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M I L A

31/12/2019

"Então, o que vocês costumam comer na Inglaterra no ano novo?" A tia Ronda pergunta para Anne enquanto elas preparam uma carne de porco, tradicional no ano novo dos Estados Unidos.

"Ah, faz algum tempo que não passamos o ano novo lá." A mãe do Harry explica. "Minha tradição favorita não é nem comida, e sim os cartões que fazemos."

"Cartões?" Tia Ronda pergunta. A Anne explica que cartões os britânicos gostam de enviar cartões positivos para as pessoas queridas.

O Harry finalmente aparece na cozinha, com um sorriso cansado. "Bom dia."

Eu, Anne e minha tia retribuímos e ele me abraça por trás e beija minha bochecha. "Oi."

Tia Ronda parece completamente encantada, enquanto Anne não está tão contente assim. Eu não sei se ela tem algum problema comigo, ou com o fato de que seu filho está com alguém. Por isso, eu saio discretamente dos braços dele e apenas dou um selinho.

"O que estão fazendo?" Ele pergunta.

"Comida, e você vai ajudar." Anne manda. Nós continuamos fazendo os pratos durante a manhã, para estarem prontos a noite. Depois, eu passo algum tempo me trocando com a minha prima e Harry joga videogame com o Louis.

Eu me junto a eles quando já estou pronta para o jantar. Harry me vê descendo as escadas e eu me sinto como se estivesse indo para um baile de primavera. "Uau, você está..."

Eu olho para o menino que descobri amar e sorrio.

"Bem ridícula." Ele me zoa e eu penso em bater em seu braço ou algo do tipo, mas a verdade é que adoro o nosso jeito. A gente brinca um com o outro, eu tenho uma liberdade com ele que eu não sinto que eu já tive com meus outros namorados, e Harry nem é meu namorado.

"Você também está bem ridículo." Falo e ele beija minha bochecha. Eu estou toda arrumada para ficar a noite toda na minha avó.

Harry está jogando algo que nunca vi na vida e não tenho certeza se ele está vencendo ou não do meu irmão. Eu pego meu livro no canto do sofá e atualizo minha leitura. "Tá lendo aquele livro chato sobre açúcar de melancia?"

"Não é chato e sim." Digo enquanto Harry continua jogando. Ele deita a cabeça no meu ombro e meu irmão comemora que venceu dele mais de uma vez. Eu não acho que exista algo melhor do que estar com eles dois.

Sinto que minha relação com Harry me ajudou na minha amizade com meu próprio irmão, por eles serem amigos, e isso é algo que Harry não faz ideia que fez de bom pra mim.

Horas depois, ainda falta um bom tempo para a meia noite, quando estou no meu quarto. Harry aparece lá, com um cartão na mão. "Oi."

"Oi." Sorrio, curiosa.

"Então, lá na Inglaterra temos essa tradução de final de ano, de fazer uma mensagem pra quem a gente gosta e tudo isso." Ele diz e me entrega um papel com uma cartinha. "Eu quero que leia, mas me espera sair antes de começar."

"Ok." Eu rio e encaro seus olhos. "Isso é muito legal, muito obrigada."

"Não é nada." Ele está ficando vermelho? Ah, meu Deus, ele tá realmente com vergonha.

"Tá com vergonha?"

"Não." Me olha como se eu fosse doida. "Eu não sinto vergonha de nada."

"Então eu posso começar a ler agora?" Sorrio.

"Para com isso." Ele me dá um empurrãozinho. "Eu tenho vergonha dessas coisas, não sou bom com palavras."

Sorrio abertamente e o abraço, um abraço longo e carinhoso. "Você é um amor e, depois que eu ler, isso vai direto pra minha bolsa, e quando chegarmos em Los Angeles, vai pra minha caixinha de coisas especiais."

R.E.M - HSOnde histórias criam vida. Descubra agora