25 - didn't find a title

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não sei se ta dando pra ver direito na midia mas a obcecada por manip aqui pintou as unhas do michael com glitter e esmalte rosa

❃ ❃

Aquele seria o último domingo em que Michael iria à igreja com sua mãe antes das férias, então ele tentou não reclamar tanto.

Ele se sentou num dos bancos da frente e tentou ignorar os olhares 'discretos' que lançavam para si, pegando o livreto com as letras de algumas músicas da igreja que o entregaram na entrada.

Michael não queria, mas uma hora ou outra olhava para os lados e para trás, em busca de um garoto alto de cabelos loiros e piercings no lábio e no septo. Não era tão estranho assim Luke não aparecer por ali, até porque ele parecia detestar o lugar, mas Michael já estava começando a se acostumar a chegar e ver o garoto de trajes pretos jogado no banco da igreja enquanto sua mãe o repreendia.

Clifford balançou a cabeça em negação, tentando deixar os pensamentos sobre Luke para trás. A tela de seu celular, que estava em seu colo, acendeu e uma nova mensagem apareceu:

edward cullen: já chegou na igreja?

O sobrenome de Edward não era mesmo aquele, mas Michael pensou que seria engraçado colocar seu nome de contato assim. Seu humor era um tanto bobo.

michael: já cheguei sim, mas a missa ainda não começou

michael: eu estava lendo as músicas num livrinho aqui e eu acabei de descobrir que a Rosana não é uma mulher

edward cullen: que Rosana?

michael: aquela da música que o pessoal canta na missa, sabe? e também é Hosana com H, não R

edward cullen: meu pai me olhou estranho pela altura da risada que eu dei agora. só você mesmo, gracinha

"Michael, para de falar com os namoradinhos e presta atenção porque a missa vai começar agora. Guarda esse celular." O menino escutou a voz de sua mãe e ia protestar sobre os namoradinhos, mas apenas se despediu rapidamente de Edward e guardou o celular no bolso para se levantar.

Três segundos depois ele teve que se sentar novamente e se censurou por querer praguejar em voz alta. Era sempre assim, um senta e levanta até o final da missa que Michael nunca se acostumava.

O padre estava lendo um versículo da bíblia quando um barulho de passos foi escutado, então todos se viraram para a entrada da igreja, onde Liz e Luke se encontravam. O loiro com as mãos em sua jaqueta, sem medo de encarar as pessoas ali presentes, enquanto a mulher ao seu lado tinha a cabeça baixa, parecendo extremamente envergonhada.

Quando os olhos azuis de Luke encontraram os verdes de Michael, Clifford tratou de se virar para frente e desviar sua atenção para suas unhas pintadas de rosa com um pouco de glitter.

De repente o garoto se pegou pensando no que Luke diria se visse suas unhas daquele jeito.

"Não importa o que ele diria, cala essa boca Michael." O de cabelos cor-de-rosa murmurou, atraindo a atenção de Karen, que perguntou:

"O que você está falando aí?"

"Nada, mãe. Deixa pra lá."

O menino olhou para a esquerda e viu Luke e Liz se sentando no banco ao seu lado, como sempre, a loira parecia falar com seu filho como se estivesse brigando com ele.

Michael se perguntou se em casa Liz ainda tratava Luke daquela forma, como se ele estivesse sempre errado. Sim, Hemmings não era o garoto mais bem educado e muito menos o mais exemplar do mundo, mas aquilo não significava que sua mãe devia reprimi-lo a praticamente todo segundo. Se Luke suspirasse alto demais lá estava Liz o repreendendo por fazer barulho na igreja.

Talvez aquela fosse a razão pelo qual Luke se comportava tão mal na escola: como não podia fazer o que tinha vontade em casa, descontava tudo em seus 'colegas' e professores do colégio.

Outra vez Michael balançou a cabeça para afastar os pensamentos, que sempre acabavam sendo ocupados por Luke.

Já estava mais do que na hora de parar.

-

Durante toda a missa Michael e Luke trocaram olhares, como sempre foi. No final, algumas pessoas que eram frequentes ali se reuniram para falar sobre uma tal excursão. Liz e Karen estavam no meio, o que significava que Luke e Michael aproveitariam para sair (separados) da igreja discretamente.

Michael, que estava logo atrás do loiro, parou nos primeiros degraus da igreja ao ver Hemmings se sentar na calçada com um cigarro já aceso na mão. Ele não fazia ideia de que Luke fumava, nem nunca imaginaria. Clifford estava na dúvida se saía dali ou se ia até Luke, mas no fim permaneceu parado no meio da escada observando o loiro tragar o cigarro que estava entre seus dedos, soltando a fumaça várias e várias vezes.

Luke passou a mão livre pelos cabelos que agora estavam formando alguns cachos e em seguida jogou o cigarro na rua. Ele cruzou os braços em cima dos joelhos e abaixou a cabeça.

Michael pensou em ir até Hemmings, mas quando colocou um pé no degrau de baixo escutou a voz de Karen atrás de si:

"Vamos embora filho?"

O menino se virou para ela e abriu a boca, mas desistiu, apenas assentindo com a cabeça. Ele esperou que ela chegasse ao seu lado para terminar de descer as escadas.

Luke, que voltara a levantar a cabeça, olhou para os dois quando eles passaram ao seu lado, e revelou seu rosto e olhos vermelhos e marejados, suas bochechas molhadas e o lábio inferior trêmulo. Michael teve que olhar para trás duas vezes para confirmar seu pensamento de que Hemmings estava chorando. E então ao invés de dizer algo ou voltar atrás para ir até o loiro, o menor desviou o olhar e seguiu seu caminho com sua mãe.

Michael passou o resto da tarde pensando em Luke chorando e o arrependimento de não ter ido falar com ele quando teve a chance.

painted nails ❃ muke [INTERMINADA]Where stories live. Discover now