Dean...
Sua temperatura já estava febril. Se não tinha coragem de sair do banheiro antes, estava pior agora. Qualquer um iria perceber sua condição se botasse um pé pra fora. Estava assustado, isso nunca tinha acontecido com ele...
Tinha que tentar aquilo.
*Enquanto cortava um limão para o suco, pensava em Castiel. Sabia o que estava acontecendo, não deveria estar tão preocupado com o moreno. Falando nele, estava demorando demais para descer do quarto. Decidiu ir busca-lo.
*
Sua mão fazia uma massagem lenta na cabeça avermelhada de seu pênis, sentindo uma sensação de alívio. Era muito bom. Nunca tinha sentido isso antes, pois nunca havia tido a experiência e a vontade de se masturbar, era literalmente sua primeira vez. Suas pernas estavam abertas e ele estava encostado na parede gelada, que o dava arrepios de instante em instante. Com a outra mão, começou a fazer o movimento de vai e vem, soltando alguns miados sem perceber.
Sua cauda estava toda assanhada e se contorcendo, demonstrando o prazer que estava sentindo. Sua face ficava cada vez mais vermelha a cada segundo, sentindo algo vindo.
*
Dean abriu a porta do quarto procurando por Cas, mas tudo que viu foi a cama bagunçada. Tinha que aproveitar que o irmão estava em seu canto e fazer Castiel comer logo alguma coisa. Entrou no quarto e sentou numa cadeira que tinha do lado do guarda-roupa, começando a pensar.
Talvez devesse frear a relação que estava tendo com Cas. Mal conhecia o garoto e já tinha o beijado e o trazido para casa.
Rápido demais, Dean, rápido demais. Estava se martirizando muito, e nem sabia se Castiel gostara de tudo aquilo. Seus pensamentos estavam conturbados.
Pensamentos esses que foram interrompidos por um forte miado "meio gemido" que atravessou pela porta do banheiro.
Gelou. O moreno estaria se tocando em seu banheiro? Isso o fez estremecer. Andou até a porta, dando leves batidas. Não escutava mais nada vindo de lá, o que tinha acontecido?
- Cas? Tá tudo bem?
Castiel, que já sentia estar se recuperando, travou no lugar. Dean não podia vê-lo assim, definitivamente não. Pegou suas roupas de baixo e começou a vesti-las rapidamente e silenciosamente.
-D-Dean? Tá tudo bem sim. Eu já ia descer. Por que voltou? - Castiel pronunciava de modo nervoso, não era muito bom com mentiras.
- Cas! Voltei porque achei que tinha desmaiado de novo.
- J-já estou bem... Não precisa se preocupar.
Dean abre a porta de uma só vez e vê Castiel assustado no chão pelo movimento repentino.
Acho que me enganei, ele parece inocente demais para isso.
- Venha, eu te carrego. - Sem tempo para Castiel argumentar, o loiro o pegou pela cintura, o fazendo se agarrar em seu pescoço e rumou até a cozinha, com o moreno tentando se soltar para andar sozinho.
Dean solta o híbrido numa cadeira da mesa e volta para a bancada onde estava temperando a carne de coelho.
- Não precisa me tratar como se eu fosse uma... - Criança? Castiel se acanha, lembrando do acontecimento recente no banheiro. Uma criança não faria aquilo. - Um gato de verdade! Não me carregue por aí, é vergonhoso.
- Me perdoe, mas você é fofo como um. - Termina dando uma piscada para Castiel, que olha pro chão com um sorriso de lado. - Mas você me parece melhor. O que aconteceu lá dentro em?
- N-Nada... Só fiquei com uma febre horrível por uns minutos e depois passou. - Não era totalmente mentira.
- Sei... Bom, a janta tá quase pronta, se quiser eu pego um celular pra você ligar pros seus pais.
- Não sei o número do meu pai nem dos meus irmãos. - Castiel diz despreocupado.
- Sério? Que merda em cara.
- Não há nada demais. Talvez ele se preocupe comigo alguma vez na vida. - Termina sussurrando.
O loiro desvia o olhar e coloca um prato com arroz, alguns vegetais e uma carne desconhecida por Castiel, que come silenciosamente.Dean suspira e pega uma cadeira, sentando na frente de Cas.
- Pode mandar.
- Ahn? desculpa Dean, não entendi.
- Dá pra ver na sua testa em neon que algo está te incomodando, Cas.
Castiel olha para o chão.
- Não é nada, Dean... não deveria perder seu tempo ouvindo minhas besteiras. - Dean ao ouvir isso, caminhou até o híbrido e o pegou pela mão, o guiando pela casa. Castiel, mesmo confuso, o seguiu.
Chegaram no jardim.
- Veja, Cas. Todos nós temos nossos problemas, mas se não tivermos ninguém para compartilharmos nossas dores, isso poderá ficar pior. por isso eu peço para que confie em mim. - Termina Dean acariciando a bochecha do outro, que estava encantado, pois o rosto de Dean ficara mais lindo à luz da lua.
- Bom - ele tenta pensar em um bom jeito de começar. - Desde que eu me lembro por gente, sempre sofri algum tipo de preconceito, sabe. - Dean assente, prestando atenção seriamente. - Quando fui adotado, tudo na minha vida pareceu melhorar. Mas infelizmente, eu entrei na escola. Aquela que estou até hoje. Lá, eles me batiam e me xingavam. Querendo ou não, eu era o alvo da escola. Infelizmente nessa época, nossa família não era muito boa financeiramente, então o pai nos mandava à escola para termos algo para comer, pois em casa não tinha. Com o tempo, Chuck conseguiu dinheiro, não me pergunte como, então nos mudamos para uma casa descente, onde não existiam goteiras e rachaduras em todo canto. Quando me lembro disso, me pergunto por que ele me adotou, se nem seus próprios filhos ele poderia sustentar. Com o tempo, até ele começou a ficar agressivo comigo, me deixando para baixo com suas palavras, mas não chegava a me bater. Não até aquele dia.- Que dia?
- A escola para mim não era mais a maravilha que eu pensava que era, um lugar para aprender, fazer amigos e tal. Era mais pra um ambiente de tortura reservado para mim. Até que um dia, eu resolvi revidar. Quando Gordon chegou perto de mim para me empurrar, arranhei ele com força e saí correndo para tentar me safar, mesmo sabendo que eu era o único híbrido do colégio inteiro. Acabou que deu merda mesmo. Daí surgiram mais e mais brigas familiares.- Estou com uma raiva inexplicável neste momento. - Dean fecha com força suas mãos.
- Não precisa se preocupar mais, Dean. Estou seguro aqui. - Fala passando os dedos no braço do loiro, o acalmando.
- Bom… Me desculpe, sua infância não me pareceu muito legal e fiquei meio alterado com isso, prossiga.
Castiel ri sem gosto.
- Não foi uma das melhores mesmo. Mas, continuando, os melhores dias era quando tia Amara vinha nos visitar.
- Amara? Acho que já ouvi esse nome…
- Sim! Minha tia. Ela e seu filho Rafael vinham todo fim de mês, e ela sempre trazia doces para nós. Infelizmente, e eu não sei o porquê, pois pai não nos conta, ela não vem faz 3 anos.
- Hum. Venha cá. - Dean pega Cas pelos ombros e o abraça, cobrindo todo o corpo do outro com o seu próprio. - Agora me sinto culpado por não estar lá para te defender. Me conte, o que eles faziam com você?
Castiel sentia seu coração batendo rápido, o abraço de Dean era muito quente e aconchegante. Retraiu suas orelhas e falou baixinho.
- Hum… Teve uma vez que passaram cola em minha cauda e na minha bolsa. Foi muito difícil tirar. - Castiel começa a rir. - Meu deus, aquilo foi muito ridículo.
- Foi mesmo. E você está rindo?
- Rir para não chorar.
- Entendo. - Dean ri e alisa os cabelos negros.
Depois de alguns minutos, Dean resolve tocar no assunto.- Cas.
- Hum? - O híbrido já estava sonolento de novo.
- Você vai me dizer o que realmente estava fazendo no banheiro? - Claro que Dean já sabia, pois Cas era um livro aberto. Mas seria legal tirar uma com a cara do moreno. Suas suspeitas foram afirmadas quando sentiu o outro se encolher em seus braços. - Em, Cas…
-Bem… Er… Eu…
Droga, Dean tinha que insistir nisso.
- Dean! - Eles ouvem o grito de uma voz conhecida - para a felicidade de Castiel.Era Sam.
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Hybrid - Destiel
RomanceCastiel é um híbrido. Híbridos mesmo hoje em dia, como sempre foram, são raros na natureza, e por esse motivo anda causando estranhamento na sociedade mesmo passados 300 anos de descobrimento da espécie. Antigamente eram tratados como objetos (esc...