Cap. 23 - Pai? ✔

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João Pedro Narrando

O show terminou e depois de tirar as fotos com os fãs, voltei para a van. Provavelmente meu pai nem havia visto o show tudo... Mas enfim, eu nem devia me preocupar com isso. Eu sabia que estava agindo diferente e percebia isso pela tentativa de Bruno e Niko de me animar, então resolvi ligar pra Luana, ouvir a voz dela sempre me deixava melhor

Ligação on, Luana

-Oii amor.

-Oi - Digo, só então percebendo meu sorriso bobo - O que está fazendo?

-Assistindo um filme com a Yasmin e a Lari

-Pode colocar no viva voz? Quero falar com a Yasmin também

-Ok... Pronto. O que houve?

-Oi meninas. Não sabem quem apareceu no show de hoje.

-Ah não... - Ouço Yasmin dizer de longe e então sua voz se aproxima do celular: - O papai?

-Ele mesmo

-O que ele disse?

-Ah, a mesma coisa de sempre. Ele disse que iríamos conversar depois, mas após o show eu nem o vi de novo.

-Poxa... Pelo menos você o viu.

-Qual é, não fica triste. Passamos anos sem ver ele e tudo tem dado certo até aqui. Ele não muda nada.

-É, você tá certo.

-Tenho que ir agora, depois falo com vocês

-Ok, até mais

Ligação off, Luana

Dia seguinte

–Acorda, acorda, acordaaa. – Ouço Bruno cantarolar abrindo as cortinas do hotel.

–Me deixa dormiiir.

–Não cara, temos que ir pra casa.

–Casa?  – Me sento na cama coçando os olhos que, mal se abriam graças a luz solar. – Não tinhamos show em...

–São Paulo. É o único que temos.

–Talvez eu tenha me perdido com a agenda né.

–Anda, levanta logo.

Comi uma fruta que estava numa cesta do quarto e em seguida fui escovar os dentes. Depois, só peguei a mala e viajamos de volta pra São Paulo. Eu, claramente, passei boa parte do caminho dormindo. Quando finalmente cheguei em casa, encontrei na sala Vanessa, Pedrinho, Yasmin, Larissa e Luana, como já esperava (pois havia perguntando pra Yasmin se havia alguém lá)

–Ooi.  – Digo entrando na casa com minha mochila que parecia mais pesada do que o normal. Vou até as meninas e cumprimento todas com um beijo no rosto, menos Luana que ganhou um selinho.

–Pensei que chegaria mais tarde. – Yasmin comenta.

–Trânsito colaborou. Eu vou descançar um pouco, ok?!

Ela responde com um "Tudo bem" e eu subi pro meu quarto. Tomei um banho e vesti uma bermuda preta e uma camiseta branca. Passei minutos encarando as paredes do quarto na tentativa de relaxar e não deixar meu pai tomar conta dos meus pensamentos, mas não tive muito sucesso, então apenas liguei o violão elétrico que havia no meu quarto e depois de algum tempo tocando uma sequência de notas qualquer, começo a cantarolar a primeira música que vem na minha cabeça.

Ruas desertas, conflitos internos
Vivendo um sonho que não é só meu
Saudade de casa
Que grande ironia
Meu tempo agora não é mais só meu
E você não entende
A ação do tempo e as coisas
As circunstâncias e as coisas
Então vamos viver
E um dia a gente se encontra [...]

Apaixonada Por Um CantorOnde histórias criam vida. Descubra agora