† 14º Capítulo †

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Liguei o carro e fui para casa. Foi uma viagem atribulada devido aos meus olhos estarem embaciados, mas no fim tudo correu bem e eu cheguei sã e salva.

Entrei na residência e deixei a mala no hall de entrada. Quando me preparava para subir as escadas, vi o meu pai sentado no sofá com a sua mão esquerda a suportar o seu queixo. Refiz o meu trajeto e aproximei-me dele. O meu pai levantou-se e cumprimentou-me com um beijo. Ainda estava chocada com a sua vinda. Ele raramente aparecia em casa. Estava sempre com a minha irmã no México. Já não lhe punha a vista em cima há, sensivelmente, seis meses, quando foi o aniversário da Charlotte. Ele moveu-se até ao seu escritório e eu segui-o. Sentou-se na sua cadeira de cabedal e eu sentei-me numa cadeira semelhante, á sua frente.

- Bem Allie, eu tenho uma proposta a fazer-te. – o meu olhar apenas demonstrava confusão.

- Diga pai.

- É assim, a minha cadeia de hóteis está cada vez mais extensa e preciso do máximo de ajuda possível. A tua irmã tem-me ajudado, mas ela não percebe muito do assunto, - rolou os olhos e eu trinquei o lábio inferior para evitar uma gargalhada. - queria perguntar-te se queres trabalhar comigo.

- Pai, a minha área não é hotelaria. Eu estou a tirar o curso de medicina. Não vejo semelhanças entre elas.

- Allie, tu és inteligente. Tu tinhas uma média para entrar para qualquer curso. Eu não faria diferença entre ti ou qualquer outro empregado. Os hotéis precisam de uma pessoa como tu.

- Será que lhe posso dar a resposta depois?

- Dou-te uma semana, senão vou contratar o noivo da tua irmã.

- O pai já o conheceu?

- Sim. É um jovem educado, de raízes humildes e parece muito apaixonada pela tua irmã. Ele já foi ou está prestes a ir para o México.

- Eu também achava que ele estava apaixonado por mim. – sussurrei, referindo ao Harry.

- Disseste algo?

- Não.

- Mudando de assunto, porque estiveste a chorar?

- A chorar? – questionei-o, mas logo me lembrei de que os meus olhos estavam vermelhos devido ao longo choro.

- Sim, não me tentes enganar. Há 18 anos que te conheço.

- Uma pessoa muito importante para mim foi-se embora hoje e eu não me despedi dele.

- Então é um rapaz… Ele há-de voltar, filha. Mas gostavas dele?

- Sim… Não… Não sei, é complicado. – coloquei as mãos à frente da cara, cobrindo-a.

- Querida, tenho de te confessar que como sempre foste muito agarrada aos manuais escolares e que quando se falava de rapazes tu fazias uma cara de nojo, comecei a pensar que jogavas no outro campo.

- No outro campo?

- Sim, que fosses… que gostasses de mulheres.

- Credo, pai! – exclamei, surpresa. – Não tenho nada contra homossexuais ou outras orientações sexuais, mas eu sou hétero!

- Fui sincero. Bom, vamos deitar-nos. – falou levantando-se e eu segui o seu exemplo.

Na porta do escritório, o meu pai deu-me um abraço e eu consegui cheirar o seu perfume e logo me recordei da primeira vez que estive com o Harry. Aquela vez em que ele me salvou daqueles indivíduos. O seu perfume era parecido com o do meu pai. Ele tirou os seus braços de volta do meu pequeno corpo e eu subi os degraus da escada, dois a dois, para chegar rapidamente ao meu quarto. Fechei a porta atrás de mim e deslizei pela mesma. Não consegui evitar e comecei a chorar compulsivamente. Naquele momento parecia que toda a gente tinha mais sorte do que eu. Até Charlotte. Tinha plena noção de que era apenas uma fase, mas será que o pior estaava para vir?

† Choice (Harry Styles Fanfiction) † (SLOW UPDATES)Onde histórias criam vida. Descubra agora