Resgate

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Mais uma base tomada, e outro ponto marcado nos radares dos aliados. mandavam nossa localização pelo rádio através das torres de transmissões precárias dos inimigos. podíamos ser rastreados a qualquer momento, mas não temíamos pois o poderio inimigo não era letal no ar, não tinham armamentos suficientes para derrubar um avião ou torre aliada. Alguns aliados nos ajudavam pelos mares e lagos ao redor da ilha. Barcos chegavam carregados de soldados e haviam contingentes espalhados por toda região. Mesmo bem armados, eram presas fáceis naquele lugar, tomado por barcas e botes parados na beira dos rios. Pegamos um pedido de ajuda de um grupo aliado próximo de nós. estavam cercados em um túnel que dava acesso aos vilarejos e suas munições haviam se acabado, eram mais ou menos dez homens.

Fomos rumo ao local com jipes e metralhadoras mas metade de nós ficou na base. não havia o porquê de irmos todos. Mesmo pegando o caminho mais curto, chegaríamos lá só ao amanhecer. Era noite, e ao passar pela estrada cada vez mais distante dos vilarejos, o mato alto cobria as portas do jipe a ponto de não vermos o que nos atacaria pelos lados. do banco do passageiro, olhei para a vegetação e vi vultos que corriam entre a mata. Aquele vulto saiu do mato correndo em direção do jipe.

Paramos o carro e tentamos entender o que aquele homem, que mais parecia uma assombração, tentava dizer. Até que, daquele mato levantaram mais homens e começaram a atirar em nossa direção. Só nos demos conta da emboscada, quando nos jogamos debaixo do jipe e enquanto o inimigo atirava, rastejamos para dentro daquela mata. Não sabíamos de onde vinham os tiros, então agachados jogávamos granadas para todo os lados que conseguíamos. Logo os gritos iam aumentando, e o barulho dos tiros iam diminuindo, o que nos deu a chance de levantar e atirar contra eles.

Perdi dois amigos na emboscada, e agora eu pensava se valeria mesmo a pena resgatar os aliados á custa de nossas vidas...

Com o jipe arruinado pelos tiros, agora íamos andando por aquele caminho iluminado apenas pela lua. Mais a frente, uivos de lobos eram ouvidos o que causava arrepio em boa parte de nós. Não éramos totalmente descrentes, as histórias que minha vó contava nas noites de tempestade, reforçava minha crença de que há coisas no mundo que o homem não sabe e nem nunca imagina. uma névoa branca tomou conta do caminho, e não víamos mais nada a nossa frente. foi quando eles apareceram...


O Pesadelo Da GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora