Cap. 102 - Sem saída (parte 1)

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*Vanessa Narrando*

Todos acabaram saindo da cozinha atrás de João Pedro, mas antes que Matheus saísse, eu o chamo

-Matheus. -Ele se vira e eu espero todos se afastarem

-O quê!?

-Sabe da gravidez, não é?!

-Ah... Então ela te contou também...

-Vai mesmo dizer a todos agora??

-Não sei o que fazer quanto a isso.

-Acho que, João Pedro vai se desesperar ainda mais quando souber. Não sabemos onde esse cara quer chegar, e vai ser horrivel, principalmente pro João, se o tempo passar e ele não poder fazer nada. Saber agora só vai desespera-lo mais

-Talvez ele possa fazer algo a mais, sabendo que ela está gravida

-Ele a ama, vai fazer até o impossivel pra acha-la. O que eu quero dizer é que, A diferença é que ele vai se angustiar ainda mais. Então é melhor a gente guardar isso por enquanto -Ele olha pro chão pensativo

-Pode ser... -Sai

~~~

*Luh Narrando*

(...)

Agora eu nem sei quantos dias se passaram, exatamente. Quatro, ou cinco, talvez... Ou menos, já que o tempo parece demorar muito mais do que o normal pra passar aqui.

Acho que podem imaginar o quanto foi desesperador acordar num quarto escuro, com apenas uma pequena janela do outro lado, Em cima de uma cama (no qual o colchão era duro até demais) e com uma das pernas presas numa corrente que só era grande o suficiente pra usar um pequeno banheiro ao lado, que também não era dos melhores. No inicio, eu realmente tentei pedir ajuda, ou sair de lá, mas admito que, não demorou pra chegar a conclusão que não daria em nada. Ao contrario do que devem pensar, não vi Leandro e nem ninguém, desde que estou aqui... Alguém apenas deixa um único pão e um copo d'água num espaço no chão, parecido com uma caixa de correio, por dia, e sai. E aliás, o pão e água também eram horriveis, eu só conseguia comer pensando no bebê. Na verdade, eu ja teria perdido completamente as esperanças se não fosse por ele. Era horrivel não saber como ele(a) estaria, não tenho tido tantos enjoos ou náuseas, e realmente não sei se isso é um bom sinal. Óbviamente também não tenho tido boas noites de sono, graças a isso eu me sinto cada vez mais fraca, e quando consigo dormir, qualquer simples barulho me desperta.

~

Encosto a cabeça na parede lateral onde a cama estava encostada e pela primeira vez vejo a porta se abrir

-Hey, quanto tempo.. -Ele entra com um cigarro entre os dedos e se senta numa cadeira que havia no centro do quarto- Não tive tanto tempo pra vir te ver antes, mas espero que estejam te tratando bem.

-...O que quer comigo, hein?? O que pediu pra me tirarem daqui??

-Calminha, gata. Não vão te encontrar aqui, e nem por todo o dinheiro do mundo eu "devolvo" você

-E... Então o que vai fazer comigo?? -Sorri

-Achei que a patricinha não iria querer comer nada. Pelo jeito estava enganado... -Encara o prato na pequena mesa ao lado da cama- Eu te dei muitas chances pra mudar tudo isso. Só pedi que se afastasse dos seus amiguinhos inicialmente, mas nem isso você fez.

Apaixonada Por Um CantorOnde histórias criam vida. Descubra agora