14. Um Homem da Cor do Gelo

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Um dia havia passado e, quer Aika quer Mu, continuavam a tentar recuperar da batalha. A jovem estava estabilizada, mas extremamente fraca, o cavaleiro continuava sem dar sinais de consciência. Dohko tinha-os colocado em quartos separados, na tentativa de evitar que se exaltassem demais ao acordar. No entanto, isso estava a ser complicado para Saga, que tentava controlar a sua aprendiz, que acabava de despertar.

— Como está Mu? Mestre, diga-me, por favor, ele sacrificou-se por minha causa! Eu vi que o coração dele parou, como é que ele está?

— Aika... Mu está a lutar pela vida. Não está morto, mas pouco falta.

— O quê?

— Você não devia ter desobedecido, neste momento Mu estaria aqui connosco!

A jovem aprendiz desespera novamente. Era cruel de mais ouvir aquilo da boca do seu mestre.

— Se me quer fazer sentir mal, parabéns, está a conseguir, mestre. Eu apenas não queria que você morresse. Não, na verdade não queria que nenhum dos dois morresse!

— Você mandou calar três cavaleiros de ouro, minha jovem, quando apenas estavam a zelar pela sua segurança. Isso resultou praticamente na morte de um deles!

— Mu não está morto!!!

— Muito bem. Como queira, Aika. Quero só que me explique que cosmo enraivecido foi aquele. Ninguém conseguiu perceber de onde veio ou como você o criou naquelas circunstâncias. Tinha uma energia negativa assustadora mas num cosmo belo e justo. Esta combinação é extremamente rara. Especialmente numa pessoa que começou o treinamento há tão pouco tempo.

Aika não lhe respondeu à questão. Apenas se levantou devagar e começou a dirigir-se para a porta.

— Onde pensa que vai?

— Vou ver Mu, depois tenciono voltar para casa. - respondeu a jovem, ignorando completamente o que o mestre lhe tinha falado anteriormente.

— Tem de permanecer na enfermaria, Aika, em Gémeos não a conseguirei tratar.

— Não estava a falar da casa de Gémeos. Vou embora, mestre, lamento, não lhe devia ter faltado ao respeito, a si e aos outros, nem colocado vidas em perigo. O meu lugar é na vila.

— Vai o quê? - questionou, não compreendendo a decisão.

— Foi o que ouviu. Vou voltar para a vila.

— Proíbo-a de abandonar o Santuário nesta altura, sem a minha permissão.

— E porquê?

— Seu lugar é aqui. Pode ter errado, mas seres humanos sempre erram. Eu quero ensiná-la a ser uma guerreira, a soltar aquele cosmo gigante que tem e a saber canalizá-lo da melhor forma possível. Você é a minha primeira aprendiz, tenciono ajudá-la em tudo e ensinar-lhe o máximo que conseguir.

— Mestre, eu...

O som de alguém a bater na porta do quarto de Aika interrompeu o que esta estava prestes a dizer. Era Dohko.

— Como está Mu, Dohko? - questionou Saga.

A cara do mestre ancião mostrava grande preocupação.

— O que significa essa expressão, cavaleiro? - perguntou a jovem.

— Todas as feridas de Mu estão tratadas, ainda tem algumas sequelas internas, mas as hemorragias foram todas paradas, Milo ajudou-me. Acontece que ele não dá sinais de reação a nenhum estímulo, é estranho. Aparentemente está em coma...

Os Cavaleiros da Energia DivinaOnde histórias criam vida. Descubra agora