DEPOIS DE 84 ANOS, EU VOLTEI! ;-;
Sam corria com dificuldade até eles, deixando para trás um rastro de sangue. Mesmo de longe, os garotos conseguiam ver as enormes feridas abertas em seu tronco, junto de roxos no resto do corpo. Os dois se levantaram do chão para ajudá-lo a se sentar sem ter que jogar no chão, exausto como estava.
- Sam?! Cara, o que aconteceu com você? Responde! - Dean gritava desesperado, há muito tempo não tinha visto uma imagem dessas na sua frente. Sam cuspia sangue tentando falar.
- Dean, o que está acontecendo? - Castiel estava paralisado. Nunca tinha visto algo assim na vida, o sangue o fazia passar mal.
- Cass, que tal pegar um copo de água? - O loiro pediu com a voz calma sem olhar pra ele enquanto segurava seu irmão, se melando de sangue.
- O-ok! - Saiu correndo.
Sam abriu os olhos e tentou se levantar, falhando miseravelmente.
- Ei ei ei, calma aí. Não se esforce muito. Consegue falar?
- Ahh... sim.
- Então desembucha logo. Quem fez isso com você?
- Dean, calma. Foram eles, mas-
- NÃO ACREDITO QUE ELES NOS PERSEGUIRAM ATÉ AQUI?!
-Dean! - Sam tentou acalmar Dean, sem sucesso.
- Como você ainda diz para eu ter calma? Olha o que aqueles filhos da puta fizeram com você! E se fizerem isso com o Cass também?
- Não vão fazer isso com o Cass
- Como tem tanta certeza?
- Porquê a gente vai dar um jeito, droga! A gente sempre dá um jeito.
- Não precisa virar uma menininha, Sammy. Vem, eu te carrego. - Sam tenta se levantar sozinho, mas a ferida se abre mais ainda e ele cai de volta no chão. Dean revira os olhos e o coloca nos ombros, indo em rumo à casa.
Castiel aparece com um copo d'água na mão e Dean toma dele, engolindo tudo de uma vez.
- Mas não era para-
- Cas, eu vou buscar aquela caixa vermelha de socorros do Bobby, você fica de olho no Sam? - Pergunta Dean pondo o irmão no sofá, para em seguida passar a mão nas orelhas de gato de Castiel.
- C-claro. Eu fico sim.
- Obrigado, gatinho. - Dean pisca pra ele e sobe as escadas.
Castiel dá um sorriso de lado e senta na ponta do sofá junto de Sam. Com seu peitoral exposto, eram claramente visíveis as feridas em seu corpo. Castiel queria ajudar, mas só de olhar para aquilo já o dava gastura. Então, para passar o tempo ficou brincando com suas garras, pensando o quão foi estúpido com todo aquele drama. Tudo tinha sido inútil então...
Depois de um tempo ponderando, sentiu que Dean estava demorando demais para alguém que só tinha ido buscar uma caixinha de primeiros-socorros, então decidiu ir até ele, apenas para checar se precisava de ajuda.
Quando se levantou, sentiu uns espasmos em suas pernas nas áreas das coxas e quase teria caído no chão se não fosse a escrivaninha ao seu lado. Era muito parecido com aquela sensação, a mesma que sentiu quando... no banheiro...
Céus. Estava acontecendo de novo.
Determinou mentalmente que era melhor ficar sentado esperando por Dean, pois de qualquer maneira, ele tinha medo daquilo acontecer na frente do loiro, seria embaraçoso demais. Seu corpo estava sensível a qualquer coisa.
Minutos se passam enquanto Castiel observa sua cauda indo para lá e para cá, e Dean chega carregando uma caixinha branca com uma cruz vermelha no centro.
- Por que demorou tanto? Achei que tivesse se perdido, Dean.
- Não está falando sério, está? De qualquer forma, procurei em todo canto essa maldita coisa e só achei no banheiro do quarto que você dormiu.
Castiel sentiu arrepios.
- Ah... tudo bem. Mas tem tudo que precisa?
- Quero acreditar que sim. Me ajuda com isso?
- Melhor não... nunca fiz isso. Só atrapalharia.
Dean murmura um "okay" e começa a limpar e enfaixar as partes feridas do irmão como se aquilo fosse normal entre eles, o que intrigou Castiel.
Foi um tempo longo e silencioso, que incomodava o híbrido de certa forma. Ele queria conversar mais com Dean, descobrir mais sobre ele, mas infelizmente não conseguia perder a timidez que sentia na frente dele e se sentia muito estúpido por isso. Mas querendo ou não, sempre foi de sua natureza. Não soube exatamente como Charlie e Ana sentiram algo legal nele o suficiente para se aproximarem e se tornarem amigas, mas se sentia agradecido.
Pelo menos BV ele já não era.
****
- Como posso lhe retribuir por me acolher aqui? – Pergunta Castiel já na frente do grande portão, preparado para ir embora. Mesmo sendo de noite, ele acreditava não ter nada muito perigoso naquela cidade, e também porque sabia se defender.
- Já pensei em duas coisas...
- Eu não esperava por essa resposta.
- A primeira é: que tal me contar o que você fez no-
- E a segunda?
- A segunda é, que tal um beijo de despedida? – Dean termina a frase olhando para Castiel enquanto mordia os lábios. O moreno surpreende-se, olhando meio envergonhando para os lados e por fim, prende os olhos no chão. Dean se aproxima e pega o rosto dele pela bochecha, levantando um pouco o fazendo fechar os olhos. Com os rostos próximos, Dean lambe os lábios de Castiel lentamente, para depois dar-lhe um beijo. O loiro estava com a mão esquerda na face rosada do outro e a direta em seu quadril, descendo lentamente até suas coxas, não deixando de apalpar o local com um pouco mais de força, fazendo Castiel ficar mole em seus braços.
Eles se separam lentamente e Cas põe sua cabeça sobre o ombro do maior, ainda não sabendo lidar com todas aquelas sensações. Dean abraça ele com força como se o protegesse de todo mal e deixa Castiel sair de seus braços logo depois.
- Nos vemos amanhã, gato? – Pergunta Dean brincando com o duplo sentido da palavra.
- Minha família deve estar com muita raiva de mim pra isso, então talvez não.
- Woa. Que duro. Mas não se preocupe, eu te visito quando der.
- Hum...
Castiel não move suas pernas para ir embora e nem Dean consegue sair do portão para entrar em casa. Eles não queriam se separar. Mas contra suas vontades – e seu coração – Castiel parte rumo à sua casa, seguindo o cheiro. Pois não fazia ideia de onde estava e tinha vergonha de perguntar a Dean, visto que tinha percebido isso agora.
Ele ainda sentia os toques do loiro em seu corpo, e não conseguia pensar em mais nada. Não conseguia evitar o calor que sentia, e era sempre a mesma coisa. A mesma vontade de fazer aquilo outra vez. Se sentia meio sujo por isso, mas o que podia fazer?
Sua esperança era que isso fosse normal por ser um adolescente.
Suas orelhas sensíveis captaram rapidamente o som de passos, então ele parou e olhou para os lados. Se não conhecesse sua visão noturna, não acreditaria que estava vendo um par de olhos o observando. Eles se encaravam por segundos intermináveis, até Castiel sentir que seu observador estava se mexendo lentamente. Por extinto, começou a correr para longe dali, e sentia que aquele estava o perseguindo também. Uma perna depois da outra sem tropeçar, era o que tentava fazer. Seu coração batia rápido tanto quanto seu corpo se movimentava e não sabia se podia aguentar por muito mais tempo. Quando chegou em uma rua iluminada, viu que a criatura tinha desistido. Suspirou de alívio. O que durou pouco ao perceber que tinha perdido a trilha até sua casa.
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Hybrid - Destiel
RomanceCastiel é um híbrido. Híbridos mesmo hoje em dia, como sempre foram, são raros na natureza, e por esse motivo anda causando estranhamento na sociedade mesmo passados 300 anos de descobrimento da espécie. Antigamente eram tratados como objetos (esc...