29. Susto

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O dia passou rápido ajudei vovó na livraria, liguei para um amigo vir dar uma mãozinha na mudança de Jenna, já que ela havia falado comigo mais cedo para ajudá-la na mudança.

- Obrigada por me ajudar. E então, quando vai embora? - estávamos empacotando algumas peças de cozinha, já havíamos empacotado várias coisas e algumas pesadas colocamos na frente da casa, esperando o meu conhecido chegar.

- Eu não sei. Ainda tenho que resolver algumas coisas aqui mas logo estarei voltando pra lá. Só ficarei com saudades de vocês todos.

- Eu também sentirei saudades de você. Vê se não demora muito para vir nos visitar viu.

Escutamos uma buzina e olho pela janela, meu colega havia chegado. Fomos para fora de casa e começamos a recolher algumas peças pesadas da casa de Jenna. Ao decorrer de quando pegávamos, eu sentia a Jenna muito cansada, pedia para ela parar mas ela é cabeça dura. Eu notei ela suando muito e num momento achei até que fosse desmaiar.
Pedi para ela parar um pouco e se sentar no sofá restante. Um tempo depois Jenna foi melhorando, ela disse que foi porque não havia se alimentado bem devido á ansiedade de se mudar para casa de Austin.

Ela chegou perto de mim e pediu para que eu segurasse um abajur que estava nas suas mãos. Eu tomei o abajur das mãos dela, meu dedo tocou em sua mão e foi quando senti que estavam geladas. Aí foi quando eu notei que alguma coisa estava errada.

- Quando ele volta? - pergunto mas eu fico sem resposta.
Porque numa tamanha rapidez corro para segurar Jenna que desmaia logo em seguida. Eu grito por meu colega e peço que me ajude, tire o carro da garagem para levá-la a um hospital pois eu sei que ela está com algum problema porque vejo sangue mas não sei de onde vem. Parto com Jenna o mais ligeiro que posso, ligo para vovó para que ela possa ficar dando uma ajuda para meu colega e para depois fechar a casa.

Rapidamente ligo para Austin que fica perplexo ao saber de que sua mulher estava passando mal e que eu estava levando-a para o hospital. Imediatamente ele disse que vai voltar para a cidade, já que ele estava viajando à trabalho.

- Como ela está? - vovó chega ao hospital perguntando por Jenna, mas eu não tenho nenhuma resposta ainda do médico que estava atendendo ela. Espero que não seja nada grave.

Enquanto estamos aguardando notícias dela, Austin entra desesperado tentando entender o que aconteceu. Seus olhos estão tristes, seu semblante é de alguém abatido. Abraço-o ele me aperta, e finge coçar os olhos, mas eu sei que neles escorrem lágrimas.

- Fique calmo meu amigo, não haverá de ser nada grave. - peço para que ele se sente e se acalme um pouco. Vovó trás um copo com água para que ele tome.

- Como ela está? Eu preciso ver a minha mulher. O que aconteceu para que ela desmaiasse Lucca? - eu sei que Austin tenta segurar mas as lágrimas insistem em cair, e eu acho bonito quando vejo um homem chorando, quer dizer que tem coração.

- Foi como te disse pelo telefone mesmo, senti ela um pouco fria. E quando ela ia desmaiar, corri e a segurei. Mas há algo a mais que eu não te contei por telefone. Ele para e olha para mim, e faz um gesto que nem eu mesmo achei que ele pudesse fazer, me segura pelo colarinho da minha camisa e encosta nossos rostos. Sinto sua respiração ofegante. Sei que ele está apreensivo, mas eu prefiro contar que havia algo de errado nela que nem eu mesmo havia notado.

- Eu não sei... - fecho os olhos e abaixo a cabeça, tento pegar fôlego para dizer o que eu vi, mas que não sei bem ao certo se é o que eu estava pensando. - Eu vi sangue nela.

Nesse momento Austin larga meu colarinho e cai de joelhos, não sei se entendeu o que eu quis dizer mas ele fica quieto, parado, parece que está pensando em alguma coisa. Sinto que ele desconfiava de alguma coisa.

- Sinto muito. - falo para ele que ainda está de joelhos no chão, estendo a mão. Ele segura e o levanto-o. - Seja lá o que for, vocês passarão isso juntos e irão ser mais felizes do que já são.

As horas passam e o médico que atendeu Jenna surge. O nome dele é Caleb, se apresentou assim que chegamos com ela.

- Tenho algumas notícias para dar a vocês.

Todos nós ficamos atentos com o que ele tinha a nos dizer.

- Fizemos tudo possível para que não acontecesse nada a mais, por isso temos que deixá-la um pouco a sós para que descanse. Jennifer é forte dá para se notar e acredito que ela saiba como lidar com essa situação. Por muito pouco ela quase o perdia.

Espera. Ela quase o perdia? Então...

- Qual é o marido de Jennifer de vocês? - o Doutor Caleb aponta para mim que aponto para o Austin que logo dá um passo para frente.

- Parabéns! Sua mulher está grávida. Ainda está no começo mas sinto que ela será forte o bastante para continuar com essa gravidez. Preciso que ela fique aqui por mais tempo até eu fazer alguns exames e ficar em observação, acredito que ela saia daqui a dois dias. Talvez se tivesse chegado uns minutos antes a criança não teria resistido.

Austin não sabia se sorria ou se chorava tamanha era a felicidade dele. Abraçou o Doutor Caleb, abraçou vovó e veio até mim chorando e sorrindo igual a uma criança.

- Obrigada. Por pouco quase perco as duas coisas mais importantes da minha vida e eu devo isso a você.

Como eu posso não encher meus olhos de lágrimas quando a pessoa que é importante para mim está lá dentro num quarto de hospital e quando sei que ajudei a não deixar que seu bebê, a quem ela sempre desejou, não morrer.
O dia de hoje estaria marcado na minha memória para sempre.

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