Proposta

24 1 2
                                    

  Higanbana sente um leve toque no ombro. Sem pensar duas vezes ela puxa o braço que a tocava e derruba ele no sofá, segurando ele no pescoço. A pessoa que estava sendo atacado começou a rir, foi quando ela percebeu que era Jemison, "Quem mais seria" ela pensou.

- Você é bem violenta em - Ele se levanta e arruma o colarinho - Ainda não anoiteceu mas eu gostaria de lhe pedir um favor, e eu achei que se anoitecesse você não iria me ouvir. Então lá vai.

  Ela ainda estava se recompondo do susto que levou. Se senta no sofá, se enrola de novo no cobertor e presta atenção no que o J. queria.

- Daqui à algumas horas vai vir uns amigos meus, de uma banda que toco... - Higanbana inclina o cabeça vagarosamente. E ele toma mais cautela no que está falando - Eles não sabem que você está se abrigando aqui, na verdade essa reunião já estava planejada antes de você vir... Então...

- Você quer que eu me esconda e esperar eles irem embora? - Ela fala com um pouco de alívio na voz, pois achava que ele queria mostrá-la como um animal de zoológico.

- Não, não... Eu acho que seria um incômodo para mim e para você. Então eu tive uma ideia... - Ele fala isso e logo em seguida, dá um largo sorriso - Você poderia fingir ser a minha namorada-

- Não.

- Qual é. Ninguém lhe viu pessoalmente, não vão saber quem você é. Só não falar o seu nome. Podemos criar um nome, e você vai se divertir...

- Não. É arriscado, quanto menos pessoas me virem melhor. E também é perigoso para vocês.

- Você não é perigosa... - Higanbana inclina a cabeça de novo - Quando você faz essa expressão, da calafrio... - Ele treme um pouquinho - Tudo bem que assim que nos conhecemos você me mordeu e agora a pouco quase que desloca o meu ombro. Mas fora isso você foi muito bem, você não me matou até agora. Eu acho que não vai fazer nada de ruim em algumas hora com eles.

  Ela fica em silêncio olhando para ele e pensando: "não estou com muita fome, também posso descansar mais algumas horas antes de partir... Para onde eu vou depois daqui?". Ela olha para ele, que está a encarando, com os olhos brilhando.

- O que devo fazer para ser sua namorada? - Ela fala essas frases com a expressão de derrotada.

- Que maravilha! Primeiro você vai ter que tomar um banho e trocar de roupa... - Ela levanta uma das sobrancelhas - Você é linda, só que a sua roupa está com sangue e o seu cabelo está todo assanhado. E nós temos que pensar em um nome para você e-

- Calma aí... Vamos por partes. - Ela se levanta, e vai para o banheiro enrolada no cobertor.

  Fechando a porta, ela se olha no espelho e vê que esta realmente horrível. Ela olha ou redor e vê que o banheiro era bem arrumadinho ela pensa: "Esse cara deve ter algum complexo de limpeza".

  Ela entra enche a banheira e em seguida tira as roupas: a calça comprida preta o sinto e a camisa branca, que não era mais branca. Enquanto isso J. começou a colocar a mesa, com alguns petiscos e bebidas.

  Ao terminar o banho ela fica sem saber o que vestir.

- Jemison, estou sem roupa para vestir, para a sua reunião. - Ela abre uma brecha da porta do banheiro para ouvi-lo melhor.

- Eu comprei umas roupas quando você estava dormindo. Vou pegar para você.

  Ele entra no quando e trás uma sacola com as roupas e estende os braço para ela pegar.

  Ela pega rapidamente e fecha a porta. A roupa era um short preto, uma camisa de manga comprida toda preta com uns cortes nas costas com um formato de assas de anjo, calcinha e sutiã vermelhos com renda.Vestindo elas, ela penteia os cabelos e se olha no espelho de novo. Agora dava para vê-la. Higanbana é uma mulher muito bonita, tinha cabelos lisos pretos e a pele dela era tão branca que parecia uma boneca de porcelana, tinha olhos pretos como um buraco negro. Naqueles trajes ela parecia uma humana normal, e essa era a intenção.

  Ao sair do banheiro J. estava sentado no sofá rabiscando algumas notas musicais. Quando ele a vê, larga logo os papéis e se levanta do sofá.

- Você fica linda em roupas normais. - Ele fala com um sorriso de orelha a orelha.

- Sem mais enrolação. Temos que pensar em um nome e temos que combinar de como a gente se conheceu... Porque eu não posso ser só uma amiga, ficaria mais fácil.

- Meus únicos amigos são eles e eu fiz uma aposta que iria namorar com uma garota mais bonita que minha ex. E voilá. Vou ganhar 200 pratas e sair por cima.

  Fica um silêncio no ambiente, e Higanbana fica o encarando pensando: "é só por isso que ele está fazendo tudo isso? Sério?". J. Vai para a cozinha e coloca uma taça de vinho.

- Ok, antes de pensar em um novo nome e uma grande história, como vamos resolver o negócio da comida, não quero que todos comam, e você fique de barriga vazia.

- Eu posso beber qualquer coisa. E no caso de comida eu não estou com fome. Não vou morder ninguém se é isso que você está com medo.

- Não estava pensando em você morder alguém. Você é a primeira pessoa que não quer ser descoberta. Você não comer pega meio mal para um anfitrião como eu. - Ele fala se aproximando e a oferece o vinho que havia colocado na taça.

  Ela pega desconfiada e da um gole. Era vinho mesmo. Por um breve momento ela achava que ele havia arranjado sangue para ela.

- Eu tenho muitas bebidas bem variadas, já que você pode beber, fique à vontade. - Ele se a afasta e pega um copo, colocando gelo e uísque para ele. - Eu tava pensando em um nome para você, não queria um nome que fugisse do seu verdadeiro nome-

- Esse não é o meu verdadeiro nome. Um cara me deu esse nome para eu não esquecer de onde eu vim.

- Então fica mais fácil, é só colocar o seu verdadeiro nome e pronto.

-Não.

  Ela toma mais um gole e senta no sofá desleixadamente.

- Ok... Então que nome será? - J. Vai para a sala e senta em uma poltrona ao lado do sofá.

- Não sei - Ela olha para ele - Por que você não me dá um nome? Você estava com um em mente. Não estava?

- Líli, de Lírio.

  Por algum motivo o coração dela palpitou, ela não sabe se foi por causa do nome delicado que ele deu a ela ou o modo que ele falou. Fez um curso silêncio antes dele voltar a falar.

- Gostou ou não do nome, eu pensei muito, queria um nome que combinasse com você.

  Ela tomou mais um gole para se recompor.

- É bonito nome, vai servir. E a história?

- Eu estava pensando em algo bem natural tipo-

  A campainha toca, e ele logo se levanta.

- Não temos mais tempo, é só deixar rolar - J. segura a mão dela e a leva para a porta devagar - Seja você mesma, que vai dar tudo certo... E não ligue para algumas brincadeiras de mau gosto deles, faz muito tempo que eu não namoro. Eles com certeza vão tirar onda disso.

  Chegando na porta, J. olha para Líli, respira fundo e abre a porta azul.

Ex. MercenáriaOnde histórias criam vida. Descubra agora