R.E.M - HS

32.2

Capítulo escrito na segunda edição de REM!

"Isso foi uma péssima ideia." Eu gargalho, sentada no colo de Harry, de costas para ele enquanto ele tenta fazer tranças no meu cabelo. Tenho certeza de que fez um nó que vai ser impossível de ser desenrolado. "Você está acabando com meu cabelo."

"Para de reclamar, você é muito chata." Ele solta meu cabelo e aperta os dois lados da minha cintura, me fazendo dar um pulo. Sinto sua risada abafada batendo no meu ombro, enquanto Harry volta a tentar fazer a trança. "Isso é mais difícil do que parece."

"Não é nada."

"Então faz uma trança no meu cabelo, quero ver conseguir." Ele me desafia e eu me ajusto em seu colo, observando-o.

"Não dá pra fazer, seu cabelo não é comprido o suficiente." Explico e Harry já tem uma resposta pronta.

"Talvez você que não seja suficientemente boa na arte de fazer tranças." Ele me provoca e eu reviro os olhos. Sinto suas mãos segurando meu rosto, colando nossos lábios com carinho. Ele abre um sorriso largo, nossos rostos ainda próximos. Eu me inclino um pouco e dou alguns beijos estalados em sua boca. Eu rio, dando mais beijos como esses, e ele faz o mesmo, me abraçando pela cintura e nos deitando no sofá.

Um beijo é aprofundado por mim e sinto as mãos de Harry na barra da minha calça, enquanto as minhas estão segurando seu cabelo cacheado, puxando-o mais pra mim. Nós continuamos com os amassos e eu só consigo pensar que não posso perdê-lo agora. Eu gosto tanto dele, e cada vez mais me entrego a ele, e tenho medo que isso acabe mal.

"Mila." Ele me chama de repente, a sensação de seus lábios já faz falta aos meus. Volto a realidade e Harry está rindo. "Você está bem?"

"Tô, eu só me distraí."

"O que está passando pela sua cabeça?" Ele me pergunta, seus dedos mexendo no meu cabelo, mexendo no nó que havia feito antes. Pensei que seria impossível, mas ele consegue desfazê-lo rapidamente. Talvez Harry consiga solucionar problemas com muito mais facilidade que eu.

Consigo sentir a vergonha crescendo dentro de mim. "Eu só estava pensativa."

"Sobre o quê? Sobre mim?" Ele me olha nos olhos e eu quero negar para acabar a conversa, mas ele percebe que era sobre ele. "Está preocupada com alguma coisa?"

Desvio o olhar.

"Não é nada... Eu só estava pensando que, bem, que eu gosto de você e que não quero que isso dê errado. Essa coisa de estar com alguém nunca deu certo pra mim, então não sei se estou fazendo as coisas da forma certa e... Quero dizer, não estou dizendo que temos alguma coisa séria, nem nada do tipo, eu só..." Eu franzo o cenho, me xingando internamente por estar fazendo isso agora. "Eu sou péssima nisso."

Eu volto a olhá-lo, a angústia com certeza estampada no meu rosto, e me surpreendo quando vejo que há um pequeno sorriso discreto nos lábios dele. Ele permanece em silêncio, encarando meus olhos.

"Fala alguma coisa, está me matando."

"Está tudo certo." Ele sussurra, como se fosse um segredo. Ele se ajeita no sofá, sentando-se e me puxando pela cintura para que eu volte para seu colo. Eu abro um sorriso aliviado, meus braços rodeando seu corpo. Ele passa o polegar pela minha bochecha, seu olhar carinhoso derrete meu coração. Sei que estou olhando para ele da mesma forma, tão entregue, senão mais, a isso e a nós dois.