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Harry e eu estamos em uma Target em Westwood, perto da UCLA. Fizemos a matrícula dele lá e aproveitamos para comprar a comida do jantar que faremos para Louis e a garota que ele quer enganar.

"Quantas batatas você acha que precisamos?" Harry pergunta, sua mão segurando a minha, ele me guiando pelo mercado. Harry mora ao lado de uma Target no bairro dele, então conhece o lugar muito bem.

"Bem, acho que umas seis. Uma para cada um deles, uma pra mim e uma pra você. E duas reservas se fizermos besteira." Sugiro e ele concorda. Nós pegamos batatas, bacon e requeijão para fazer a tal da batata recheada.

Compramos também uma garrafa de Coca-Cola pra eles e uma pra nós dois e nosso picnic. Tudo isso dá vinte e três dólares, mas vou ficar com o troco pra mim. Louis não precisa saber.

"Antes de irmos pro caixa, quero ver se eles vendem uma bola de basquete." Harry fala. "O merdinha do Dacre jogou tão alto que ficou presa no teto da quadra. O treinador pediu pra eu comprar já que não pode contar com ele."

Eu rio e concordo, andando com ele até a sessão de esportes, e eu dou um jeito de derrubar uma bicicleta enquanto brinco com uma bola de vôlei. Harry gargalha e eu quero chorar, porque a merda do guidão da bicicleta caiu no meu pé, e eu estou de chinelo. "Espera, você tá bem?"

"Merda." Falo, levantando a bicicleta e a arrumando antes que um funcionário da loja veja o que fiz. "Acho que sim."

"Vamos, achei a bola." Ele pega minha mão e eu ando e sinto muita dor no pé, o que me faz gemer de dor. "Quer que eu te ajude a andar?"

"Não, vou ficar bem." Tento dar mais um passo e dói ainda mais.

"Já sei." Harry não termina a frase antes de me pegar no colo e me colocar no carrinho de mercado, junto com as batatas, o bacon e a bola de basquete.

"Harry!" Me sinto com cinco anos. Ele abre um sorriso e começa a andar com o carrinho. "Harry Styles, para com isso."

"Deixa de ser chata." Ele empurra o carrinho e eu sigo pelo corredor dos esportes com medo de bater em alguma estante, mas no fundo é divertido. Ele corre pra pegar o carrinho antes que ele bata em artigos de piscina.

"Você é doido." Bato em seu braço.

"Você é linda quando fica com raiva." Harry me dá um selinho enquanto anda pelo mercado. Eu abro um sorriso bobo. "Conseguiu ser mais gata agora."

Eu observo as pessoas olhando e vejo uma criança pedindo pra entrar no carrinho como eu estou fazendo e sua mãe diz que não. O Harry repete a ação de empurrar o carrinho e eu gargalho quando os funcionários olham feio pra nossa cena. Ele me busca de novo e eu devo estar olhando apaixonada pra Harry, porque ele franze o cenho e me olha nos olhos. "O que foi?"

"Eu amo você." Admito, abaixando os olhos depois de ver Harry enrijecendo o corpo, em choque. "Eu sei que você quer ir devagar e tudo isso, não precisa dizer de volta, eu só queria falar."

"Mila, eu..." Harry começa a falar e não consigo entender seu tom. Ele é interrompido por um funcionário que condena nosso comportamento e eu tenho que descer do carrinho.

Eu fico em silêncio enquanto ando até o caixa com Harry. Ele está em silêncio e não estamos de mãos dadas. Sinto o arrependimento batendo. Eu sei que disse que ele não precisava dizer que me ama, que não precisava dizer nada, mas na prática é bem mais doloroso não ouvir de volta. Eu pago as comidas e Harry paga pela bola de basquete.

Nós deixamos a Target e ele continua silencioso e isso vai acabar me matando. Eu entro em seu carro e começo a mexer no celular para evitar mostrar que estou chateada.

Olho de canto e Harry está batendo com os dedos no volante. Eu não deveria ter falado que o amo, estávamos indo bem. Ele continua em silêncio enquanto dirige até a minha casa e eu quero chorar. Quando estaciona, se vira pra mim. "Eu volto mais tarde pra fazermos o jantar."

"Não precisa se não quiser." Tiro meu cinto e desço do carro, fechando a porta e entrando na casa do meu pai. Eu sinto que estraguei tudo só por dizer que amo Harry, mas, ao mesmo tempo, ele disse que estava apaixonado por mim, e quando disse que eu não precisava dizer de volta, não agi assim com ele. Ele deveria parar de agir como um idiota.

Minha cabeça está a mil quando a campainha da casa toca e eu ando até a porta. Eu abro a mesma, e Harry segura meu rosto assim que nos encontramos, e me beija com força. "Eu te amo."

Então, toda a angústia que eu estava sentindo se dissipa, e tenho forças para sair de seu contato. "O quê?"

"Eu te amo, desculpa por não ter dito no segundo que você falou." Ele me beija de novo, e de novo, e de novo, e cada vez parece que ele está colando uma parte do meu coração que se quebrou em seu carro. "Eu amo você. Eu te amo demais, Mila."

~

Harry e eu estamos fazendo a tal da batata recheada e cozinhar com ele não é glamuroso quanto os filmes me fizeram pensar que seria, mas é definitivamente agradável estar com ele.

Ainda estou me recuperando que Harry tenha me dito que me ama e agora preciso me controlar para não falar isso o tempo todo.

Dance Monkey está tocando e Harry reclama da voz da pessoa que está cantando enquanto eu tiro as batatas assadas do forno.

Ele assiste um vídeo de receitas para aprender a fazer o prato do melhor jeito possível, o que é uma graça. Quando terminamos, Louis está chegando com a garota. Ele pediu pra deixarmos a comida na cozinha para ele servir assim que eles chegassem, e nós fugimos com nossas batatas e nossa Coca-Cola para irmos a Venice, onde Harry e eu trocamos carinhos.

"Eu te amo." Ele fala depois que eu conto alguma coisa engraçada. Sinto que ele está tão viciado em mim quanto estou por ele e isso me faz feliz como nunca estive antes. "Deveríamos ter trazido um biquíni pra você."

"Eu não quero entrar no mar." Falo. "Só quero ficar com você."

Harry se deita na canga que trouxemos e me puxa pra ficar por cima dele. Deixo meu queixo em seu peito e encaro seu rosto perfeito. Harry é facilmente o homem mais bonito que já vi e só consigo sorrir quando penso que ele é meu.

Ele tira uma mecha de cabelo do meu rosto e me beija de um jeito suave. Quando afastamos nossos rostos, ele dá um sorriso. Franzo o cenho. "O que foi?"

"Eu te amo." Ele fala, parece que está viciado em falar isso. Eu me derreto.

"Eu também te amo, meu chatinho." Beijo seu peito.

"Eu ouvi um 'meu amor'?" Ele brinca e eu sorrio mais ainda. "Vamos, pode me chamar assim agora?"

"Meu Deus, você é o namorado mais irritante do mundo." Falo e ele arqueia as sobrancelhas com um sorriso de orelha a orelha.

"Namorado, huh?" Ele brinca e eu reviro os olhos, voltando a beijar Harry.

Harry, meu namorado.

R.E.M - HSOnde histórias criam vida. Descubra agora