The Monsters - H.S. Horror Fanfiction

The Past

LEENA avistou a moto e sorriu.

Não era uma moto qualquer e não era um sorriso qualquer. Aquele sorriso era do mais diabólico possível e aquela moto, era do próprio diabo.

Ela adentrou a casa e calmamente andou até a sala de visitas. O uniforme estava amassado, seu cabelo todo bagunçado e suas pernas estavam doloridas, tudo por ter corrido de saltos. Então, logo na porta, os olhares se voltaram a ela. Havia uma percepção de que ela incomodava em alguma coisa.

E lá estava ele. O mesmo bigode de Hitler na cara mais pálida do que um morto. Os olhos arregalados e as olheiras estampadas e sobrepostas. Ele estava em péssimo estado e ela adorou isso.

-Leena. – a mãe limpou a garganta. – O senhor Newton veio revê-la. – Leena sorriu amargamente. – E ele também trouxe uma amiga para te examinar. – a mãe completou fazendo com que o sorriso dela diminuísse um pouco. – Esta é a doutora Larissa. – apontou para a loira sentada ao lado dele. – Sua nova psicóloga.

Um dos motivos para a libertação de Leena, foi que ela concordasse em manter tratamentos semanais com um psicólogo para uma melhor avaliação sobre seu estado mental.

-Porque nova psicóloga? O que aconteceu com...

-Calma, minha querida. Eu lhe explico. – ele veio a falar com o mesmo tom de voz falso e rouco. – Houve uma terrível tragédia no consultório do doutor Stoke. No incêndio, acabamos perdendo todas as fichas e infelizmente, uma vida muito preciosa. – fingiu um rosto triste.

A imagem de Henry queimando passou pela sua cabeça, mas ela ignorou e lançou com total grosseria:

-O que vocês querem aqui?

A mãe foi ao lado dela e passou a mão pelo seu ombro. Aquele era o gesto de conforto que ela fazia toda vez que Leena passava por momentos difíceis de raiva ou quando a própria mãe sentia pena da menina.

-A doutora Larissa quer conversar com você. – ela disse.

Leena não gostou da ideia, mas assentiu pela mãe e acompanhou a doutora até seu pequeno quarto no andar de cima. A médica não aparentava má pessoa, mas não queria dizer que Leena confiaria nela.

Ela usava óculos quadrado e tinha seus cabelos com luzes, o que deixava ele mais loiro falsificado do que natural. Ela trajava uma roupa simples, um conjunto de saia branca e uma blusa rosa com um jaleco branco por cima. Caracterizando suas roupas, Leena deduziu que ela tivesse um pouco mais que trinta anos, mas seu rosto era jovem, que mais parecia ter vinte e cinco.

-Vamos começar. – disse ela se sentando em uma cadeira e fazendo um gesto para Leena deitasse na cama. – Só vou fazer algumas perguntas.

-Tudo bem, eu já sei como isso funciona. – Lenna se sentou na cama de frente para ela.

-Porque não começamos do começo? – houve uma pausa. – O que a fez ir para a House Of Scream? – Leena riu.

-Quer mesmo saber? – olhou para a doutora com indiferença.

-Isso faz parte do meu trabalho. Eu ganho para te ouvir. – se ela tentou ser grosseira, Leena não percebeu, apenas deu ombros.

Um silêncio se instalou.

-Não vai conseguir me deixar com raiva só porque está se negando a falar. – ela franziu o cenho. – Se não dizer hoje, terá que falar amanhã e depois... E eu ficaria olhando para você desse mesmo jeito, até você parar de agir como criança. Eu irei continuar voltando, Leena. Eu e Newton vamos ficar na sua cola o tempo todo. Fale agora e se livrará de mim por uma semana. – aquilo era uma ameaça que deixou Leena fervendo de raiva, mas ela se conteve.