Luiza e Augusto desceram juntos com a presença de Ismael para o carro de Eduardo, ela fez questão de ir para a cerimônia com aquele veículo. Não era o mais caro, nem o mais glamouroso, mas tinha um significado real.
Ao chegarem à Igreja, as mãos dela suavam. A imprensa tomava a entrada do local e só abriram espaço para o carro que chegou. Os flashes pipocavam antes mesmo que ela resolvesse sair.
_ Relaxa, menina. Tudo vai dar certo. – Augusto a observava pelo espelho retrovisor e ela assentiu com um sorriso nervoso.
Eduardo já tinha feito a sua entrada e sorria mecanicamente para todos. O seu nervosismo era tão grande que ele pensava ia cair duro no chão. Maria Luiza já estava atrasada há alguns minutos, Vitória e Catarina tentavam acalmá-lo, mas apenas se lembrava das vezes que ela sumira e o tinha deixado sem notícias. E claro, tinha medo de ser largado no altar.
O local não estava cheio, mas sentia-se claustrofóbico. A marcha nupcial começou a tocar. Tão clichê, ele pensou.
Luiza segurava com força no braço de seu futuro sogro, ele a apoiava.
_ Cara, não me deixa cair... – ela comentou.
Estava quase cega com os flashes que disparavam ao seu redor. Mateus estava a sua frente e iria despejar pétalas no chão. (Dama de honra que se lasque, ela tinha um cavalheiro de honra). O sorriso do menino era enorme.
_ Jamais, criança. – o homem lhe respondeu.
Quando as portas se abriram, todo o barulho da igreja cessou ao redor de Eduardo. O silêncio que lhe tomou era maravilhoso.
Sua amada caminhava em câmera lenta até o altar, estava fascinado. Será que conseguiam enxergar em seus olhos o quanto estava apaixonado? Ela estava vestida com o seu estilo, sem tirar, nem por qualquer detalhe. A sua personalidade era uma das dezenas de coisas que admirava naquela mulher.
Já ela, quando botou os olhos em Eduardo, se esqueceu de sorrir para as pessoas. Estava com medo de tropeçar no tapete, apesar da causa do tecido do vestido nem tocar o chão.
Ao chegar ao altar, Augusto te deu um beijo na testa e, depois de abraçar o filho, entregou sua mão para a mão do noivo.
Ao segurar na mão de Eduardo, sabia que não iria mais cair.
Lu, que nunca tinha sido religiosa, não entendia uma palavra do que o padre dizia, só repetia as palavras quando lhe convinha.
Na hora das juras, ele quis fazer diferente e não repetiu uma palavra sequer que o padre lhe disse. Seguiu o seu roteiro próprio.
_'Leque... – ele começou, a igreja riu e Luiza sentiu o rosto corar. – Eu prometo que eu vou estar do seu lado, cuidar de você, te proteger de tudo... – os dois estavam emocionados. – Prometo estar do seu lado mesmo quando você for uma chata, e até insuportável, porque nunca conheci mulher tão marrenta. Prometo estar com você até quando seu cabelo vermelho ficar todo branco. – ela lhe sorriu e apertou a sua mão.
_ E ah... Prometo estar com você, na saúde, na doença, na tristeza, na alegria e blá, blá, blá... – todos riram mais uma vez. - Até que a morte nos separe. – ele encaixou a aliança de ouro na mão esquerda dela.
Ele ainda não podia dizer nada sobre o bebê, queria tanto poder, mas a imprensa ainda não sabia de nada.
_ Eu prometo estar com você todos os dias de nossas vidas. – ela não sabia como sua voz saia firme. – Até naqueles dias que você for um convencido, um idiota. Por que... Eu amo todas as versões de você. Até o engomadinho executivo. – ele lhe sorriu. – E vou lutar para te ver sorrir, porque o seu sorriso é a razão do meu. É sério, Eduardo... Na saúde, na doença, na alegria e na tristeza, até que morte nos separe. – também encaixou a aliança do dedo anelar da mão esquerda dele.
_ Pelos poderes concebidos a mim... – o padre começou.
Eduardo não pode esperar o padre dizer e a beijou antes da hora. Um beijo longo e carinhoso que arrancou os aplausos de todos.
Marido e mulher.
_ Pode beijar a noiva. – o padre disse aos risos.
Na recepção do restaurante, todos brindaram com champagne e Luiza tomava água com gás. A atmosfera era alegre e todos conversavam. Agora, ela estava sentada depois de tanto andar e cumprimentar as pessoas. Os pés estavam inchados e estava morta de fome.
_ Qual foi, Lu? – Eduardo sentou ao seu lado.
_ Eu tô varada de fome, como diz o seu pai. – Luiza comia uns canapés, e roubou alguns do prato dela. – Ei! O seu filho precisa comer!
_ Mas, ele não preciso de tudo isso, cara... Eu estou louco pra ir embora, sabia?
_ Ah é? Eu tô louca pra tirar esse vestido, o bebê tá ficando sem ar nessa roupa!
_ Quero ir embora justamente pra isso, pra tirar esse vestido. – ele a provocou.
Ela riu deliciosamente.
_ Você tá me provocando com essa meia e esse vestido curto desde da igreja, Lu! Isso não se faz. Vou me vingar!
_ Quero só ver, cara. – respondeu a provocação.
_ Luiza Santana Alcântara Machado, eu só não te provoco mais porque a fome tá grande... – ele deu um beijo no pescoço dela. – Ô, ainda acho que você devia ter deixado o "Maria" no seu nome...
_ Ia ficar um nome quilométrico. Imagina escrever tudo isso por extenso, ia levar a vida toda! E eu não gosto do Maria.
_ Se meu nome fosse João Eduardo seria bem legal. – ele disse em um brincalhão. – João e Maria na casa de doces! Cuidado, a bruxa tá vindo!
Luiza riu quando viu a sogra se aproximando da mesa.
_ Chegou a hora da dança.
_ Ah, mãe... – ele resmungou.
_ Agora, Eduardo. – a mulher finalizou em um tom de ultimato.
Luiza vestiu os sapatos novamente, os dois se levantaram e foram de mãos dadas para o meio da pista de dança. Após o anúncio de Augusto, os dois começaram a dançar a mesma música do noivado. Novamente sentiram aquele silêncio, existiam só os dois. Ela apoiou o rosto no ombro de Eduardo e ele a segurou na cintura.
Os dois se moviam ao som da música e se beijaram.
_ Te amo. – ele sussurrou em seus lábios.
_ Mentira. – ela riu da expressão surpresa dele. – Eu também, mas não conta pra ninguém.
Os convidados se juntaram aos noivos quando a música mudou para uma valsa comum, Luiza via Júlio com a mulher, Vitor com Beatriz, Eliane com o namorado paulista, e Augusto e Catarina.
Era só o começo, mas queria que eles fossem como aqueles casais daqui vinte anos.
A vida a dois estava só começando.
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Fogo e Gasolina - Chamas - v. 2
RomansMaria Luiza e Eduardo se encontraram quando ambos estavam perdidos, acharam um no outro razões para seguir em frente. Tornaram-se amigos e se apaixonaram profundamente, mas nem tudo seria flores na vida dos dois. Agora, rumo ao altar, a ruiva teria...