7 - Relief.

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Castiel acorda acabado. Seus músculos doem, seus dedos ainda mais. Nem sua cauda mexe mais. Ele força suas pálpebras mas só uma abre até a metade, não conseguindo enxergar nada. Mas ele consegue sentir a presença de alguém, quem seria?

Não era Gabriel... nem Lucifer. Muito menos Chuck, então...

- Miguel...? – Cas sussurra baixinho com os olhos fechados ainda, Miguel faz nele um cafuné de leve, sentando ao seu lado na cama.

- Castiel, você tem que tomar esses remédios para dor. – Castiel afirma com a cabeça e toma eles contra gosto. Miguel nota o impossível de não se notar, Castiel estava muito abalado.

- Você quer conversar? – O mais velho pergunta com uma voz calma.

Castiel começa a tremer e Miguel fica preocupado, mas se acalma ao ver que ele só está botando suas dores para fora. Ele coloca Cass em seus braços e acaricia suas costas, o consolando.

Um tempo de choradeira depois, a barriga de Castiel ronca e Miguel decide que ele precisa almoçar. Cas a princípio não concorda, mas acaba desistindo e vai com o irmão.

Coçando os olhos com os punhos, e com o irmão segurando seu braço, eles descem até a cozinha, mas Castiel para ao sentir o cheiro de Chuck, que já tinha visto eles.

- Miguel... vamos voltar...

- Não adianta se esconder para sempre, Castiel. Encare a realidade com maturidade.

O híbrido ignora e dá meia volta para ir ao seu quarto novamente e Miguel pega um prato para colocar a comida.

- E aliás, sua tia Amara está vindo com seu primo Rafael. – Chuck dá a notícia, que foi totalmente ignorada por ambos. O pai solta um suspiro pesado.

Castiel chega no quarto fechando a porta com força com seu pé e se deita delicadamente na cama para não machucar mais ainda suas mãos. Chateado como o inferno, ele se lembra de quando foi adotado, quando era feliz de verdade. Era tudo tão mais fácil naquela época... as vezes ele só queria voltar a ser uma criança. Por que a vida tinha mudado tanto assim? Ser híbrido era uma bosta.

Miguel chega no quarto com o almoço do irmão e senta numa cadeira ao lado dele, pondo o prato e o copo com água na escrivaninha.

- Sente-se Castiel, eu o ajudarei a se alimentar. Que tal?

Castiel apenas faz um sim com a cabeça e se levanta sentindo o cheiro delicioso do peixe frito. Seus olhos parecem aumentar de tamanho assim que vê o prato, mas se contem.

Miguel o alimenta levando a colher até a boca do mais novo, como se fosse uma mãe alimentando seu bebê, por vários minutos, sem nenhuma palavra. Não era tão ruim assim, ao menos uma vez na vida se sentia mimado. E a comida estava muito boa.

- Eu sei que você não gosta que ninguém lhe veja sem roupas, Castiel. Mas eu irei lhe ajudar a tomar banho, ok? Como nos velhos tempos!

Cas olha para o irmão meio envergonhado, mas concorda. Afinal, tinha que parar de ser tão tímido.

Mas esse dia com certeza não seria hoje.

Miguel já estava impaciente do lado de fora, já fazia 10 minutos que Castiel estava tirando suas roupas, e talvez ainda iria demorar mais meia hora para tirar o resto. Decidiu que ele iria tirar aquilo nem que fosse a força e abriu a porta do banheiro com raiva, que sumiu ao ver Castiel de costas para ele ligando a torneira da banheira, só com uma cueca. De sua nuca saía uma fina e quase invisível trilha de pelinhos escuros, que iam até o começo de sua cauda que se mexia levemente.

Hybrid - DestielOnde histórias criam vida. Descubra agora