Super Lila - Completa

Capítulo 5

No dia seguinte ao da festa, fui acordada com barulhos estranhos. Não era um som muito alto, mas desde o meu aniversário meu sono era super leve. Então eu acordei com os primeiros passos da minha mãe no andar de baixo em direção à porta da frente, logo depois da campainha, que normalmente não era audível do andar de cima, tocar. E eu ouvi vozes.

Primeiro percebi duas pessoas que eu identifiquei como mais velhas, minha audição era incrível agora para distinguir sons, mesmo com o colar, que foram cumprimentadas efusivamente pelos meus pais. O que me fez estranhar. Meus pais não eram os seres mais sociáveis do mundo e eu conhecia todos os seus poucos amigos, que em geral se limitavam a seus colegas de trabalhos, sendo que esses não frequentavam a nossa casa nos fins de semanas a não ser por motivos de trabalho. O que não parecia ser o caso, já que nesse sábado a minha mãe estava de folga, o que era raro.

Então, ouvi uma terceira voz, que eu logo reconheci. E isso fez com que eu simplesmente saltasse da cama e me vestisse com a primeira roupa que vi pela frente, antes de descer rapidamente as escadas. Porque era muita ousadia da parte dele!

– Filha! – minha mãe me chamou, me olhando com um enorme sorriso. Logo em seguida me apresentou para aquele casal, que aparentemente tinha a mesma idade dos meus pais, e eram velhos amigos. – Deixa eu te apresentar para o Mike e a Alana!

Minha mãe parecia bastante surpresa com a visita inesperada, mas feliz. O que não era normal para ela. Em geral, ela não se entusiasmava nem um pouco com visitas inesperadas.

– A gente não se vê há tantos anos! – a mulher, a Alana, disse antes de me abraçar de maneira apertada.

Claro, porque é algo perfeitamente normal a gente ser abraçada desse jeito por alguém que não conhece. Só que não.

– Como você está crescida! – o tal de Mike falou ao me abraçar. Também apertado. Ai, que saco! – E deixa eu te apresentar o nosso filho. – e o homem mais velho chamou aquele... ser intragável.

O que só podia ser uma grande brincadeira de mau gosto.

– Esse é nosso filho, Logan. – a Alana, que era loira, com a pela clara, e nada parecida com... aquele ser... falou.

O que foi a deixa para ele se aproximar de mim com um enorme e cara de pau sorriso.

Puta merda! Fazia poucas horas que eu via o cara pela primeira vez e agora ele estava se infiltrando na minha casa!

– Agora é minha vez – ele veio de braços abertos com uma expressão debochada tentando me abraçar, tal como os pais fizeram.

– Não ouse. – falei em voz baixa, mas foi o suficiente para que a minha mãe, que estava mais perto do que eu percebi, ouvisse.

­– Olha os modos, Lila. – ela disse em voz baixa me repreendendo.

E isso fez com que duas coisas acontecessem ao mesmo tempo. Logan ergueu suas sobrancelhas escuras e um pouco grossas, mas que mesmo assim não tiravam seu charme (eu detestava admitir, mas o cara era charmoso) e me encarou de forma vencedora; e eu fui obrigada a aceitar seu abraço que durou mais do que o tempo apropriado, na minha opinião. E o pior de tudo: ele era cheiroso.

Depois disso, tive que ficar conversando um pouco com os recém-chegados e ele foram convidados não só para o almoço, mas para todo o fim de semana, já que não moravam na nossa cidade. Aparentemente, os quatro mais velhos não se viam há anos e a visita aconteceu justo no dia posterior ao meu encontro com... aquele ser. O que não era nem um pouco estranho. Que isso.