Capítulo catorze - DNA abençoado.

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Como diria minha querida amiga Julia " Jesus me abana que eu to derretendo! " Que menino era esse? Ou melhor, que DNA era dessa família? Ele parecia ter bem mais que só 17 aninhos, ele era forte e todo estiloso. O oposto sem duvidas do irmão. Se eu não estivesse apaixonada por um certo cowboy, eu até diria que Pietro era meu numero, acho que ele era um numero universal. Okay, parei de babar no meu cunhado, ainda mais que ele acabou de quebrar todos meus ossos em um abraço.

- Então essa é a cunhadinha que eu tanto ouvi falar - Pietro disse sorrindo enquanto cumprimentava o irmão com um abraço. - Pelo visto não sou apenas eu que tenho bom gosto.

- Menos maninho, menos. - Matheus fala empurrando seu ombro.

- Com todo respeito, você é linda Sophie. - ele fala me fazendo corar.

- Obrigada - sorrio sem graça, segurando na mão de Matheus.

- Agora venham, que eu estou morto de fome. - Pietro faz uma careta fazendo nós rirem.

Vamos até a mesa que ele já estava sentado e nos sentamos. Tivemos um almoço tranquilo, totalmente animado. Pietro era incrível, não parava de falar e já tinha conhecido o mundo inteiro. Matheus e ele eram muito próximos, ficava encantada com o carinho de irmão que eles tinham. Rimos o almoço inteiro com as historias deles menores e das provocações de irmãos. Como sempre fui filha unica, nunca tive o gosto de ter alguém assim para estar ao meu lado desde pequena mas sempre admirei muito esse amor de família. Apos o almoço fomos em uma sorveteria que tinha ali perto. Passamos quase a tarde toda experimentando os mais diversos sabores de sorvete que eu ja havia visto, Pietro era fã dessa sorveteria então fez com que tomássemos sorvete até minha barriga doer. Ele era muito animado, o que devia deixar Matheus que é todo certinho de cabelos em pé. Pietro curtia musica eletrônica, mora sozinho em uma casa que Matheus alugou para eles mas preferiu morar na fazenda para poder treinar mais. Imagine as festas que seu irmãozinho não dava nessa casa? Coitado do meu namorado. O que fiquei espantada foi de Pietro nunca ter ido a um rodeio, só uma vez quando era menor, no mesmo rodeio que seu irmão seu apaixonou pela montaria e decidiu ser cowboy. Mas fiz ele prometer que iria na final do mundial me ver correr e vê Matheus montando. Tenho certeza que ele não irá se arrepender.

- Bom, vou indo nessa então que amanhã acordo cedo. - Pietro disse quando nos aproximamos de uma moto linda e enorme da BMW. Só me fez ter certeza que Matheus realmente mimava demais o irmão. - Foi um prazer te conhecer Sophie!

- O prazer foi meu cunhadinho. - sorri e o abracei.

- Se cuida em Pietro! - Matheus falou dando um abraço no irmão.

- Relaxa irmãozinho, juízo não me falta. - todos riram, pois se algo ele tinha em falta era juízo. Ele colocou seu capacete e saiu acelerando sua moto que fez um barulho alto.

- Mais um de seus presentes? - Perguntei me referindo a moto enquanto íamos pro carro.

- Não aguentava mais ele enchendo o saco sobre essa moto, o bom que ele lava meu carro sempre que mando agora. - ele sorri de lado por lembrar disso.

- Esperto você - riu enquanto entro no carro e vejo Matheus entrando também. - Aonde vamos agora?

- Surpresa. - ele sorri e sai com o carro.

No caminho fiquei observando todos os lugares que passamos, não conhecia esse lado da cidade, pra fala a verdade o máximo que eu conheci foi o shopping quando vim com o Lucas. E por falar nele, enviei diversas mensagens para ele e ele nem se quer me respondeu, não entendi até agora o que aconteceu mas vou deixar ele no seu tempo. Matheus parou o carro em um estacionamento, percebi que era um bosque devido as enormes arvores que havia em volta. Ele veio abrir a porta para mim e me ajudou a descer. Fomos andando até a entrada, assim que entramos fiquei encantada. Havia famílias fazendo piqueniques embaixo das enormes arvores, animais correndo, casai passeando, algumas fontes e no fundo um lago enorme do qual estávamos indo em direção a ele. De frente pro lago havia um banco que nos sentamos.

- Que lugar lindo - digo sorrindo.

- Aqui foi o primeiro lugar que conheci depois que cheguei aqui. - ele fala olhando pro lago - Quando minha mãe morreu, viemos embora pra cá. Pietro era pequeno, escapou da minha mão e correu pra cá. Tinha um Mickey com um chapéu enorme na porta, ele correu até ele e ganhou um algodão doce. Quando eu e meu pai viemos atrás dele, ele tava sentado aqui olhando o lago. - ele sorri de lado lembrando disso - Quando perguntamos o que ele tava olhando, ele falou que era a mamãe, que ela havia virado uma sereia e morava dentro desse lado. Desde então aqui é o nosso lugar favorito.

Fiquei encantada com a história dele e desse lugar e feliz por ele ter me trazido aqui. Não sabia o que falar, apenas encostei minha cabeça em seu ombro e segurei na sua mão que estava sobre sua perna e ficamos em silêncio encarando o lago.

- Porque sua mãe foi embora ? - ele quebra o silencio me encarando.

- Minha mãe sempre sonhou em ser uma modelo famosa - levanto meu rosto para olhar para ele - quando conheceu meu pai em um rodeio, foi amor a primeira vista. Então no meio desse amor todo, ela engravidou de mim. Bem na época que meu pai recebeu a chance de vim embora para cá. No começo ela não sabia p que fazer comigo, pois ela não queria ser mãe. - abaixo meus olhos ao lembrar disso - Mas no fim, ela aceitou a gravidez e desistiu da carreira vindo embora com meu pai. No começo ela disse que era tudo perfeito, meu pai se tornava a cada montaria mais e mais a lenda que é hoje. Mas depois começou a se tornar tudo igual, minha mãe sempre foi de família boa e viveu no luxo e ela sentiu falta disso. Quando pediu para que meu pai voltasse embora já que iria se aposentar mesmo, mas ele não quis. Ai começaram as brigas, lembro que chorava muito com a gritaria que vinha do quarto deles. Até que em uma noite de chuva, assim que eu cheguei em casa com meu pai depois de ter ajudado Anjo a nascer, ela disse que era para eu ir dormir que iriamos viajar na manhã seguinte. No outro dia quando perguntei porque meu pai não iria viajar com a gente, ela disse que ele tinha algo mais importante que a família. Desde então eu sempre mantive isso comigo, achando que meu pai não ligava para mim e quando cheguei aqui eu percebi que na verdade eu que sempre o afastei. Minha mãe conseguiu ser uma das agencias de moda mais renomada do pais e eu estava cursando a melhor faculdade de medicina do pais. E hoje estou aqui... - olho pra ele e sorriu.

- E você não acha que esta fazendo o mesmo que sua mãe? Digo, abrindo mão de um sonho pra viver isso aqui... - ele faz sinal com a cabeça para nossas mãos entrelaçadas.

- Eu nunca quis ser medica, sempre me vi muito ligada aos animais mesmo sem entende por que. E não pense que é só isso que me mantem aqui. - levanto nossas mãos e sorriu. - eu amo essa vida. Mas se um dia não for o bastante, eu sempre vou ter um lugar para volta. Só não irei magoar ninguém como ela fez.

Ficamos conversando sobre o que minha mãe acharia do nosso namoro e sinceramente acho que ela diria que estou cometendo a mesma loucura que ela um dia cometeu. Mas eu não vejo assim. Eu gosto de estar aqui, não só pelo Matheus, mas por tudo. Ela não entenderia de primeira, mas ultimamente minha mãe tem sido tão legal comigo e nossa amizade esta aumentando cada dia que passa, acho que no fundo ela ficaria feliz por eu estar feliz.

Quando chegamos em casa, nos despedimos e Matheus foi embora. Entrei em casa e fui tomar um banho. Depois peguei meu celular e fiquei conversando com Julia. Combinamos de semana que vem ela vim pra cá. Estava animada, já que não via as meninas a um bom tempo e a Jú sempre foi uma das minhas melhores amigas desde que voltei para o Brasil já que eramos vizinhas. Ela já esteve aqui algumas vezes, a ultima vez diz ela que encontrou o amor da sua vida em uma balada e me fez prometer que iriamos voltar lá para ela caçar o boy novamente. Ela era louca de tudo, não via a hora dela chegar. Depois de combinarmos tudo certinho, fui dormir.

8 segundos para o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora