Chego finalmente ao meu quarto, pronta para saber o que estava ocorrendo, ali. Anciosa abro a porta e deparo-me com Ekto sentado de perdas cruzadas acariciando o cabelo de Maricom a cabeça deitada no seu colo ambos de mãos dadas.
Owww aquela cena fez-me sorrir até me doer o maxilar e eventualmente as bochechas que estavam mais vermelhas que um tomate...- eu sabia, eu sabia, namorados primos e casados e etc já me esqueci do resto da letra...- neste momento Ekto e Mari olhavam para mim como se eu fosse doida...OK eu era doida ou pelo menos naquele momento estava a ser, owww mas aquela cena entre casal é tão fofa owww!
Eu ja estou a imaginar, jantares em família eu a tomar conta dos seus, três filhos, e claro do cachorrinho chamado pincel um Bigle como é obvio...- Catarina?! Alooo acorda, estas... - Ekto desperta-me do meu "sonho do futuro", replicando o meu nome. O que levantou uma questão, como sabiam o meu nome se eu nunca o tinha referido antes?!?!...aaa pois, o Diego e as 5 semanas sinistras em que me havia espiado, penso eu, até interromper Ekto resmungando como uma adolescente neurótica e rabujenta.
- está bem já ouvi ! eu estava a imaginar o vosso futuro com 3 filhos um canhorro Bigle, e...- desta vez foi Ekto a interromper-me com uma pequena gargalhada presunçosa, que rapidamente desaparece com outra explicação de Mari...
- Catarina...os vampiros ou seres, mitológicos não podem procriar. - eee tinha que vir mais uma interrupção do meu "sonho do futuro"...mas eu resolvo já...
- não faz mal, adota-se - digo depressa e decidida, tentando continuar a descrição do tal sonho, mas já era tarde e aquelas horas eu já não dizia coisa com coisa, e era melhor dormir do que desparatar pela aquela conversa dentro.
- bem mas amanha decidimos os pronenores, agora haããw eu vou dormir que já é tarde e vocês haããw vão namoriscar daqui para fora - eles olham de novo para mim e dão umas duas,ou três gargalhadas abafadas pelo seu sono, penso eu, na verdade nem sei se eles dormem.
Eu ainda não sabia muito a cerca do assunto de vampiros e / ou criaturas mitológicas, ainda era um território muito novo que eu teria que explorar sozinha, e de modo a não ofende-los claro.Enquanto reflito sobre esse assunto vou me preparando para dormir, vou ate ao armario e tiro uma espécie de camisola de alsas finas, preta, e uns calções largos cinzentos...faço a minha higiene e vou dormir ainda com a cabeça ocupada com ideias, medos, sonhos, ambos relacionados com o mesmo tema, e acompanhados por uma estranha sensação de vigilância, sentia-me vigiada para onde quer que fosse. Certamente seria só imaginação minha, como sempre...acabo por fechar os olhos e cair suavemente nessa noite escura e perigosa contrariando a canção doce e embaladora do vento, outrora referida, que traspassava as arvores do bosque, e abanando-as ténoamente...
P.o.v Adrian
Observo Catarina a adormecer suavemente na cama. Passado um pouco já se tinha emaranhado totalmente nos lençóis e atirado com as almofadas para o chão, mas apesar disso o seu cabelo continuava impecável, um pouco despenteado mas, o brilho, a cor, as ondulações, exatamente igual ao momento em que chegou a casa, parece um anjinho a dormir, tão pura como uma criançinha de 5 anos, inocente e inconsciente dos perigos que a rodeiam...farei tudo o que estiver ao meu alcance para te proteger...ma préciouse...
Salto da varanda de onde a vigiava e aterro no jardim, decido ir passear pelo bosque, para resfriar as edeias.
(...)
Dava voltas e voltas mas para onde quer que fosse só pensava nela. Na sua pele morena nos seus olhos escuros como a noite, e a ruga que fazia no nariz sempre que sorria, não que a tivesse visto a faze-lo muitas vezes.
Ouço passos vindos na minha direção, que ressoavam nas pedras e levantavam pequenas nuvens de poeira branca...olho na direção dos passos e vejo um rapaz a emergir da floresta.
Reconheço de imediato o rosto do rapaz que agora se encontrava frente a mim...