Capítulo 03

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Narradora

Melanie chegou mais perto para confirmar sua hipótese. E sim... era sua mãe.

Lia olhava fixamente para Adrien e chorava calmamente tentando controlar o desespero. Assim que ela virou o rosto, viu sua filha mais nova a encarar. Ela pousou a vela que estava sobre sua mão na mesa ao lado do falecido e saiu as pressas do lugar tentando despistar Melanie.

Foi aí que Melanie desconfiou. Seus olhos se arregalaram com a hipótese, mas ela queria ouvir isso dos próprios lábios da mãe.

Melanie começou a correr à procura da mãe e logo estava atrás dela já que era mais rápida.

- Era o pai do Henry não era? O homem a quem amou... A Lucy estava apaixonada por ele... Era um ano mais velha que eu... Poderia ter se casado com ele... Por que insistiu que fosse eu? -- disse chegando perto ainda arfante pela corrida.

- Eu acho que sabe a resposta. -- Respondeu ainda andando as pressas.
- Eu quero que a senhora diga.

Lia parou de andar e se sentou sobre um pilar que havia ali. Seus olhos estavam confusos, porém com medo. Por um segundo respirou fundo e tentou espantar esses sentimentos... Sem sucesso.

- Lucy era meia irmã de Henry. Adrien é o pai dela.

Melanie olhou para o lado, lá longe pode ver o seu pai conversando e bebendo com um amigo.

- Papai sabe sobre a Lucy?

- Não. E precisa me prometer que nunca contará.

Melanie olhava para sua mãe, mas desviou o olhar para algo que acontecia atrás dela.

Lia se levantou e juntou-se a filha para olhar quem chegava à aldeia.

- Padre Salomão! -- Padre Augusto disse assim que viu a carruagem chegar. -- Ele chegou.

Se fez uma multidão com os poucos aldeões, e todos se juntaram a olhar aquelas carruagens e cavalos adentarem sua aldeia.

Eles traziam consigo uma fornalha, o que logo chamou a atenção de Claude.
Chloe vendo o irmão perto daquela máquina catastrófica, o apressou a tirá-lo dali.

Enquanto isso, os capitães que guardavam a carruagem do padre Salomão, fizeram as apresentações formais.

- Apresentando sua eminência.

- Padre Salomão.

Todos olharam enquanto Pe. Salomão saia de sua carruagem. Ouve-se aplausos, porém de somente uma pessoa, Pe. Augusto.

- Papai! -- Clamores infantis se ouviram enquanto suas duas filhas saíram da carruagem abraçando o seu pai.

- Oh! Por favor não chorem. -- Pe. Salomão tentava acalmar as filhas. -- Estão vendo? Estão vendo todas essas crianças? -- As pequenas olharam ao redor. -- Estão vendo como estão assustadas? Existe um grande lobo mau, alguém tem que detê-lo.

- Aquele que matou a nossa mãe?

- É bem provável. -- Ele se levantou e colocou as filhas novamente na carruagem e deu a ordem. -- Podem ir. Irei daqui a pouco.

- Não! -- a menor suplicou.

- Vão. -- insistiu em uma ordem para os guardas.

As duas meninas entraram na carruagem e foram embora.

- É uma grande honra vossa eminência. -- Pe. Augusto disse reverenciando Pe. Salomão.

- Bem-Vindo! Vossa eminência chegou bem na hora do nosso festival. -- Xander, cujo estava com o pedestal com a cabeça do lobo veio dizendo. -- Como pode ver... -- balançou a cabeça do lobo. -- nós já cuidamos do lobisomem. -- Ele enfiou o pedestal sobre a neve apoiando-o.

Todos aplaudiram vendo a cabeça do lobo no meio da praça.

- Isso não é um... lobisomem. -- Pe. Salomão advertiu.

- Com todo respeito. Nós convivemos com essa fera à duas gerações. Sabemos com o que estamos lhe dando. -- Xander advertiu.

- Com todo respeito. Não sabem com o que estão lhe dando. -- Pe. Salomão falou. Seu timbre de voz era rouco e sombrio, como aqueles narradores de voz grossa de filmes de terror. Isso sem contar o jeito pesado de contar as histórias. Era como se ele fizesse de propósito.

- An?

- O que ele está dizendo?

Pode-se ouvir os cochichos dos aldeões ao redor.

- Já fui como vocês um dia. -- Pe. Salomão começo a falar. -- A minha esposa se chamava Penélope. Ela me deu duas lindas filhas. Nós éramos uma família feliz. Morávamos em um vilarejo como este. E como Daggorhorn, o nosso foi atormentado por um lobisomem. Em uma lua cheia, meus amigos e eu nos embebedamos. Decidimos caçá-lo. Nunca nos ocorreu que poderíamos achá-lo mas, nós o achamos. Ele partiu... o meu "melhor amigo"... "ao meio"... -- deu ênfase. -- rapidamente, e depois me atacou... -- ele avançou em Claude o assustando e fazendo-o abraçar sua irmã. -- eu o golpeei com o meu machado... -- fez uma pausa.

Todos prestavam atenção em Pe. Salomão.

- De repente, ele sumiu. Eu cortara uma das patas da frente, eu achei que daria uma lembrança divertida, então a levei para casa e lá encontrei minha esposa com um pano ensanguentado em volta do pulso. E quando eu abri o saco, a pata do lobisomem tinha sumido... Havia isto em seu lugar. -- Ele pegou uma caixa preta com uma cruz moldada em cima e abriu para que todos vissem. Era uma mão... A mão da esposa falecida. -- Disse as minhas filha que o lobisomem matara sua mãe. Mas era mentira. Eu a matei...

Todos o olhavam indignados. E ele já esperava essa reação. Como pode um homem matar sua própria mulher?

- Quando um lobisomem morre, ele retorna sua forma humana. Esse é apenas um lobo cinzento comum. -- disse tentando abrir os olhos dos aldeões que olhavam atentamente para a cabeça do lobo no pedestal fincado no chão coberto de neve.

Agora todos olhavam para uns para os outros assustados.

Todos ali estavam confusos. Mas Pe. Salomão sabia o que fazia. Ele queria atormentar aquele vilarejo. Fazer com que todos ali soubessem que ele tinha razão. E ele iria fazer o possível para provar que estava certo.

- Seu lobisomem, ainda está bem vivo. -- declarou por fim.

(...)

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Madly || H.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora