Destiel

When I look in your eyes

É impossível não olhá-lo, não admirá-lo, não desejá-lo. Dean Winchester, o cara mais popular da escola, estrela do time de baseball, conhecido por pegar as meninas mais bonitas da escola - pegá-las e largá-las -, um arrasador de corações. Mas isso nunca o impediu de roubar o meu.

E agora ali está ele, todo risonho com seus amigos, na frente de seu armário, e eu não consigo desgrudar os olhos.

- Hey! Clarence! - Olho para Meg, minha melhor amiga, que sempre me chama assim, desde que nos conhecemos na 7ª série. - Lá vai você de novo, babando pelo Winchester.

- Não estava babando.

Falo, voltando minha atenção para o armário aberto, pegando meus livros e caderno para a aula de Inglês.

- Não mesmo? E essa saliva aí no seu queixo... - Automaticamente passo a mão no queixo. - Te peguei.

- Engraçadinha.

Faço careta pra ela.

- Sério, Cass. Você tem que parar com isso, ele é hetero e um brutamontes, vai que ele vê e se ofende de alguma maneira.

Ela diz com seu tom de voz preocupado e fraternal.

- Talvez tenha razão...

- Eu sempre tenho razão.

Ela me interrompe propositalmente.

- Mas eu não sei se consigo...- Meu olhar vai em direção ao loiro de sardas, novamente. Desvio rapidamente, ao sentir o olhar recriminatório de Meg ardendo na minha nunca. - Bem... Você tem razão. Sem falar que ele nem sabe que existo... Eu vou pra aula.

Digo fechando meu armário, me distanciando da minha amiga, com os pensamentos distantes, mas não tão distantes. Esbarro em alguém e meus livros vão ao chão, logo me abaixo para recolhê-los, mas a pessoa também se abaixa pra me ajudar. Nossas mãos se encostam e eu sinto um formigamento.

- Desculpa...

A voz dele... Levanto o rosto, encarando Dean Winchester.

- E-Está t-tudo bem...

Eu tinha que gaguejar! Encaro o oceano esverdeado que são seus olhos e pela primeira vez ele encara os meus olhos.

- Foi mal, Castiel...

Ele diz me ajudando a levantar, depois de catarmos os livros. Ele sabe meu nome!

- Você sabe meu nome...

O cochicho sai audível o suficiente, e meu sorriso também se nota á quilômetros. Droga!

- Claro que sim. - Ele me encara, uma risada meio sem jeito. - Fazemos biologia juntos desde o ano passado.

- S-Sim. É c-claro...

Esse leve sorriso foi o suficiente pra me deixar sem graça e com um frio na barriga. Tenho certeza que estou, corado. Desvio o olhar, tentando disfarçar, mas eu sei que não deu certo.

- Hey, Dean, vamos, a aula já vai começar...

Baltazar, outro membro do time, surge sacudindo os ombros de Dean.

- Ah... Eu vou...

- Claro, eu também tenho... que... ir.

- Até, então...

Ele diz por fim. Passamos um pelo outro, depois de uns dois segundos andando, eu já não me aguento. Olho para trás, e ele está me olhando. Me olhando de uma maneira que eu nunca fui olhado, e que, com certeza, ele nunca olhou para nenhuma das meninas que ele pegou.
Logo quando eu estava prestes a desistir, vem um momento desses, uma situação dessas, só pra aumentar as minhas esperanças.

..o..o..o..

Dias se passam, e eu notei que ele esteve me olhando, sempre de maneira discreta. Mas hoje ele não me olhou, nenhuma vez... Na verdade mal o vi. É como se ele estivesse fugindo.

Estou andando pelos corredores, quando passo pelo armário de limpeza do zelador, a porta se abre e eu sou puxado pra dentro dela. Dean Winchester me encara. O susto me deixou ofegante, mas a sua proximidade me tirou todo o fôlego. Respiro fundo, encarando seus olhos verdes.

- Para de me olhar assim. Você não sabe como eu fico quando você olha em meus olhos dessa maneira.

Sua voz um sussurro carregado de um desejo que eu nunca vi.

- É inevitável.

Não sei de onde tiro coragem pra falar isso sem gaguejar. A proximidade de nossos corpos está me deixando quente... Encaro sua boca, tudo o que sempre desejei á centímetros de distância de mim. Avanço nela, encontrando-a com a minha. Dean fica estático, eu me afasto, ele me olha intenso e logo sua boca está grudada á minha de novo.

Ele me puxa mais pra perto de si, segurando firme em minha cintura, eu levo minha mão ao seu cabelo, acariciando-o, puxando-o levemente, enquanto sinto meus lábios serem marcados por pequenas mordidas. Pequenas e excitantes. Minha outra mão vai até suas costas, onde cravo minhas unhas no tecido e arrasto, ouvindo o arfar deste loiro gostoso que me beija.

- Você tá me deixando louco, moreno.

Ele aperta minha bunda com as duas mãos, roçando nossos membros já despertos. Dean me imprensa contra a parede, beijando, lambendo e mordendo meu pescoço e minha orelha, me levando a loucura.

De repente a porta desta minúscula sala é aberta, o zelador nos encara, nós encaramos o zelador.

- O sinal já tocou, meninos. Vão pra aula.

Diz completamente sem expressão, abrindo o caminho nós passamos por ele. Os corredores estão vazios, e Dean aproveita pra me dar mais um beijo. Então de repente está dando risada.

- Você viu a cara do Matt?

Dou risada também.

- Metatron deve ter ficado traumatizado.

Digo, só pra logo em seguida ser grudado em um armário e receber mais um delicioso beijo. Dean entrelaça nossos dedos acima de nossas cabeças.

- Amo seu sorriso.

- Eu amo o seu... Mas vamos logo pra aula.

Digo empurrando-o de leve pra longe de mim.

- Ok. - Eles saiu na frente, andando de costas enquanto me olhava. - Minha casa, hoje, ás oito. Estarei sozinho e quero você lá. Esteja lá!

- Eu estarei.

FIM.