Nosso primeiro sim juntos.

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Sexta-feira, 11 de setembro de 2015.

Eu nunca gostei de surpresas, mas você vivia me surpreendendo e, consequentemente, me fazendo gostar de ser surpreendida. Já estávamos juntos a dois anos e alguns meses quando você resolveu me fazer mais uma surpresa. Das boas.

Nosso relacionamento nunca foi fácil, nós discutíamos bastante, mas fazíamos as pazes logo depois de um beijo, não fazíamos o tipo de casal vai e volta e eu já tinha deixado claro que se, num futuro inexistente, nós terminássemos, não teria volta. Sempre fui oito ou oitenta, comigo não tinha essa de ficar em um relacionamento ioiô, ou de ficar com alguém por ficar. Ao mesmo tempo que considerava isso uma qualidade, também era um defeito. Eu me entregava demais e muitas vezes dava tudo pra alguém e não recebia metade de volta. Mas com você era diferente. Eu dava minha vida pra você e recebia a sua vida de volta. Sempre foi recíproco.

Essa foi uma das maiores razões para dizer sim pra você.

Aquela dia você me levou até o Top of The Rock ver o por do sol. Sempre quis ir lá, ver NY de cima, mas nunca havíamos conseguido ir, até aquela tarde. Quando o sol estava se pondo, os prédios já acendiam suas luzes e todos a nossa volta formaram um círculo, ouvi no fundo alguém tocar violão e logo reconheci a música. Era "Two is better than one" do Boys Like Girls, uma das minhas bandas favoritas e uma das músicas que eu te mostrei dizendo ser a nossa.

Você cantou boa parte dela olhando nos meus olhos e segurando minhas mãos, até se ajoelhar e minhas vistas embaçarem. Você tirou uma caixinha de veludo preta do bolso e a abriu ainda ajoelhado. Tinha um lindo anel com um solitário lapidado em forma de coração. Você sorriu com lágrimas nos olhos e as minhas logo rolaram pelo rosto.

— Eu sei que não sou muito bom nisso... sabe, colocar meus sentimentos em palavras... mas, bom... Eu amo você, muito, e gostaria de saber se... Você aceita casar comigo e ser minha pra sempre?

Eu já não conseguia conter minhas lágrimas, tampouco o meu sorriso, mas me ajoelhei ficando na sua altura e você sorriu.

— Você aceitar casar comigo e ser meu pra sempre? – perguntei pra você.

— É tudo o que eu mais quero. E você, aceita?

— É tudo o que eu mais quero!

Tremendo, você colocou o anel em meu dedo anelar e logo depois eu te agarrei em um beijo de tirar o fôlego e nem me dei conta de que as pessoas ao nosso redor batiam palmas.

Nós havíamos acabado de dizer o nosso primeiro sim juntos e tudo que eu queria era comemorar entre 4 paredes, Charlie.

Nós saímos de lá e passamos em um mercado pra comprar vinho e duas taças, depois fomos para casa dos seus pais, já que eles estavam viajando e seu irmão tinha ido pra casa da namorada dele, não voltaria tão cedo. A casa estava vazia pra nós dois. E nossos hormônios estavam lá em cima devido a felicidade gritante que exalávamos.

Entre taças de vinhos e beijos quentes, fizemos sexo em todos os cantos da casa. Foi um dos melhores dias da minha vida, amor, simplesmente porque as melhores primeiras vezes da minha vida, foram com você e tudo com você, é o melhor para mim.

Nosso casamento três meses depois daquele dia, não foi muito diferente. Casamos na mesma igreja que meus pais em uma cerimônia um pouco grande e chique – culpa dos seus pais –, mas foi tudo tão maravilhoso que não tinha como desejar algo melhor. Já nossa festa, foi no jardim da sua casa com direito a piscina aberta aos convidados. Nosso casamento foi assunto de semanas, tudo por causa do nosso primeiro ano que nós fez ficarmos conhecidos. Eu tenho até hoje guardado uma revista que tinha uma foto do nosso casamento na capa que dizia "O famoso casal serenata sexy se casam". Eles tinham várias fotos da cerimônia, até estranhei na época, mas lembrei que minha mãe havia permitido que um fotógrafo da mídia aparecesse por lá. Em uma das revistas, você deu uma entrevista e se declarou por mim mais uma vez. Ah, Charlie, quando eu penso que não tem como amar alguém ainda mais, vem você me surpreendendo e me fazendo amar você ainda mais que o normal.

E esse é mais um motivo pra você me deixar ir: eu preciso ir pra dar a chance de alguém poder viver um amor igual ao nosso, porque sei que não é todo mundo que vive isso e que é uma chance em um milhão. Creio que a próxima pessoa que nasça destinada a amar como eu amo você, será grata a mim de alguma forma e eu serei, de alguma forma, a responsável.

Deixe-me ir  [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora