltar aqui?"

"Não, eu só fiquei olhando se iam embora, e, como não foram, resolvi fazer um chá. Não é nada assim tão especial, eu fiz na máquina de cápsulas da minha mãe." Ele sorri e parece envergonhado. Isso é tão especial. "Minha mãe está dormindo, mas meu padrasto disse que podem dormir aqui se não quiserem ir para casa."

"Não precisa, Harry." Minha mãe fala. Por que ela não aceita? Não temos para onde ir. Teria a casa do meu pai, mas eles se odeiam.

"Eu sei que não precisa!" Harry diz e pisca para mim de uma forma discreta. "Mas nós queremos vocês aqui. Minha mãe vive dizendo que você, Sra. Cromwell, deveria vir e ensinar a fazer seus cookies."

Harry está sendo tão atencioso e fazendo com que minha mãe se sinta tão bem. Eu poderia agarra-lo só por isso.

"Escute, querido, se isso for para você passar mais um tempo com a Mila, eu deixo ela ficar aqui, sei que não quer sua sogra dormindo na mesma casa." Ela disse sogra? Meu Deus, que vergonha. Harry ri.

"Senhora Cromwell, eu não estou nem aí para Mila." Harry diz em tom de brincadeira e eu finjo que estou ofendida. "Realmente quero que vocês três estejam aqui. Podemos até ver um filme."

Eu olho para minha mãe com os olhos pidões e ela aceita. "Só hoje."

"Perfeito." Harry diz. Eu desço do carro e Harry passa a mão pela minha cintura. Minha mãe e o Louis entram na casa antes de Harry e eu. "Está gostando do chá?"

"Já tomei melhores." Brinco.

"Ah, é?" Ele pega a xícara e toma um gole. "Isso está muito bom. Quero que faça um melhor para mim."

"Estou brincando, não há nada melhor que um chá de um inglês nativo." Digo e ele abre um sorriso convencido. Paro na frente dele. "Obrigada por estar ajudando a gente."

"Não foi nada." Ele coça a nuca.

"Foi sim." Sorrio para Harry. "Foi sim. Eu nem sei como te agradecer."

"Eu consigo pensar em várias formas de você me agradecer." Ele diz e eu quase derrubo meu chá.

"Vejo que voltou a ser pervertido. Vou sentir falta do Harry Fofo."

"Vejo que voltou a ser chata."

"Minha gêmea do mal, lembra?" Digo. Falamos sobre isso assim que ele voltou do intercâmbio dele. É estranho pensar que cinco meses atrás éramos apenas conhecidos da infância voltando a ter contato.

"A gêmea do mal sempre foi minha preferida."

R.E.M - HSOnde histórias criam vida. Descubra agora