Oh no... he's back!

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POV ZAYN

O sol estava se pondo na Costa leste. O barulho do vento no mar me trazia a paz que eu tinha perdido naqueles dias. Meu telefone não parava de tocar, mas eu não queria saber de negócios agora, eu só queria esfriar minha cabeça. Até porque, não havia negócios sem ela. E ela não estava mais comigo porque eu fiz ela se afastar... Cara eu sou um imbecil.

Desde quando eu conheci Lauren minha vida virou de cabeça para baixo: ela era a melhor traficante de Miami, de verdade, não havia ninguém que soubesse negociar como aquela mulher; ao mesmo tempo, quando eu deixei que nossa relação não fosse só profissional, tudo virou uma grande bola de neve. Eu precisava dela para controlar o dinheiro, negociar com os fornecedores, comprar as paradas de melhor qualidade... Basicamente, ela cuidava da parte burocrática do tráfico. Eu ficava com a parte simples, cobrava quem estava devendo. É a parte suja do negócio, eu sei, mas nada me trazia mais adrenalina do que aquilo. Na verdade, só havia uma coisa no mundo que me trazia tanto prazer quanto traficar drogas: Lauren Michelle Jauregui Morgado.

Nossa ultima conversa foi a duas semanas atrás. Tudo estava bem, ela estava bêbada na minha cama, eu estava fumando meu baseado e olhando a cidade pela janela. Nós tínhamos um carregamento grande chegando, encomendado por uma burguesinha da cidade que iria dar uma festa em algumas semanas. Por conta disso o dia tinha sido agitado, então eu achei que seria uma boa a gente usar algumas coisas, só pra relaxar. Eu não permitia que a Lauren usasse nada pesado, apenas álcool e maconha, eu não queria que ela virasse uma escrava dessas porcarias que a gente vende, até porque isso arruinaria meus negócios. O problema da Lauren é que, quando ela bebe, ela não consegue mais parar.

Em algumas horas ela se transformou em outra pessoa, alguém que eu odiava e muito. Ela deixava seu lado controlador domina- lá e, se por um lado no sexo isso era bom, por outro lado em qualquer outra situação aquilo era um saco. Ela mexeu em minhas coisas, viu alguma conversa que não gostou e perdeu todo o controle. Eu avisei que nós não tínhamos nada sério, e que eu não tenho dona, mas não adiantou. Eu acabei pegando minhas coisas e indo embora, mais uma vez.

O problema era que, mesmo que eu não queira admitir, eu preciso dela muito mais do que ela de mim. E era exatamente por isso que estava voltando, para levar ela comigo. 

(...)

Estacionei minha Lamborghini na garagem do prédio e entrei no elevador. Achei estranho ela não ter dado ordens ao porteiro para tentar me impedir de subir... Acho que dessa vez ela aprendeu que não adianta, eu vou subir do mesmo jeito. Assim que desci do elevador ouvi aquele velho rock, e eu nem precisava pensar de onde aquela música estava vindo. Se eu conhecia ela direito e , Deus, eu conhecia, ela deveria ter chegado ao fundo do poço com a nossa separação. Não pense que sou tão narcisista assim, mas é que eu sei que além de me amar, aquela vadia não sabe ficar longe do nosso negocio. Assim como eu, Lauren precisa se sentir viva, e o que ela faz definitivamente trás essa sensação. Adrenalina. Acho que é essa a palavra.

Me aproximei da porta e, para minha surpresa, não estava trancada. Empurrei com cuidado e encontrei a casa surpreendentemente arrumada, como se estivesse tudo bem. Ok, eu realmente esperava encontrar a garota bêbada e, no mínimo, várias garrafas de cerveja espalhadas pelo chão, então aquilo era um pouco estranho. Ouvi risadas vindas do quarto... Espera, tinha alguém com ela! Agora as coisas estavam fazendo mais sentido. VAGABUNDA! Minha visão escureceu e eu não pensei em mais nada. Não sei quem era o desgraçado, mas eu iria mata-lo com toda a certeza! E mataria Lauren junto. Quem ela pensava que era? Foi apenas eu me afastar alguns dias para ela achar que poderia me trair? Ah não, isso não iria ficar assim. 

Empurrei a porta do quarto com cuidado, não queria que nenhum dos dois tivesse a chance de fugir. Quem seria o cara? O nosso vizinho? Não, ele não fazia o tipo de Lauren. Quem sabe algum colega da escola que ela não via há muitos anos, ou quem sabe... Meus pensamentos foram interrompidos assim que vi com clareza quem estava deitado na cama de Lauren.

POV LAUREN

Sem pensar direito, joguei a coberta em cima de Vero e, rapidamente, me cobri também. Merda! O que aquele filho da puta estava fazendo ali?

- Chegou na hora certa - Disse, cínica. - Gostaria de se juntar a nossa festa, Zayn?

- Você está me achando com cara de otário Lauren? Desde quando você e essa vagabunda estão tendo um caso? 

- Vagabunda é a senhora sua mãe! - disse Vero, com raiva.

- Escuta aqui menina, você tem 10 segundos para se vestir e sair do meu apartamento, tá me entendendo? Ou... - disse Zayn, enquanto cerrava os punhos.

- Ou o que? Você vai me bater? Então vem! - provocou Vero.

- Ninguém aqui vai fazer nada! Vero, acho melhor você ir embora... Me desculpe por isso. E quanto a você, esse é o MEU apartamento, e eu coloco quem eu quiser aqui dentro!

- Eu achei que pudesse confiar em você, sua vadia! - Disse Zayn, enquanto dava um soco na porta.

Vero, assustada, pegou suas roupas e saiu rapidamente do quarto. Zayn trancou a porta do apartamento e me olhou com um rancor que eu nunca havia visto antes. Comecei a perceber que, pela primeira vez na vida, eu havia ultrapassado a linha do limite de sua paciência.

- Por que você voltou? O que está fazendo aqui? - disse, com a voz trêmula.

- Eu voltei pra te buscar, Lauren! Eu percebi que não sou nada sem você. Eu não sei fazer negócios, eu não sei nem me cuidar sozinho. Mas então, eu chego em casa e você está naquela situação... Com uma mulher! Desde quando você é lésbica?

- Ah, meu querido, eu poderia escrever um livro com as coisas que você não sabe sobre mim. - respondi, com uma risada sarcástica.

Foi então que a situação saiu realmente do controle. Zayn arremessou um quadro na parede, em direção a mim. Eu me abaixei, mas por pouco não fui atingida. Percebi que ele estava fora de si, e corri em direção a porta do quarto. Ele veio atras, e continuou arremessando coisas em minha direção, enquanto gritava. Cheguei até o telefone, mas não consegui ligar para ninguém: Zayn segurou meu braço com tanta força que não consegui me mexer.

- Então é isso, você vai me bater? Bate Zayn! Mostra que grande homem você é! Vamos, bate!

Ao invés de me bater, ele deu um soco na mesa onde estava o telefone, que se espatifou no chão. Respirei aliviada, mas não por muito tempo. A campainha tocou, e eu não tinha ideia de quem poderia ser.

- Você chamou mais alguém para sua festinha, Lauren? - disse ele enquanto corria em direção a porta da sala.

- Para de ser idiota, eu não chamei ninguém! Deixa que eu atendo, a Vero deve ter esquecido alguma coisa.

Fui até a porta, mas não abri. Por instinto, olhei pelo olho mágico para confirmar quem estava ali. Assim que consegui enxergar, fiquei paralisada de medo.

- Zayn, não é a Vero, é muito pior. Alguém chamou a polícia! 




Just Like Her EyesWhere stories live. Discover now