† 11º Capítulo †

2.2K 78 0
                                    

Caminhava sem atenção nenhuma que não me apercebi que tinha chegado a casa. Nem precisei de tirar a chave do bolso visto que não havia porta. Entrei dentro da habitação e vi John deitado no sofá, com o comando na barriga e a fumar.

- Onde é que está a porta, John?

- Está no quintal.

- Posso saber porquê?

- Não tinha chaves de casa e arrombei-a. – explicou-me com a maior das tranquilidades, como se arrombar portas e pô-las no quintal fosse normalíssimo.

- Espero bem que ponhas a porta de novo ou que compres uma nova.

- A avó já sabe e disse que eras tu que tinhas de pagar.

- O quê? – gritei.

- Sim, os pais mandam-te o dinheiro a ti, por isso…

- Não te esqueças que grande parte do dinheiro és tu que o gastas para ficares bêbado.

- Isso já não é da minha conta, pagas a porta e calas-te.

- Nem penses. – berrei, subindo as escadas. Ao chegar ao meu quarto tirei quase todas as minhas roupas e arranjei uma mala onde pus tudo. Voltei a descer as escadas e John continuava a ver CSI: Los Angeles e eu passei por ele sem lhe dirigir uma única palavra. Eram 16h45m e ainda faltava um pouco para o voo, então fui para a paragem de autocarro. Demorou 20 minutos até aparecer. Como ainda tinha umas moedinhas “perdidas” no bolso de trás consegui comprar o bilhete e o motorista ainda me deu troco. Sentei-me e o autocarro começou a andar e olhei para a casa onde passei a minha adolescência. Passei tempos complicados, principalmente com a minha avó. A senhora era má e fria, quase sem sentimentos. Nunca me chamou neto, de amor e nunca ouvi um amo-te da sua parte nem nada parecido. Sempre que tinha uma má nota, batia-me com o cinto do meu pai. Quando a Kristen nasceu, as coisas com a Mrs. Berverly acalmaram, mas com o meu irmão as discussões eram cada vez mais frequentes. Costumávamos fazer tudo juntos: brincar ao Lego, construir casinhas a partir de paus caídos, amontoar as folhas do chão para depois saltar lá para cima. Erámos inseparáveis, mas quando começou a andar com o Andrew mudou drasticamente. Tornou-se violento e agredia-me sempre que a minha avó ia ao parque com a Kristen. Desde aí crescemos em mundos separados: ele começou a viver para a bebida e eu vivia para a nossa pequena irmã. Não tinha muitas lembranças felizes daquela casa. Mas ajudou-me a fortalecer tornando-me num homem decente. Com 21 anos ia abandonar a minha princesa e isso bastava para me sentir inútil.

† Choice (Harry Styles Fanfiction) † (SLOW UPDATES)Onde histórias criam vida. Descubra agora