Hailee
Eram 8 horas da manha de um sábado aleatório. Faziam 35 graus em Miami, mas é claro que eu não estava sentindo esse calor infernal pois estava dormindo pacificamente na temperatura agradável que o ar condicionado proporcionava ao meu quarto. Eu planejava continuar dormindo ao menos até o meio dia, porém meus planos foram interrompidos pelo estrondo ensurdecedor da minha porta abrindo e batendo na parede, seguindo de um peso sufocante em cima do meu abdômen. No começo, pensei que era um furacão, depois tive a certeza de que era um apocalipse zumbi... Ou seria o dia do juízo final? A primeira opção era a correta. Era um furacão sim, com o nome de ''Karla Camila Cabello''.
- HOJE TEM FESTA, E VOCÊ SABE QUEM CONFIRMOU PRESENÇA? ISSO MESMO, TODO MUNDO! – gritava Camila, freneticamente.
-Pelo amor de Deus, que horas são? Do que você está falando, sua doida? – respondi quase sussurrando, o que fez Camila revirar os olhos.
-Hailee, ACORDA! Senta nessa cama. Isso, sentou!? Agora abre bem esses olhinhos e presta atenção : nos duas vamos dar a maior festa que esse Estado já viu hoje, lembra? E eu acabei de saber que todos da lista confirmaram presença!
- CALA A BOCA! - respondi, incrédula.
- Eu ainda sou a maior socialite da Flórida, não é mesmo? - Disse Camila, convencida.
- Que orgulho de ser sua melhor amiga Ms. Cabello! - falei, irônica, enquanto jogava uma almofada na morena, que rapidamente revidou, e em segundos estávamos rolando por toda a cama. Foi o suficiente para me fazer mudar completamente meus planos para aquela manhã daquele sábado aleatório.
E era isso que ela fazia : um verdadeiro terremoto. Pois do mesmo jeito que ela entra gritando, sai muda. Ela pode estar rindo e em questão de um segundo chora como se estivesse presenciando o fim do mundo. Essa era Camila, especialista em bagunçar absolutamente tudo o que tocava... principalmente pessoas.
Conheci a Mila ainda muito criança, acho que tínhamos 3 anos. Os pais dela se mudaram para a casa ao lado da nossa, e logo se tornaram amigos dos meus pais. Sinceramente ,não sei se culpo ou agradeço meus pais por isso. Não que eu não a ame, mas é que ser a melhor amiga de Karla Camila Cabello é muito desgastante e pouco recompensador.
Porém, mesmo com todos os problemas que ela tem, é um ser humano incrível. Me ensinou a ser bonita como ela, interessante como ela, sexy como ela... E em troca eu retribuí tudo com a minha lealdade, e algumas ajudinhas nas aulas de matemática. Claro que, em alguns meses, ela se tornou muito melhor nessa matéria do que eu mesma. Hoje ela dá aulas particulares de matemática. E eu? Bom, eu ainda não sei o que vou fazer com a minha vida, e trabalho como secretária na empresa do meu pai.
Ela planejou essa festa, em questão, por muito tempo. E eu estive lá para ajudar, como sempre: ela paga as contas e eu organizo tudo. Apesar de eu estar bem animada com essa festa ( as festas da Camila SEMPRE entravam para a história), eu estava com um aperto no peito. Aquilo me parecia uma premonição de que alguma coisa iria dar errado, ou para mim, ou para ela... Possivelmente para as duas.
(...)
Mila me ligou as 17 horas me dizendo que estava acertando os últimos detalhes com os decoradores da festa. Ela comentou que ainda teria que ligar para os Dj's, mas estava extremamente cansada. Sabia que aquilo era um pedido de ajuda camuflado, então eu disse que cuidaria dessa parte também. Eu até poderia ter perguntado o porquê ela ainda não tinha feito isso, mas eu sabia a resposta: ela era a Camila.
Enquanto ela tagarelava seus planos para aquela noite, olhei pela janela do meu quarto, que dava exatamente em frente ao quarto dela, e me perdi em meio às memórias. Lembrei de quando quebrei meu braço quando ela sem querer me empurrou da cama. Lembrei do dia em que ela, por descuido, quebrou a minha Barbie preferida. Lembrei do dia que ela acidentalmente beijou meu namorado.
Desviei meu olhar e voltei a prestar atenção no que ela estava me contando.
- ... Você sabe quem está me mandando mensagem o dia todo? Isso mesmo, o Drew! Fiquei sabendo que a família dele é dona de metade do Estado da Califórnia...– continuou Camila.
- Como é que pode alguém ganhar tanto dinheiro né? –eu disse, tentando parecer envolvida na conversa.
- Se bem que meus pais também são... E eu daria tudo, inclusive todo o dinheiro da minha família, para ter pais mais presentes e que realmente me amassem.
- Mila, EU te amo, isso é o que importa.
- Não mais do que eu te amo, meu bolinho! – disse ela, logo após soltar uma gargalhada tão alta que eu quase fiquei surda.
- Bolinho? Por acaso acaso a senhorita está me chamando de gorda? - respondi, rindo também.
Eu não podia negar, eu amava de verdade essa maluca.
(...)
Mila era, definitivamente, meu anjo da guarda. Eu falava com ela por alguns minutos e pronto, me sentia bem. Depois de desligar o telefone, comecei a me preparar para sair, pois eu precisava acertar alguns detalhes para a festa e voltar a tempo de coordenar as pessoas da produção, já que Camila escolheu o salão de festas de sua casa ao invés de algum espaço alugado. ''Tudo tem que estar exatamente com a minha cara, para ninguém ter duvida que quem manda e, principalmente, banca a alta sociedade de Miami sou eu'', explicou ela. Era bom saber que todo aquele dinheiro da família Cabello servia para alguma coisa: Camila tinha a atenção de quem quisesse. E era justamente essa atenção que movia sua vida, já que infelizmente ela teve que buscar afeto em outras famílias além própria.
Atravessei a rua e entrei na casa dos Cabello's. Antes de cruzar o salão principal, parei em frente ao retrato da irmã de Camila, Sofi. Doía muito saber que ela estava tão longe da irmã, pois ela era a única da família que tinha uma relação boa com Mila, e a garota a amava mais que tudo. Mas, apenar de eu saber o quanto elas sofriam de estarem separadas, o quanto Camila sentia em estar perdendo uma parte única da vida de sua irmã, eu sabia que quanto mais longe Sofi estivesse daquela família, melhor. Sinu e Alejandro não tinham a menor ideia de como criar seus filhos, e a pequena iria acabar como a irmã: totalmente fodida da cabeça. Ao menos, eu sentia que, aquela noite, não seria a frágil Camila que iria dominar a festa. Karla Camila estaria no controle, e eu confesso que isso me causava um enorme alívio.
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Just Like Her Eyes
FanficLauren e Camila se vêem no centro da cena de um dos crimes mais bárbaros da história. Todos são suspeitos, e alguém irá morrer tragicamente... Em um cenário de guerra, até onde o amor pode sobreviver? TRAILER DA FIC: https://youtu.be/6jX684P0RPM