Capítulo 25

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"Você tem seus amigos idiotas, eu sei o que eles dizem. Eles te dizem que eu sou difícil, mas eles também são. Eles não me conhecem, será que eles sequer te conhecem? Todas as coisas que você esconde de mim, toda a merda que você faz."
(My Happy Ending - Avril Lavigne)

O dia definitivamente tinha sido cansativo. O treino tinha sido pesado e ainda tinha as aulas, mas tinha dado tudo certo, então eu estava feliz, com sentimento gostoso de dever cumprido.
O último mês tinha sido extremamente puxado e corrido, a ponto de quase não ter tempo de ligar para o Brasil. Tínhamos tido a Spirit Week, o Homecoming Ball e o Halloween, que foram extremamente divertidos com meus amigos.

A casa ainda estava vazia, já que o TJ tinha saído com os garotos do time de futebol, as gêmeas tinham ao shopping fazer compras, minha Host Mom tinha ido levar as menores para San Francisco visitar a Emily. Liguei o som no volume máximo no meu quarto e fui trocar de roupa, mas parei no caminho quando vi meu notebook aceso. Eu tinha o esquecido ligado à noite, pois ele estava atualizando aplicativos por horas. Havia e-mails, mensagens nos chats e ligações no Skype piscando como loucos pela tela. Franzi a testa quando abri o Skype, 34 ligações perdidas da Lena, 53 da Nat, 62 do Léo e 25 da Anna. Caramba. Alguém devia ter morrido! Eu abri os chats e tudo se resumia a mensagens como: "amiga, me liga AGORA!", "eu quero falar com você!", "eu soube do que houve, você está bem?". Eu estava começando a ficar preocupada. Não abri os e-mails, tinha que ligar para o Brasil e ter certeza se estava todo mundo bem. O Skype começou a chamar logo que eu o abri novamente. Era a Natalie.

"Nat?" Eu atendi ligando a câmera e pegando o controle do som, abaixando a música. "Quem morreu? O que está acontecendo?"

Antes que ela respondesse, a Helena apareceu ao lado dela gritando.

"Ela atendeu? Meu Deus! Qual o seu problema? Nos assustou! Estamos te ligando desde cedo!"

"Eu estava na escola! O que tá acontecendo? Que desespero. Está todo mundo bem?"

Mais uma vez, ninguém respondeu, pois outra chamada abriu, era a Anna.

"Megan!" Ela disse estabanada.

"A Lena e a Nat estão na ligação também." Eu respondi.

"Tanto faz!"

"Ei, grossa!" Eu gritei, a repreendendo.

"Dá pra escutar? Estamos querendo falar com você!" A Lena disse.

Meu celular apitou umas 20 vezes seguidas. Droga, devia ser algo da equipe.

"Deixem só eu ver o que estão me chamando no celular, podem ir falando." Eu disse puxando o celular. "Notificações do Facebook e do Instagram? Achei que fossem mensagens..."

"LARGA O CELULAR AGORA!" A Anna gritou.

"Que droga! Dá pra alguém me explicar o que está acontecendo? Estão muito estranhas!" Eu gritei de volta, já desbloqueando a tela.

Durante cinco segundos, enquanto a imagem que mais de 200 pessoas tinham me marcado abria, eu bati o pé ritmadamente no chão, as meninas estavam em uma discussão sobre quem ia me falar alguma coisa.

"Megan, por favor, larga o celular." A Nat pediu.

Mas já era tarde. A imagem tinha acabado de carregar e eu via o ID da Melissa aberto na minha tela. A foto não tinha muita coisa, era ela deitada abraçada com um menino, os dois sorriam, mas ela beijava o canto da boca dele, o sorriso aparecendo apenas dos lados. A legenda dizia "E o meu melhor amigo é o meu amor..." com um pequeno símbolo musical ao lado. Eu conhecia a música. E o garoto também. O celular congelou na minha mão e eu o senti escorregar em direção ao chão, enquanto as lágrimas subiam pelos meus olhos. Era o Leo. O meu Leo. Não. Era o Leo dela.

COMO EU IMAGINAVAOnde histórias criam vida. Descubra agora