Mistérios na Adolescência II

Confiança

A noite estava calma, ouvia alguns animais e acho que gemidos também. Esses meninos eram tarados demais.

-Matt? - Mylla me chama.

-Oi.

-Algum problema? Você está sem sono.

-Não, nada. Apenas pensando em tudo que nos aconteceu nos últimos meses.

De repente um homem alto aparece, moreno, bem cansado. Mylla grita assustada, acordando a todos e atrapalhando meu primo e seu namorado.

-É o professor Ryan - falo.

Ele ia cair, porém fomos mais rápidos, o segurando e deitando em uma cama de folhas improvisada. Demos água e comida, que ele consumiu com voracidade, então dormiu.

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O dia amnheceu calmamente, como se a paz e a tranquilidade reinassem no mundo.
Todos já haviam acordado, menos Ryan, que o deixamos dormir devido a grande viagem.

Saímos do acampamento para procurar frutas silvestres e pequenos animais para nos alimentarmos. Quando voltamos, professor já estava de pé e adimirou-se por termos pegado três lebres e uma raposa.

As preparamos e botamos no fogo para assar, até que ele me chama.

-Matt, por favor venha aqui.

-Sim, professor.

-Pegue minha bolsa, lá dentro estão seus ítens encomendados.

Abro a bolsa e lá dentro estão lâmpadas de ultravioleta com baterias extras que eu havia encomendado antes de saírmos rumo ao sul. O que prendeu o professor onde vivíamos.

-Muito obrigado professor! - sem querer as ligo, Claysie e Vick ficam ligeiramente queimadas, com olhos e pele vermelhos.

Logo as desligo e reparo no nosso grupo, os meninos conversando com Sean sobre técnicas de batalha, as meninas fofocando sobre algo qualquer e Mitch e Tati juntos, agarrados um ao outro num canto separado.

-Vá falar com eles - disse Ryan ao meu lado - agora eles também são da sua alcateia.

Concordo com a cabeça e vou na direção deles, vagarosamente.

-Olá - digo, Tati se recolhe ainda mais no abraço de Mitch.

-Oi - ele responde.

-Vamos aproveitar um pouco, logo partiremos para o sul - percebo que ela começa a chorar - hey, o que houve? Qual o problema? - me abaixo e ponho minha mão em seu ombro.

-Ela é... - Mitch inicia, mas é interrompido.

-Sensitiva - Tati continua - consigo sentir a energia do universo, que determina e diferencia tudo de todos. Com isso sei quem é humano ou não.

-E também quando coisas estão para acontecer. Nos desculpe, mas ela está reclusa desde a vila, ela pegou medo de vocês, seres sobrenaturais - Mitch prosseguiu.

-Sim, eu os entendo. Vamos dar um tempo a vocês, quando se sentirem prontos é só se juntarem a nós. Mas entendam, não queríamos nos tornar isso que somos, alguns foram obrigados, como as vampiras, outros foram acidente, no caso, nós, lobisomens. Para tudo tem lados bons e ruins, mas nós não vamos fazer mal a vocês.

Olho fixamente para ambos, vejo-os pensativos e um sorriso bobo de Tati. Esse sorriso era puro, prova de confiança e quem sabe de uma bonança futura.