Se a morte escolhesse um local para coletar almas, a guerra seria o lugar o perfeito.
Nesse campo fétido esquecido por deus, eu e meus companheiros presenciamos os planos nefastos da morte da forma mais cruel. Afinal, A morte é a mãe da guerra...
Enquanto projéteis traçantes passam perto dos nossos rostos sujos de lama, toda esperança de saírmos vivo daqui vai se apagando como a frase no meu capacete. "MINHA FAMILIA MEU LAR", talvez essas palavras trouxessem algum conforto em dias calmos, mas em meio a chuva de morteiros atirados pelo inimigo, passam a ser palavras sem profundidade.
abafadas pelo barulho de helicópteros, que bombardeavam as casas-matas improvisadas no alto das arvores acima de nós. A pilha de destroços e pedaços humanos, caiam dentro das inúmeras valas formadas pelas bombas. Amontoados, que nos serviam apenas como barricada para conter os tiros de metralhadora e granada.
Era noite, a fumaça que subia, formava uma nuvem tao espessa quanto o gás mostarda que cegou os olhos do meu pai, na segunda guerra. Talvez a morte, tenha levado sua visão a fim de poupa-lo de ver o horror da guerra, e lhe dado a chance de voltar para sua jovem esposa e constituir uma família anos depois.
Mas para mim, a morte apenas lhe pregou uma peça. Anos depois, ela mandaria sangue de seu sangue para viver todo o mesmo horror, afim de tirar novamente uma parte dele e terminar o ciclo que ele criou. A morte é nefasta, ela é a mãe da guerra...
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