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CAPÍTULO ESCRITO NA SEGUNDA EDIÇÃO DE REM!

Confirme se leu os outros capítulos derivados do capítulo 11.

Eu não costumo beber, mas estar na festa de calouros da universidade que sempre sonhei em estudar acabou sendo uma situação mais propícia à crises ansiosas do que eu pensava. O enjoo que eu senti no começo da festa passou, agora só estou mais alegre que de costume e tenho dado algumas tropeçadas. O Harry parece absolutamente normal, tirando o fato de que ele conversa com todas — todas mesmo — as pessoas que vê pela frente. "Meu amigo é aquele ali!"

O Harry se apressa para encontrar o calouro conhecido por ele, e eu ando atrás dele. "Oi, Matt!"

"Harold! Não acredito que veio." Um garoto loiro com o cabelo despenteado sorri para ele e depois para mim.

"Estou sempre pronto para festas!" Fala e passa o braço por trás das minhas costas. "Essa é a Mila."

"Sua namorada?" Matt questiona, me olhando da cabeça aos pés.

"Não, ela não quer namorar comigo." Espera, o quê? Ele está dizendo que quer ou está brincando? Não entendo esse garoto. "O que tem feito?"

"Tenho estado por aí." Matt responde e olha para mim. "Então não quer namorar com o Harold? Esperta. Esse garoto é um cachorro."

Harry nega com a cabeça, rindo e dando um empurrão sem força em seu amigo. Matt volta a falar. "Bem, eu vou rodar pela festa. A gente se vê."

Assim que seu amigo sai de perto, Harry fica na minha frente e segura minha cintura e me dá um beijo na boca. "Estou ficando cansada."

"Quer ir embora? Estamos aqui há horas, podemos ir se quiser." Ele encolhe os ombros e eu nego com a cabeça. "Por que não quer ir? Posso te levar para sua casa."

"Porque estou deliberadamente bebada e minha mãe não pode saber disso."

"Você ao menos sabe o que significa deliberadamente?" Harry me pergunta e eu nego, o que faz ele rir e colocar uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha. "Sua família está no evento do Roward, se chegar e dormir nunca vão saber que você bebeu."

Eu penso um pouco e é verdade. Coloco a mão no bolso e sinto apenas o celular. Merda. "Eu esqueci a chave."

"Quer ir para a minha casa?" Questiona, as sobrancelhas arqueadas. Não há possibilidade que eu vá para lá. Minha mãe iria enlouquecer se soubesse que dormi na casa dele. Ela brinca dizendo que podemos transar, mas na prática odiava quando Avan dormia na nossa casa ou eu dormia na dele. Sem chance.

"Não posso."

"Então não sei o que fazer, Mila." Ele suspira, cansado desta conversa.

"Pode me levar ao apartamento da Emily?" Eu durmo toda hora na casa dela, e ela faz o mesmo comigo. Eu só preciso ligar e sei que vai deixar. O Harry confirma com a cabeça. "Obrigada."

"Não é nada." Ele fala e estica sua mão para mim. É isso, vamos andar juntos? De mãos dadas, como um casal? Isso é... Impressionante, para um cara como o Harry.

Eu pego sua mão, ele entrelaça nossos dedos enquanto andamos para fora da festa da universidade. Eu ligo para Emily, que deixa que eu durma lá assim que faço o pedido. Enquanto o Harry dirige, eu acabo adormecendo.

Eu acordo em frente ao prédio em que minha melhor amiga mora, com Harry colocando a mão no meu ombro. "Chegamos."

"Oh, obrigada. Obrigada mesmo." Falo, sorrindo para ele. Me lembro que o prédio dela não tem elevador, então suspiro. "Droga. Vou ter que subir escadas."

"Tem certeza de que consegue subir? Estava tropeçando na festa." Ele pergunta e eu confirmo com a cabeça, descendo do carro e caindo na rua. O Harry respira fundo, correndo para fora do carro e me levantando. Ele me segura pelo braço, me ajudando a andar.

"Você é um príncipe, Harry." Eu rio, apertando sua bochecha enquanto estamos em algum dos andares. Ele parece realmente irritado e só estou tentando ser uma boa companhia, mas estou tão bêbada que acabo só dizendo besteira. "Você é da Inglaterra. Eles tem príncipes por lá. Príncipe Harry. Seria tão bonito se tivesse um príncipe com seu nome."

"Já existe um com esse nome, Mila. Estamos quase chegando." Ele continua me ajudando até chegarmos em frente do apartamento dela. Eu abraço Harry enquanto ele toca a campainha.

Emily aparece na porta de pijamas e o cabelo bagunçado. "Por que vieram de escadas?"

"A Mila disse que não tem elevador." Harry está ofegante. Opa! É verdade, eles colocaram um elevador no prédio ha um mês. Eu começo a rir e Harry parece puto da vida. "Porra, Mila."

"Quer dormir aqui também? Meus pais não se importam." Emily fala para ele.

"Não, valeu. Eu preciso voltar para casa."

"Fica!" Eu literalmente me jogo em seus braços e Harry quase cai no chão comigo. Ele respira fundo, irritado de verdade, mas algo dentro de mim não deixa que eu pare de fazer carinho nele. Álcool.

"Mila, para de passar vergonha, pelo amor de Deus." Ela me puxa pelo braço. "Vai para o meu quarto."

"Mas-"

"Mila, agora." Ela manda e eu obedeço. Ando — cambaleando — até o banheiro dela e pego a minha escova de dentes que fica na terceira gaveta. Escovo os dentes e na cama da minha amiga existe um pijama pra mim. Eu sorrio e coloco a calça e a camiseta confortáveis. A porta se abre e Harry aparece no quarto.

"Eu vou dormir aqui." Ele fala, com um sorriso sem dentes.

"Comigo? No quarto da Em?"

"Não, você dorme com ela e eu vou dormir no sofá da sala." Ele explica e eu concordo com a cabeça. De repente, fiquei toda tímida e sem graça perto dele. Envergonhada, talvez? Definitivamente estou com vergonha. "Só vim te dar boa noite. E avisar que não vou estar por aqui de manhã, vou sair antes da minha mãe acordar para ir ao trabalho."

"Certo." Concordo com a cabeça, mexendo um dos pés. "Obrigada por... Você sabe."

"Por impedir que você morresse na escada?" Ele questiona e eu concordo, rindo. Harry se aproxima. "É o mínimo que alguém decente faria."

Ele se aproxima e cheiro seu perfume, o que me faz fechar os olhos por um segundo. Pouso minhas mãos em seu peito. "Ainda sim. Você não é tão mal quanto pensei que fosse."

Harry sorri, me dando um beijo na testa. "Boa noite, Mila."

"Boa noite, Harry." A porta é aberta e Emily parece extremamente incomodada.

"Acabou a mamata. Vamos, vai para a sala, Harry, por favor." Ela manda e ele obedece no mesmo segundo, ela com a expressão séria até que ele deixe o quarto. Assim que fecha a porta, minha melhor amiga abre um sorriso. "Muito. Gato."

"Eu sei." Me jogo na cama, como a garota apaixonada que não sou. Emily ri, deitando na cama e nos cobrindo com seu cobertor peludinho. "Eu poderia facilmente namorar com ele."

"Está bêbada, Mila, cala a boca." E assim, eu me calo.

R.E.M - HSOnde histórias criam vida. Descubra agora