Se a morte escolhesse um local para coletar almas, a guerra seria o lugar o perfeito.
Nesse campo fétido esquecido por deus, eu e meus companheiros presenciamos os planos nefastos da morte da forma mais cruel. Afinal, A morte é a mãe da guerra...
Helicópteros despejavam bombas perto de nós, e o perigo vinha até do fogo amigo dos nossos aliados. O que restava era se rastejar e procurar um abrigo até o barulho acabar. Se não bastasse, as pequenas baterias antiaéreas lançavam balas de .50 no ar contra os aviões que passavam, me lembrava fogos de artifícios numa noite de réveillon.
Os tanques passavam de um lado para outro atirando a esmo, mas logo eram parados por granadas caseiras e coquetéis molotov. Até mesmo o terreno, era impróprio e irregular e eles caiam nos pântanos e grandes fossas. Eram trazidos pelos caminhões de armamentos, como uma força temporária que abria caminho explodindo casas e barricadas inimigas para nós.
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Mas por outro lado para mim de nada serviam, estar na linha de frente me dava a vantagem de me esconder em qualquer buraco sem ser notado. Sem falar que o motorista de tanque era um alvo premiado. para o inimigo, mata-lo significava subir de um simples soldado para um mártir. Alguns se incendiavam e corriam em nossa direção com o simples objetivo de diminuir nosso grupo, ou para nos forçar a sair das florestas e matas que eram incendiadas por eles.
Eram táticas suicidas, mas situações desesperadas pedem medidas desesperadas. é Como usar uma faca quando sua munição acaba, você sabe que é matar ou morrer. Já vi um amigo abraçar uma bomba para proteger um pelotão inteiro que descansava nas cavernas. Aquilo não era um ato heroico, era algo que precisava ser feito para o bem mesmo que aquilo ceifasse sua vida.
Erámos humanos, e o orgulho fazia parte de nós. Tínhamos responsabilidade de nos mantermos unidos, como uma família. Mas é preciso dosar nosso orgulho ou esse monstro dentro de nós, nos devorará. Nunca foi desse tipo de pessoa, apesar de passar poucas dificuldades na vida, não me orgulhava dos castelos que construí nem das riquezas que adquiri até aqui. Bens materiais não significam nada para mim, não vão me tirar daqui, muito menos comprará minha fuga desse inferno, o bem mais precioso por aqui é o respeito pelos meus companheiros e a consideração mútua, quando batalhamos lado a lado nessas trincheiras...
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