Voltando para sala se conseguia ver o quanto Clara estava triste por ter pedido sua chance com Brian.
- você esta bem Clarinha?
- Estou sim Josh! Obrigado pela preocupação.- sempre vamos nos preocupar com você. - disse Rafael.
Fui com Rafa e Clara para casa assim que a aula terminou, chegando em frente de casa me despido deles que ainda iriam continuar caminhando. Entrando em casa vi meus pais com um casal, do que se tratava eu não sei, mas queria saber.
- oi filhão! - meu pai me chamou assim que o casal se foi. - tudo bem?
- tudo sim pai! - curioso decidi perguntar quem era o casal. - quem eram eles?
- sua mãe e eu iriamos te contar isso só a noite, mas como viu o casal temos que contar agora.
- contar o que? - já estava ficando apreensivo, pensei até na vovó. - é algo com a vó?
- não! Sua avó está bem. - minha mãe tomou a palavra. - tem haver com o seu pai.
- o que tem o papai. - o olhava e percebia sua face de tristeza.
- é que fui despedido com mais cinco pessoas.
- isso não é tão ruim é só o senhor arrumar outro.
- já tentei, mas ninguém está contratando
Não conseguia acreditar que isso estava acontecendo.
- e como fica meu colégio? - perguntei porque ele era pago e só pessoas com boas condições financeiras estudavam lá.
- você terá de sair dele.
- está bem! Eu posso ir no colégio em frente.
- você não vai poder estudar nesse também.
- porque não?
- esse prédio é do banco e como não posso mais quitar as dividas o banco nos tomou. - isso não podia estar acontecendo.
- e aonde vamos morar? - na rua?
- vamos para casa de sua avó! Em Boston.
Não consegui acreditar em nada do que havia escutado, não posso ir para Boston e deixar minha vida aqui. Não posso ficar sem meus amigos e eles sem mim, subi para o quarto me tranquei e me jogando na cama logo adormeci.
No dia seguinte acordei mais cedo e fui para o banheiro fazer minha higiene matinal, me arrumei desci para tomar café, na mesa já estava meus pais e minha irmã.
- bom dia filhão!
- bom dia pai!
- já começou a arrumar suas coisas? Perguntou minha mãe.
Logo flexes da noite passada vieram como explosões em minha mente e aí saquei o que minha mãe quis dizer.
- ainda não. - olhei para ela. - quanto tempo tenho ainda?
- você ainda tem esse último dia no colégio para se despedir de seus amigos.
Sem dizer uma palavra e sem conseguir terminar o café peguei minhas coisas e saí, fiquei esperando Clara e Rafael do lado de fora.
- caiu da cama? Clarinha veio irônica. - algo assim.
- o que houve Josh? - nunca conseguia esconder nada deles. - você está meio estranho.
- depois conto a vocês.
Fomos para escola, hoje quinta era aula de matemática as duas primeiras e física as três últimas. Quando se esta no segundo ano do ensino médio tudo fica mais chata e complicado, mas matemática eu manejava muito bem, só que dessa vez não conseguia prestar atenção na aula.
- Joshua! - despertei com a professora me chamando.
- presente! - todos riram, acho que não era a chamada.
- você esta prestando atenção a essa matéria que caíra na prova?
- não! - disse em tom bem rude. - e mesmo que estivesse não me serviria de nada. - ela deu de ombros e se virou.
- você está bem Josh?
- estou sim Clarinha.
Na verdade não estava, se você tivesse que se mudar para Boston não estariam chateados como eu? Alguns vão dizer, mas mudar para Boston não é tão ruim. Só que para mim é já que moro no melhor prédio em Manhattan, então sair de Manhattan para ficar no pior lugar de Boston não era legal.
O sino toca e todos nos dirigimos para o pátio, em baixo de uma árvore aonde era o local que eu e meus amigos gostávamos de ficar seria o lugar onde contaria a eles que iria me mudar.
- Josh! Você esta muito distante. - não disse que não conseguia esconder nada deles. - o que está acontecendo? Rafa, meu amigo desde dos dez anos nos conhecemos no colégio que estou sendo obrigado a deixar e depois que ele me defendeu de dois garotos nos tornamos melhores amigos. Ele tem 16 anos é um ano mais velho que eu, tem corpo atlético e odeia quando bagunçam seu cabelo perfeito.
- é uma coisa que não sei se consigo contar a vocês.
- sabe que pode nos contar qualquer coisa.
Clarinha, se tornou minha amiga no primeiro ano ela é a garota que não tem medo de dizer o que pensa. Teve uma vez que ficamos na sala do diretor porque ela mandou a conselheira aprender para depois aconselhar. Essa garota tem lindos olhos azuis, cabelo loiro, 16 anos e é muito linda.
- é que meu pai perdeu o emprego e eu vou ter de sair não só da escola como também da cidade.
- isso é piada. - Clarinha ria porque não queria acreditar. - fala que é piada Josh.
- eu também queria que fosse, mas não é.
- e onde você vai morar?
- vamos para Boston morar com minha avó.
- Boston é muito longe.
- Clarinha! - Rafa a abraçou. - calma.
- como vou ficar calma? - ela o olhou. - como você pode estar calmo sabendo que seu amigo vai embora.
- eu também não quero que ele vá, mas não podemos fazer nada.
- podemos sim. - o que ela vai inventar. - Josh fala para seus pais que você vai morar comigo.
- eles não vão deixar que eu more com você.
- temos que tentar. - quando ela queria podia ser muito dramática. - se não tentarmos não vamos nos ver nunca mais.
- Calma Clarinha! Eu vou ligar e mandar mensagem pelo whatsapp sempre que dê.
- se dê certo não vamos precisar disso.
Antes que pudesse acabar o intervalo uma menina a filha do diretor disse que o mesmo estava querendo falar comigo, com o acompanhamento dos meus amigos fui vê-lo.
- queria me ver?
- sim! - já sabia o motivo de estar ali. - Paulo! Seu pai não tem pago já a dois meses e eu fico muito triste quando um aluno sai, mas eu vou ter que expulsa-lo.
Aquilo soou em meus ouvidos como laminas cortando carne.
- eu já desconfiava.
- mais você ainda pode terminar de assistir a última aula.
- obrigado diretor.
Sai dali querendo chorar, mas fui forte até porque se não teríamos de ficar tendo de acalmar Clarinha. Voltando para sala não conseguia me concentrar, olhando para Rafa e Clarinha percebi que os dois assim como eu olhavam para o relógio querendo que a hora parasse, pena que vivemos na vida real onde o tempo não para e as mudanças são inesperadas
No final da aula caminhamos em direção ao triste adeus sem falar nada, cada vez que chegavamos perto de casa era um suspiro que cortava o ar.
- vocês vão vir aqui?
- mesmo não querendo ver você indo embora é claro que vamos vir.
Sem abraços, pois isso seria amanhã eles foram e eu entrei em casa, cabisbaixo nem falei com meus pais fui direito para o quarto onde dormiria pela última vez. Passei a noite toda arrumando minhas coisas e depois muito cansando acabei dormindo em meu carpete.
No dia seguinte com o sol em meu rosto, pois tinha esquecido de fechar as persianas, levantei da cama e fui fazer minha última higiene naquele enorme banheiro. Quando desço as escadas para tomar café a campainha toca ao abrir vejo que é Clara e Rafa.
- o que fazem aqui está hora? Essa hora eles deviam estar no colégio. - deviam estar no colégio.
- decidimos faltar aula. - essa ideia eu sei que partiu de Clara, já que Rafa tem medo de se quer pensar nisso.
- mais a hora que eu vou é a mesma que saímos da escola.
- queremos passar esse último dia com você.
Os convidei para entrar e assim que viu meu pai Clara foi até ele, lembra que eu disse que ela fala sem pensar.
- o senhor não pode levar ele.
- desculpa garota isso é coisa de família.
- eu sou amiga dele, e amiga também é família. - ela só não pode da na cara dele. - você é um monstro, não pode tirar ele daqui.
- ele é meu filho e ainda tem quinze anos, então eu posso sim.
- Joshua! - minha mãe me chamou tão alto a atenção se voltou para ela. - leve sua amiga para o seu quarto enquanto acalmo seu pai.
- vem Clarinha, vamos subir.
- não acabei com o senhor. - ela lutava para sair dos meus braços. - vou sambar com salto trinta na sua cara.
Fiz sinal com a cabeça para ver se Rafa acordava e me ajudava a arrastar ela para cima, ao acordar ele a pegou junto a mim e levamos para o meu quarto.
- o que foi? Ela ainda perguntava? - vão ficar me olhando desse jeito.
- você não pode fazer isso.
- e porque não?
- porque ele é mais velho que você.
- é Clara. - Rafa pareceu concordar comigo. - você não pode falar assim com mais velhos, é desrespeito.
- eu sei respeitar os mais velhos, mas aquele homem é um sádico. - ela elevava a voz talvez para que ele escutasse.
Passamos a manhã toda juntos rindo, mesmo sendo impossível, de tarde saímos do quarto para tomar café e percebi que meu pai não estava mais ali.
- onde está o papai?
- ele foi resolver umas coisas volta só a tempo de irmos embora. - um fato que já se aproximava. - terminou de arrumar as coisas?
- já!
Minha mãe pôs o café na mesa, esse seria o meu último, enquanto tomávamos o café fazíamos palhaçada. Na descontração Rafa disse que estava apreensivo pela prova que seria daqui a um mês.
- Rafa. - Clara chamou sua atenção ao perceber meu rosto se entristecendo.
- foi mal Josh.
- não! Tudo bem.
Esquecendo do que Rafa disse voltamos para o café, mas o inevitável apareceu, meu pai havia chegado e isso era o sinal do adeus.
- está na hora. - ele disse apenas isso para que nossa alegria se tornasse luto.
Me levantei e fui para o quarto sem dizer nada, logo atrás vieram meus amigos.
- não consigo. - comecei chorar. - achei que conseguiria, mas não.
- vamos manter contato. - Clara veio me abraçar. - te prometo que vamos te fazer chamadas de vídeos.
Ouvi meu pai me chamando lá de baixo.
- está é a hora.
Desci as escadas com Rafa e Clarinha que me ajudaram com as malas.
- vou sentir saudades. - Clarinha veio me abraçar.
- e eu também vou. - Rafa se juntou ao abraço.
- também vou sentir muita saudades dos dois. - nisso nós três já estávamos abraçados. - tenho que ir agora.
Depois das despedidas entrei no carro e meu pai dando partida comecei a ver meus amigos mais distantes, ouvindo minha música favorita who you are da Jessie j encarei que daqui para frente teria uma nova vida em outro lugar.
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Alguém Para Ser Feliz
RomansaEssa e a história de como tive de deixar tudo o que me fazia feliz para ter de mudar de cidade com os meus pais, deixei meus melhores amigos e meu melhor apartamento para ir morar em Boston com minha avó. Me acompanhem nessa minha nova vida nesse no...