Capítulo vinte e cinco - No fim, tudo é ilusão.

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Finalmente o grande dia chegou. Eu sei que o meu grande dia já havia sido, mas para a final das montarias eu estava bem mais nervosa. Sabia que era apenas alguns pontos que separava Matheus do Lucas e hoje tudo poderia acontecer. Meu melhor amigo ou meu namorado sairiam campeões mundiais desse ano e eu já não continha minha felicidade.  Acordei cedo indo fazer minha higiene matinal e tomar um bom banho, sai do banheiro já dançando e cantando pelo quarto todo. Resolvo já separar minha roupa dessa noite, como se fosse uma tarefa fácil. Depois de tirar e vestir quase todas minhas camisetas e botas. Até vestidos coloquei. Resolvi que deveria fechar a noite como a primeira vez que estive presente em alguma competição, só que sem salto. Escolhi uma saia de couro preta, uma baby look branca com uma jaqueta de couro por cima. E nos pés, a minha xodozinha, a texana branca e rosa que ganhei do meu pai. Deixei a roupa separada encima da minha cama. Vesti um vestidinho florido e desci tomar café.

- Bom dia campeã! - meu pai dizia sorrindo ao me ver entrando na cozinha.

- Bom dia pai. - sorrio passando por ele e lhe dando um beijo, me sento ao seu lado. - seu voto vai pra quem hoje papai?

- Não posso falar muito, os dois tem meu nome por trás. - ele fala enquanto colocava café para mim.

- Quem vê pensa que ele não está torcendo pro Genro, né? - Eva diz revirando os olhos e nos fazendo rir, depois se senta com a gente para tomar café.

Tomamos nosso café nesse clima de brincadeiras, mas no fundo era verdade, meu pai amava o Matheus como um filho e tenho certeza que seria um orgulho de pai se ele ganhasse hoje. Era isso que eu mais admirava no Matheus, o carinho e a consideração que ele tinha pelas pessoas próximas. Graças a ele eu aprendi a valorizar minha família e tudo o que tenho. No fundo eu não sei o que será do próximo ano, se irei continuar aqui, se irei voltar para o Brasil, mas dessa vez eu sei que vou seguir meu coração em qualquer decisão que eu venha a tomar. Minha mãe está com tanta saudades, que eu jamais imaginei que ela iria quase implorar para que eu fosse visita-la, ela que se pudesse teria me deixado no colégio interno minha vida toda. Essa distancia só nos uniu ainda mais, iria aproveitar agora que as competições acabaram e ir com o Matheus vê-la, aproveitamos e já visitamos o louco do irmão dele que foi embora com a Julia. Acho que o Matheus queria arrancar cada pedaço de pele do coitado quando contamos a ele, mas fazer o que se aquela maluca laçou de vez o menino. Lembro até hoje a cara do Matheus de quem iria amarrar o Pietro no pé da mesa para ele não ir embora. Mas no fundo ele sabia que o irmão dele merecia ser feliz, mesmo que em outro pais.

Esse clima de nostalgia acaba comigo. Queria ir correndo até o Matheus, mas sei que dia de rodeio ele passa o dia encima de um touro treinando, ainda mais hoje.

Resolvi que ia para a cidade da uma volta e comprar alguma coisa para dar de presente para minha mãe, já que iria vê-la em breve. Subi para meu quarto, já que era cedo ainda. Troquei de roupa, colocando o de sempre, calça jeans, bota e uma regata. Peguei meu óculos de sol e fiz um rabo de cavalo. Ainda estava com medo de dirigir o meu novo presente de aniversario, mas não podia negar que era linda. Peguei a chave e resolvi ir com aquela belezinha mesmo. Já me sentia pequena, mas perto da minha Dodge Ram 2500 eu era minuscula. Que Nossa Senhora da Direção me proteja e eu não passe por cima de nada e nem ninguém.

Apos meia hora eu finalmente consegui estacionar. Estou quase pensando em comprar um bugy, muito mais fácil. Comecei a andar pelas lojas que eu já conhecia e sabia que minha mãe era viciada na marca, mas como no fundo Sophie Mecglover ainda vive em mim, acabei comprando mais coisas para mim e não consegui escolher nada para ela. Nem vi a hora passar, só percebi que já era a hora do almoço quando minha barriga roncou de fome. Fui até a praça de alimentação e pedi um lanche, enquanto esperava na fila, vi Becker sentada sozinha em uma mesa. Como fazia muito tempo que não conversava com ela, vou até ela.

8 segundos para o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora