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O CAMINHÃO escrito: "Mudanças já" estava parado em frente à pequena casa cor bege dos Summers.

Com o olhar apreensivo e cheio de incertezas, a ruiva das à última olhada na casa, onde passou quase a vida inteira. Sentiria saudades do jardim repleto de rosas vermelhas. Sentiria falta da pequena cozinha, onde passou sua infância comendo panquecas de manhã. Sentiria falta do bairro. De seus poucos amigos, Jerry e Lily. E, principalmente de seu quarto rosa.

O coração estava apertado e os olhos quase transbordando de lágrimas, ela entrou no carro e seguiu seu caminho, indo para Bradford, onde iria começar uma nova vida, longe de tudo e de todos que conheceras. Era estranho compartilhar essa melancolia, pois ela só tinha dezesseis anos e iria mudar-se muito ainda; iria conhecer muitas pessoas, iria viver mais.

Após algumas horas dormindo no banco traseiro, Madeline, sua mãe, acorda-a cutucando seu ombro esquerdo. Ela abriu os olhos sonolentos e recebeu um sorriso amigável.

-Chegamos querida. – murmura.

Os olhos verdes da menina se arregalaram ao ver aquela casa, ou melhor, mansão; mas não luxuosa e sim assustadora, o que a fez ter calafrios. Sua cor era cinza escuro, era antiga, mas bem feita. Não era uma casa acolhedora e sim uma casa de dar medo; Uma casa que iria lhe causar arrepios.

Do ouro lado da rua, havia outra enorme casa, esta por sua vez, era branca com azul, dando um ar amigável para o ambiente. Ela bufou, mas mesmo assim tentou pensar positivo e foi ajudar o pai com as caixas.

Depois que os pais e a filha passaram a tarde arrumando os móveis, chagou a vez de Leena arrumar seu pequeno quarto no segundo andar.

Havia ali uma pequena cama e várias caixas, nas quais tinham suas coisas embaladas. Abriu o enorme guarda roupa embutido e teve uma surpresa: Havia um bilhete sujo, velho e amassado. Ela abriu-o, mas nada tinha escrito. Então ela apenas olhou em tudo novamente para ver se não achava mais nada, e, decepcionada, colocou o papel em cima de uma caixa e pegou outra onde havia suas roupas e foi organizá-las no armário.

Quase terminando o serviço, ela observou uma coisa com penas presa em uma das gavetas. Arrancou a gaveta do lugar e puxou pelas penas o objeto que, por fim, descobriu ser um filtro dos sonhos. Parecia feito à mão, com penas verdadeiras. Era perfeito e ao mesmo tempo tenebroso, mas algo familiar existia ali.

-Mãe! – gritou.

-Sim? – a mãe veio correndo nas escadas.

-Tem certeza que Belinda limpou os armários direito?

-Sim. – exclamou.

-Tenho certeza que ela se esqueceu do meu. Acabei de achar isto. – mostrou-lhe o filtro. – E mais um pequeno papel.

Ao procurá-lo para mostrar a mãe, ele tinha sumido.

-Havia um papel aqui. – apontou para a caixa onde há poucos minutos tinha colocado o pequeno pedaço do papel.

-Só jogues no lixo e não te preocupes, às vezes, foram só coisas perdidas. – desceu dando ombros.

E então ela esqueceu-se daquilo, mas só por um breve momento, seus pensamentos sempre voltavam para aqueles objetos.

Leena foi dormir naquela noite com o pensamento no bilhete desaparecido.

"Devo estar louca." Pensou.

Ela deitou-se em sua cama macia e fitou o teto na esperança que o sono viesse. Respirou fundo e fechou os olhos com as pálpebras pesadas, mas os sons que vinham lá de fora a atrapalhava. Pareciam pedrinhas sendo jogadas contra sua janela. Quem serias tão insano a ponto de jogar coisas na janela de alguém de madrugada? E outro ponto que deixou a ruiva inquieta era que não conheceras ninguém de cá ainda.

Optou por tentar se esquecer do barulho, fechando os olhos e respirando lentamente.

Alguns pingos, do que mais pareciam pingos d'água, caíram sob sua face, fazendo-a despertar. Passou a mão pela mesma levando um susto: o que tinha era sangue. Olhou para cima e viu uma poça se formar no teto, no mesmo instante ela gritou, acordando de seu pesadelo.

E ficou ainda mais assustada quando observou suas cortinas voando por causa de sua janela aberta, deixando o frio de Bradford entrar em seu quarto. A luz de seu abajur estava acesa e embaixo do mesmo, um bilhete, idêntico daquele que achara em seu guarda roupa mais cedo.

Pegou-o e abri-o descobrindo escrituras com uma caligrafia perfeita e rústica na qual dizia: "Seja bem vinda ao meu mundo.".

Continua...


The Monsters - H.S. Horror FanfictionOnde histórias criam vida. Descubra agora