Capítulo cinco - É amor.

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Tomamos café juntos. Coisa que geralmente eu fazia sozinha, já que minha mãe nunca estava em casa. Logo depois do café, meu pai me chamou para as aulas de montaria, estava morrendo de medo mas fui obrigada a ir. Entramos no carro e fomos até aonde havia um cavalo preto, enorme. Vi Matheus escovando o cavalo quando paramos o carro proximo ali. Desci e fui me equilibrando nos saltos até a beira da cerca. Observava o cavalo no centro. Pude ve alguns caras sentados do outro lado, alguns riam e olhavam pra mim. Imaginei que devia ser pelo saltos e isso me deu uma raiva.

- Se lembra dele Sophie? - meu pai parou ao meu lado.

- Acho que sim, é o Anjo né? - disse sorrindo, me lembrando do cavalinho que havia nascido na noite anterior a que eu fui embora.

- Ele mesmo... Foi um pouco difícil amansar ele, mas acho que você vai conseguir andar nele.

- Não sei se eu consigo não... - falo indo ao lado do meu pai me equilibrando o máximo na terra solta embaixo dos meus pés.

- Bom dia Matheus - meu pai cumprimentou o rapaz que virou pra ele.

- Bom dia Adriano - ele fez um gesto com a cabeça e virou pra mim - Bom dia Sophie.

- Bom dia - sorri sem graça pra ele.

- Já esta pronto, precisa de mais alguma coisa ? - ele perguntou pro meu pai sem tirar os olhos de mim, analisando me dos pés a cabeça.

- Não, daqui eu ajudo ela. - meu pai falou serio e ele se afastou. Sentou na cerca aonde já havia alguns outros rapazes me olhando.

- O que eu faço agora? - perguntei um pouco tremendo vendo o tamanho do bicho na minha frente.

- Pode encostar nele So, ele não vai te morde. - meu pai segurava ele pela corda.

Me aproximei dele, ele parecia que se lembrava de mim pois abaixou a cabeça. Com um pouco de receio, consegui encostar a mão nele. Fiz carinho nele e ele parecia gostar. Não vi nada do que meu pai havia dito sobre ele. Fiquei ali um tempo até que reparei que ele estava com uma cela rosa. Meu pai havia pensado em tudo.

- Quer tentar subir So ? - meu pai perguntou

- Não vou cair e me matar ne? - perguntei um pouco com medo.

- Para com isso, você tinha metade do seu tamanho e montava sozinha. - ele disse com deboche.

- Me ajuda então que isso foi a metade da minha vida atras. - disse revirando os olhos.

- Não sei se vai conseguir com isso... - ele aponta pro meu pé. Novamente escuto algumas risadas, com raiva, tiro meus saltos e jogo longe. Ficando descalça.

Com muita dificuldade, ainda mais com os risos vindo da cerca, eu consegui me sentar em cima dele. No começo eu tava com muito medo de cair. Apesar de todo meu medo, eu estava gostando. Meu pai começou a puxar o cavalo e isso me deixou travada encima do animal.

- Conversa com ele Sophie, um cavalo reconhece seu dono. - meu pai falou.

- Não sou dona dele. - falo com os dentes cerrados.

Até que comecei a fazer carinho em seu pescoço com uma mão e a outra segurava forte na cela, logo percebi que meu medo tinha passado. Quando olhei pra frente, meu pai não estava mais puxando o animal. Eu estava realmente andando de cavalo sozinha. Isso me levou a muitos anos atras, fechei meus olhos e podia me ver pequena correndo atras do cavalo e subindo nele sozinha. De repente, ainda com os olhos fechados eu estava andando sozinha, quase que correndo.

- Você não esquece depois que aprende uma vez So - meu pai gritava, sua voz era feliz. - Como andar de bicicleta.

Dava pra ouvir todo mundo comentando como isso era possível, que ninguém havia conseguido andar nele sem cair, que só podia ser brincadeira. Ouvi até falar que apostaram que eu viria andar de saltos e iria desistir antes mesmo de subir no cavalo. Isso me fez sorrir, não por estar provando diferente, mas sim por eu estar me sentindo bem. Passei o dia andando a cavalo, no fim do dia, meu pai pediu que eu desse um banho nele que ajudava o cavalo a ganhar mais confiança. No começo ele me ensinou o básico, depois seu celular tocou e ele disse que tinha que ir ajudar Eva. Fiquei lá sozinha anotando mentalmente em depois pedir pra ele da um jeito do meu celular funcionar também.

8 segundos para o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora