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CAPÍTULO ESCRITO NA SEGUNDA EDIÇÃO DE REM!

Confirme se leu os outros capítulos derivados do capítulo 11.

Eu acordo às seis horas com o alarme da Emily e sinto vontade de pegar o celular dela e quebrá-lo em vários pedaços. "É domingo!"

"Eu corro aos domingos." Ela se levanta da cama, imediatamente tirando seu pijama e colocando um sutiã e uma camiseta, e um shorts.

"Às seis da manhã?" Resmungo, colocando um travesseiro no rosto quando Emily abre a janela, a luz invadindo o quarto dela. Que ódio.

"Não, quem corre as seis? Eu tomo café, faço meus alongamentos, passo algum tempo no celular e então corro às sete e meia." Emily explica, sua vida saudável me dá ânsia de vômito. Estou com tanta dor de cabeça, nunca tive ressaca antes e isso vai me matar.

"Você é doida." Resmungo e Emily sorri, andando até sua gaveta e pegando um Tylenol. Isso vai ser ótimo para acabar com a minha dor de cabeça, não tive que dizer nada para Em perceber. Ela é um anjo. "Obrigada."

Em ri, tirando o cobertor do meu corpo. "Se levanta logo, talvez seu namorado ainda esteja aí."

"Ele não-"

"Eu já ouvi isso. Sei que não é seu namorado. Agora vai ver se ele ainda está na sala." Emily me puxa pelo braço e eu resmungo um palavrão para ela antes de me levantar, ainda com sono, e escovar meus dentes rapidamente antes de encontrar Harry. Eu chego na sala e ele ainda está dormindo no sofá. Eu me lembro que ele disse que precisava estar em casa às seis, então já está atrasado. Deveria acorda-lo? Acho que sim.

"Harry." Seguro seu ombro e o balanço com gentileza. Harry não se mexe, então me sento no sofá e repito a ação. "Ei, acorda. Harry."

Observo o rosto de Harry se mexendo um pouco, sua boca entreaberta. Instintivamente levo meu polegar aos seus lábios, tocando-os. Me assusto quando ele sorri, os seus olhos ainda fechados, e tiro minha mão de perto dele. "Está acordado?"

"Acordei na primeira vez que me chamou." Abre os olhos. "Só estava esperando para ver qual seria os modos mais criativos para me acordar."

"Você é ridículo." Sorrio e Harry se senta no sofá, gemendo de dor. "Dormiu mal?"

"Esse sofá é o inferno." Resmunga, uma mistura de sono e dor expressadas em sua voz.

"Não fala mal do meu sofá." Emily passa pela sala e vai até a cozinha. O Harry arregala os olhos e eu rio, abaixando os olhos.

Sinto sua mão segurando meu rosto e preciso respirar fundo antes de olhá-lo. Ele me encara diretamente nos olhos e me sinto intimidada. "Oi."

"Oi." Sorrio, por fim.

O Harry aproxima nossos rostos e cola nossos lábios por alguns segundos, depois se ajeita no sofá de novo. "Como está a ressaca?"

"Em me deu um remédio, acho que vai melhorar daqui a pouco. E a sua?"

"Eu não bebi tanto, estou bem." Encolhe os ombros. "Olha só, eu deveria estar em casa às seis para minha mãe não perceber que eu dormi fora."

"Então ela já percebeu. São seis e..." Tomo a liberdade de pegar o celular dele, em cima da mesa de centro da sala da Emily, e olhar o horário. "São seis e quinze."

O Harry parece preocupado por uns instantes, mas suspira. "Então acho melhor chegar antes das sete, assim ela vai brigar menos comigo."

"Está com medo da mamãe, Harry?" Decido provocá-lo, e ele me olha com uma expressão meio irritada, meio feliz.

"Não vou cair nos seus joguinhos, Cromwell." Ele bagunça meu cabelo e eu lhe dou um empurrão. Harry se levanta e pega sua carteira e seu celular. "Preciso mesmo ir."

"Tudo bem." Afirmo, pensando como seria patético se eu pedisse para que ficasse mais um pouco. Me levanto do sofá, percebendo que Emily está nos observando da cozinha. Ela vê tudo isso como uma novela, sei disso. "Então..."

"A gente se vê." Harry arruma o meu cabelo, que ele mesmo bagunçou. Quando termina, dá um sorriso e eu faço o mesmo. Ele pega na minha mão, sem entrelaçar os nossos dedos. "Vai falar comigo amanhã na escola, né?"

"Claro que vou." Sorrio, franzindo o cenho. "Por que não iria?"

Ele encolhe os ombros, apertando minha mão de uma forma suave. Está tudo bem entre nós, é realmente loucura que isso esteja acontecendo. Nunca, em um milhão de anos, eu diria que algum dia estaria assim com Harry. "Eu vou indo então."

"Ok." Falo, me segurando para não pedir que fique.

"Vou ganhar um beijo de despedida?"

"Pessoas sem compromisso fazem isso?" Pergunto e ele ri.

"A gente pode fazer...." Ele fala e eu mordo o lábio, dando uma risada abafada. Se eu olhasse de fora, pensaria que gostamos um do outro, mas sei que não é por aí. "Se você quiser, sei lá."

Fico na ponta dos pés e dou um selinho em Harry, que sorri logo depois, colocando uma das mãos no peito. "Agora posso ir embora em paz."

"Você é muito besta." Abro um sorriso, dando um passo para trás. "Vai logo embora, sua mãe vai te dar uma surra."

"Estou indo." Ele dá alguns passos para trás e acena para Emily. "Obrigado por me deixar dormir aqui."

"Suave." Ela encolhe os ombros e Harry volta a me olhar.

"Tenta não sentir minha falta." Ele diz e se vira, andando até a porta, virando a chave que já está na maçaneta e a abrindo.

"Eu acho que você quem vai sentir minha falta, Sr. A Gente Pode Dar Beijos De Despedidas." Falo e ele revira os olhos com um sorriso, finalmente saindo do apartamento da minha amiga. Então ele só anda para o elevador e o chama. Sei o que está fazendo quando percebi que o elevador já estava no andar e ele ainda não entrou. "Vem logo."

Harry sorri, animado, passando os braços pela minha cintura e me apoiando na parede do hall do andar. Ele me beija, sua língua quente contra a minha, então me solta. "Bom dia, Cromwell."

Nego com a cabeça, sem esconder meu sorriso. "Bom dia, Harry."

Ele anda até o elevador e me dá uma última olhada antes de ir embora. Entro no apartamento e Emily está sentada no sofá que ele estava até agora. Eu dou um suspiro, sorrindo como uma idiota. "Tem noção que passaram quase dez minutos se despedindo? Vão se ver amanhã!"

"Me deixa em paz." Fecho a porta, o sorriso estupido ainda estampado na minha face. Ela bebe seu café e anda comigo até a cozinha. Ela deixou uma lata de Nescau e um leite para eu preparar o que gosto, e eu agradeço.

"Pode elaborar para mim como seu lance sem compromisso passou para um namoro?"

"Não é um namoro." Falo, colocando duas colheres de achocolatado em um copo.

"Foi a cena mais melosa já protagonizada por duas pessoas que só transam uma com a outra é não se gostam."

"A gente não transa." A olho, séria, e ela quase engasga.

"O quê?" Ela me olha como se não acreditasse. "Não transam e ele está pedindo beijo de despedida? Então te ama."

"Para com isso, ele não me ama. A gente só gosta de se beijar, falou?" Coloco leite no copo e levo-o ao microondas.

"Então é seguro dizer que ele faz o que acabaram de fazer aqui com qualquer garota que ele goste de beijar?" Emily pergunta, me provocando, e eu peço educadamente para que vá a merda. "Só estou dizendo, ele gosta de você. E acho que você gosta dele."

Penso nisso que Emily falou, e chego na conclusão que eu não quero ver Harry dando beijos de despedidas em outras garotas. "Eu acho que você pode estar certa."

R.E.M - HSOnde histórias criam vida. Descubra agora