Por mais que os lamentos da minha mãe tenham continuado, cheguei à conclusão de que estou feliz com minhas escolhas de vida. Na verdade, estou muito feliz com elas. Eu prefiro muito mais manter a mente nos estudos, e não nos garotos. Sinceramente, a opção C não me assusta como à minha mãe. E à Lydia. Trabalhar muito com algo que eu adoro, ter ótimos amigos e conhecer o mundo? Isso me parece uma oportunidade de ouro. Tudo bem, eu tenho uma dívida debilitante... Mas, por outro lado, quem não tem uma dívida debilitante no momento? Trabalhamos muito para ficar tão endividados, e vamos trabalhar igualmente muito para nos livrar da dívida.
A Charlotte é um exemplo perfeito. Mesmo com a ajuda da tia, ela tem mais dívidas que eu, porque eu tinha uma bolsa de estudos parcial na faculdade.Mas acabei de encontrar com ela saindo da secretaria, onde estava ajeitando as coisas para o verão.
- Você vai fazer o quê?
- Vou trabalhar no campus no semestre de verão. No laboratório de edição e nos escritórios administrativos. Acabei de combinar tudo.
- Mas e a sua tese? - Sim, minha faculdade segue uma agenda trimestral, mas o nosso programa de pós-graduação não oferece os cursos que precisamos durante o verão. Então, eles dizem que o intervalo entre o segundo e o terceiro anos da pós-graduação é o melhor momento para mergulhar fundo e fazer o máximo possível do nosso projeto de tese, antes de voltar à loucura das aulas.
- Não vai ser tão ruim. Só vou garantir que um bando de alunos da turma de introdução à edição não destrua os computadores. Vou poder ter acesso aos programas de edição e trabalhar nos meus projetos lá.- Charlotte me explica todos os seus planos.
Eu devo ter parecido muito cética.
- O trabalho na faculdade me ajuda muito a pagar as despesas com os estudos. E, se eu economizar o suficiente, posso até dedicar mais tempo ao trabalho no outono. - ela fala novamente.
Mais uma vez, tive a impressão de que a Charlotte não estava me contando tudo, mas, de novo, ela não ia contar.
- Bom, tenho planos muito importantes pro verão. Só pra você saber - eu disse.
- Ah, é?
- É. Além da minha tese, aceitei dar aulas particulares de inglês pra alguns alunos do ensino médio. Então, finalmente vou assumir a cadeira confortável na biblioteca. Aquela da mesa grande, pra eu poder espalhar meus papéis. Ficar lá o dia todo.
- Uau. Você realmente sabe viver bem. - ela diz com um sorriso.
Dei de ombros, arrogante.
- É assim que eu vivo.
É, estou feliz com minhas escolhas de vida. Estudo o que eu adoro e tenho ótimos amigos.
Tá bom, tenho de admitir que talvez... só talvez... eu tenha sido um pouco crítica em relação a um certo jovem que está passando o verão na nossa cidadezinha. Principalmente com a especulação desenfreada sobre ele estar fugindo, se escondendo naquele condomínio de mansões ou, no mínimo, questionando por que diabos decidiu se mudar para cá. Mas tenho sorte de que minha irmã é uma pessoa extremamente nobre, e não vai ficar jogando isso na minha cara.
Senhoras e Senhores (da minha imaginação) Eu fui dura demais com Charlie Bingley. Querem saber o motivo dessa minha mudança de opinião?
Depois do encontro na semana passada, Bingley mandou flores para Jane no trabalho, para ela saber que ele estava pensando nela.
Primeiro, ele já ganhou ponto comigo por mandar as flores para o trabalho dela e não para nossa casa, pois com certeza mamãe daria pulinhos ao redor das flores, teria lido o cartão e faria um poster dele. Segundo ele andou stalkeando minha irmã nas redes sociais, porque ele mandou suas flores favoritas.
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Primeiras Impressões
Фанфик"É uma verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro de posse de boa fortuna deve estar atrás de uma esposa." Quem diria uma frase dessas no século atual? Eu conheço uma mãe bem apegada a tais tradições do século XVIII, e ela pensa bem a...