Capítulo 1 - Klaus - Parte I

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Capítulo 1 - Klaus

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Klaus Maxmilian já tinha pensado e refletido novamente sobre aquela sua necessidade, de fato não entendia o porquê deste desejo oculto. Não que sua vida pessoal e sexual não estivesse satisfeita, pelo contrário, ele tinha o que precisava, na verdade, tinha o controle que precisava, mas havia algo dentro dele urgindo. Chegou a conclusão que talvez fosse o simples e puro tédio. Estava sentado na mesinha que tinha no quarto de frente para seu laptop. A luz do aparelho iluminava o quarto escuro e ele via o contorno de Isadora na cama. Pequenos e finos traços avermelhados exibiam-se em sua bunda e coxas. Ela dormia serenamente. O jogo tinha sido pesado e a mão dela sobre o travesseiro branco, com o pulso marcado, mostrava que ele tinha apertado demais a corda, mas por Deus que aquelas marcas o deixavam louco.

No dia anterior tinha entrado no chat e saído com raiva de si mesmo por se dispor a procurar algo ali naquela imbecilidade de punheteiros e putinhas baratas. Mas não tinha jeito, ele precisava saber, ele queria ter a oportunidade de experimentar, ele queria descobrir se alguma mulher conseguiria dominá-lo.

Dominação. Não era só uma palavra. Dominação era uma das coisas que ele respirava em sua vida, não somente ali dentro do quarto, entre quatro paredes, como o caso daquela linda mulher submissa que agora dormia extasiada em sua cama, mas também em seu dia a dia. Em seu trabalho era rígido, autoritário, controlador, sem deixar de ser justo, esforçado e um profundo estudioso. Mas a dominação era seu ser, era o que ele era, era sua natureza. No entanto era cuidadoso com seus desejos que muitos diriam "peculiares", afinal, para um juiz federal sua vida deveria ser a transparência da retidão. Tirando o fato de ter 34 anos e, ao contrário da maioria de seus amigos, não estar casado ou noivo, todo o resto era puramente "normal".

Ninguém precisava saber que ele gostava de dominar mulheres, de amarrá-las com cordas grossas e infligi-las com chicotes e palmatórias. Ninguém precisava saber que seu pau ficava duro quando tinha uma mulher submissa e masoquista a seu dispor para usufruir de seu corpo das formas mais extraordinárias. Correntes, cordas, máscaras, mordaças... Sexo quente, sexo sujo, sexo forte, sexo pesado, sexo pelo puro prazer do sexo. Sim, ele gostava. Gostava do jogo, gostava da sensação de poder, gostava de controlar e dominar.

Quando tinha 16 anos já sabia que o que excitava não era somente o que os garotos de sua idade gostavam. Para eles apenas uma mulher nua ou mesmo com os seios amostra era o bastante. Para Klaus não. Tal qual os amigos, também gostava, mas de fato o que o enlouquecia era a submissão e ele não sabia o que era isso, só se deu conta anos depois, quando tinha 18. Sorriu ao lembrar-se de sua professora do colégio, a doce Ana, e sua mente o levou para julho do ano de 2000 no qual a imagem da professora veio saudosamente em suas lembranças.

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