Segundo

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Não o apertei com medo de quebrar todos os seus ossos, ele parecia ser tão frágil e ao mesmo tempo tão forte, tão adorável que queria apertar suas bochechas. Mas naquele momento eu só queria congelar o tempo e ficar morando naquele abraço minha vida toda.

- Oi... – Ele disse baixinho, quase inaudível, parecendo até só para mim ouvir, soltando-me em seguida e voltando para o sofá.

Mal tive tempo de responde-lo e meus pais já me pediram para sentar ao seu lado dizendo que queriam conversar comigo sobre um assunto importante.

- Então, a senhora disse que seu filho afirmou que Gerard bateu nos garotos para protege-lo? – Meu pai foi o primeiro a pronunciar-se, com um tom regular e bem mais firme do que antes.

- Sim, Frank me disse logo após saber que Gerard foi penalizado injustamente – A senhora que agora eu classifique como mãe de Frank, começou a falar, face possuía um simples sorriso e seus olhos estavam direcionados para mim – Meu filho disse que os garotos o encheram de piadinhas sobre aquilo, e... – Ela iria completar a frase, mas alguém ousou em cortá-la.

- Gee impediu os garotos de me bater... – Frank finalmente disse uma frase completa, em seu tom mais alto que já ouvi até hoje, chamando toda a atenção das pessoas presentes na sala. – E eles me falaram coisas horríveis... Gee enfrentou eles quando o restante dos alunos ria de mim... – Pareceu terminar, abaixando a face e fitando o chão, eu tinha certeza que naquele momento ele queria chorar e abraçar sua mãe e não soltar mais, era o que eu queria fazer também...

- Eh... – Quase ninguém conseguia dizer mais nenhuma palavra diante a situação, mas a mãe de Frank insistiu em voltar à falar – Eu me atrevi a ir na direção da e conversar sobre o que aconteceu, Gerard poderá voltar as aulas normalmente e os outros garotos vão receber a punição devida. – Sorriu no final da frase, finalmente demonstrando a justiça sendo feita.

Eu realmente não me importava pela vergonha que causei em meus pais e os dias escolares perdidos, recompensados em aulas tediosas aos sábados com alunos realmente culpados, eu só me importava com Frank, e continuaria assim.

- Queria agradecer seu filho, tão bem-educado e com um coração enorme para um menininho! Frank me disse que adoraria tê-lo como amigo. – Voltou a fitar-me, sorrindo grandiosamente em minha direção.

Percebi que Frank estava ainda mais encolhido no sofá, agora segurando um dos braços da mãe como proteção, com as bochechas extremamente rosadas, mas seu rosto estava carregado por um sorriso tão adorável que queria poder me aproximar dele ainda mais para fitar de perto.

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Depois de minha mãe se levantar e insistir em oferecer alguns biscoitos para as visitas, eu finalmente pude voltar para meu quarto e continuar meu desenho, no meu mundinho sem cor que precisava rapidamente ser preenchido de cores.

Eu poderia voltar para a e estava mais animado do que nunca, nem tanto por causa dos conteúdos entediantes das aulas, nem pelos alunos que tinham ali, talvez só animado para voltar a ver um em especial. Com certeza você já deve ter adivinhado quem era.

Já na sala de aula, esperei por Frank, olhando para os lados a fim de me entreter com a sua falta, mas logo ele tratou de aparecer. Ele entrou rapidamente, com uma camiseta que eu simplesmente achei incrível, agora seu gorro era azul claro combinando com a cor de seu all star e ele ainda continuava com aquela mania de fitar apenas o chão e ignorar qualquer coisa ao seu redor.

Claramente ele era muito tímido, eu consegui perceber isso no primeiro dia que o conheci, mas eu também era assim, não aos extremos como o pequeno ali.

We're all of the starsOnde histórias criam vida. Descubra agora