† 7º Capítulo †

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# Allie POV #

Permaneci entre aquelas quatro paredes lilases e apenas a conversa com Harry me ocorria na mente. Pareceu que teve exactamente a mesma reacção que eu, quando lhe falei de um suposto namorado, que na realidade não existia. Só de me lembrar fazia-me rir. A vontade de o ver aumentava dentro de mim, queria saber como estava, mas a coragem não se encontrava do meu lado. O meu telemóvel tocou, interrompendo as minhas questões anteriores.

- Estou?

- Allie, vem ter comigo?

- Não mãe, tenho assuntos para tratar.

- Está bem filha, mas vou ter de ficar aqui pelo menos 1 semana.

- Tudo bem.

- Durma bem.

- A mãe também. – e ouvi o “pi-pi-pi” da chamada terminada.

Pousei o meu telemóvel em cima da mesa de cabeceira e a minha mala caiu mostrando a receita do Harry. Raios, como é que eu me fui esquecer disto? O coitado pode estar cheio de dores e não tem nada para as aliviar. Tinha de ir busca-lo e ir á farmácia. Não, era melhor não. Tinha a certeza absoluta que ele quererá pagar a conta e o dinheiro podia-lhe fazer falta.

Desci as escadas, duas a duas, e tirei as chaves do carro da minha mãe: um Porshe Panarema branco. Saí o mais silenciosamente possível e fui para a garagem. Dentro da mesma existiam três carros: o porshe, um BMW série 5 preto (do meu pai) e um Audi r8 prateado cheio de brilhantes (da Charlotte). Entrei dentro do porshe, coloquei a chave na ignição e o motor do carro ganhou vida. Pus-me a caminho da farmácia de serviço e ao encontrá-la estacionei. Corri para o interior da farmácia e não havia ninguém no balcão, mas entretanto apareceu uma funcionária de bata branca.

***

Estava ali, à entrada do hotel. A minha coragem estava abaixo de 0. Não queria que ele pensasse que o estava perseguir ou algo parecido. Além de lhe querer dar os medicamentos, havia uma parte de mim que o queria ver. Aquela sensação já me era conhecida: aquele dia em que eu fui a casa dele e ele encontrava-se numa lástima no sofá. Suspirei e coloquei um pé dentro do hotel e daí mais passos foram deixados até chegar ao 22º piso. Reparei que a porta estava aberta e fiquei estática. Uma das empregadas estava a “fazer-se” ao Harry. Falava muito próxima da sua cara e movimentava-se de uma forma que se podia chamar atrevida. Não tive meias medidas e entrei de rompante no quarto e o Harry e a empregada, que era a Emily, fixaram o seu olhar em mim.

- Emily, não estás no teu horário de serviço?

- Sim menina. Eu vou-me já embora. – disse, enquanto baixava a cabeça e olhava para os seus saltos altos bege.

- Emily, fica avisada do seguinte: se volta a aprontar uma coisa destas a um hóspede, o seu trabalho aqui poderá ficar comprometido. Fui clara? – questionei aquela mulher com máxima frieza.

- Sim. Com licença. – sussurrou, retirando-se da suite.

- Agora nós, meu menino. – falei, apontando para ele.

- O que é que eu fiz?

- Nada, foi esse o problema. Podias tê-la mandado embora. Ela estava no seu local de trabalho, Harry, e tu sabias.

- E daí? Ela é que veio para aqui e fez o que viste.

- Se ela voltar a incomodar-te, diz-me.

- Porquê?

- Porque eu posso despedi-la.

- Não penses que é com uma reclamação que as pessoas são despedidas.

- Meu querido Harry, o meu pai é dono deste hotel. Ele está noutro hotel fora do país e eu e a minha mãe “supervisionamos” este. Portanto eu tenho esse poder.

- Não fazia ideia. O teu pai tem mais hotéis?

- Sim, ele tem uma cadeia de hotéis espalhados pelo mundo como na Irlanda, no Dubai, no México, etc. Ele permanece no México, já que é lá que está o maior hotel. – reparei que os seus olhos perderam o brilho e decidi mudar de assunto - Mas eu não vim cá para falar de hoteis. Vim cá para te entregar os teus medicamentos. Apercebi-me que tinha a receita na minha mala e decidi comprar-tos.

- Quanto custaram?

- Nada. Roubei-os. – comecei a rir-me ao ver o seu estado de choque perante a minha mentira – Estava a brincar, palerma!

- Credo! – exclamou, pondo a mão no seu peito – Já estava a pensar que eras uma maluca.

- Toma lá os medicamentos antes que fiques com dores.

Harry pegou no saco e dirigiu-se á casa de banho. Aproveitei para me sentar na cama e para pensar naquilo que acabara de acontecer. Outra vez aquele sentimento de quase inveja da recepcionista. Era uma sensação estranha.

Entretanto Harry voltou ao quarto propriamente dito e sentou-se junto a mim.

- Allie… eu nem sei como te agradecer. – olhou-me fazendo reaparecer o seu brilho tão próprio.

- Não tens de agradecer. Eu não fui obrigada a fazê-lo.

- Eu sei. – pronunciou-se colocando a sua mão por cima da minha, fazendo-me encará-lo.

Voltámos aos diálogos visuais, até que, instintivamente, fui-me aproximando do seu rosto. Ele arregalou os olhos e colocou as suas mãos nos meus ombros, numa tentativa de me afastar delicadamente, e eu dei-lhe um beijo na bochecha. Achei que ele tinha percebido mal as minhas intenções. Suspirou e o sitio onde o beijei começou a ficar rosado.

- Está na hora de me ir embora – disse, levantando-me.

- Não queres ficar?

- Não obrigada. Tenho de voltar para casa.

- Mas já é tarde. Como é que vais apanhar um táxi?

- Eu não vou de táxi. Trouxe o carro da minha mãe.

- Então eu acompanho-te até á porta. – afirmou, levantando-se também e dirigimo-nos até á porta.

- Já é a segunda despedida hoje.

- À terceira é de vez.

- Porque dizes isso?

- Já passa da meia-noite, ou seja, hoje já me vou embora.

- E daí, somos amigos, lembras-te?

- Eu vou-me embora Allie!

† Choice (Harry Styles Fanfiction) † (SLOW UPDATES)Onde histórias criam vida. Descubra agora