Capitulo 15 - Plano de Fuga

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Acampamento, 21h10...

Akise

Assim que a Gasai caiu no chão percebi que tinha sido atingida por aqueles 2 disparos vindos do quarto.

"Gasai!" Dei por mim a gritar, mas quando me tentei levantar para ir ter com ela, aquele maldito sacana que a tinha atingido apontou-me a pistola. "Vocês vão ficar bem quietinhos." Ele disse e aproximou-se da Gasai. Merda...

"Se querem ter a vossa amiguinha viva, é melhor começarem a entregar os telemóveis. E nada de brincadeiras." O terceiro ameaçou-nos.

Espera, o quê? Isto não fazia sentido nenhum...

Era óbvio que eles iriam usar a Gasai para nos chantagear, visto que sem ela estamos bastante expostos e indefesos. Mas sabia que no final, estes 2 iam matar-nos a todos, mesmo que lhes entregassemos os nossos telemóveis. Porque razão é que eles iriam poupar a vida da Gasai em troca dos telemóveis? Iam deixar uma jogadora tão perigosa como ela à solta? Claro que não iam...

Estes tipos devem achar que eu sou burro...

Sabia que entregarmos os telemóveis era simplesmente um ato de pura burrice, por isso o meu cérebro começou a formular um plano para nos conseguirmos safar desta. Mas com tanta pressão não me conseguia concentrar a 100%...

Olhei para a Gasai e ela estava a olhar para mim, por alguma razão senti que ela estava à espera de algo vindo de mim... Será que ela, mesmo com as dores dos tiros, já tinha percebido a jogava do terceiro e do quarto?

Por mais que me tentasse concentrar não conseguia, e ainda por cima com a Gasai a olhar tão fixamente para mim ainda ficava mais desconcentrado.

"Vamos embora!" Acabei por gritar e, assim como eu, a Hinata e os outros começaram a correr, rumo aos quartos-de-banho femininos.

Confesso que me senti um pouco mal por ter abandonado a Gasai... Só espero que não lhe façam mal...

Assim que alcançamos o quartos-de-banho feminino, enfiamo-nos todos dentro dele e fechamos a porta, sentando-nos no chão enquanto acalmava-mos as nossas respirações.

"Por que é que fugimos?" A Hinata perguntou-me, preocupada. "Porque não podíamos dar-lhes os nossos telemóveis, eles estavam apenas a tentar enganar-nos. Queriam-nos fazer acreditar que não iam matar a Gasai se lhes déssemos os telemóveis, mas no final iam-nos matar a todos, incluindo a ela." Expliquei rapidamente, a minha respiração ainda estava acelerada.

"Mas o que vamos fazer? Vamos deixar a Yuno morrer? Vamos deixar que nos matem a todos?" O Yuki perguntou com uma voz nervosa. "Claro que não, nós vamos arranjar uma maneira de salvar a Gasai." Informei-o, o que o fez dar-me um pequeno sorriso.

Afinal, ela ainda tem que vir comigo ao parque de diversões...

"Mas como é que a vamos salvar? Estamos num parque de campismo, no meio do mato, sem nada para usar-mos como arma!" A Mao disse enquanto chorava, qual é o problema dela?

Olhando bem para todos os que estavam neste quarto-de-banho, os rostos de todos revelavam bastante nervosismo, desespero e insegurança.

"Em primeiro lugar, vamos acalmar-nos." Informei-os, o que os fez a todos voltar a olhar para mim. "Conta uma piada, Kousaka." Pedi ao rapaz, que olhava para o chão com uma cara estranha. "Como é que queres que conte piadas? A Yuno foi..." Ele disse, mas do nada levantou-se e foi até uma das sanitas que haviam no quarto-de-banho, para vomitar...

Provavelmente ele nunca tinha visto ninguém ser baleado tão perto dele...

"Tudo bem, não contes piadas..." Suspirei enquanto ele continuava a vomitar. "Qual é o teu plano?" A Hinata perguntou-me, aparentemente estavam todos um bocadinho mais calmos. Pelo menos a Mao já não estava a chorar...

"Não tenho nenhum plano em concreto..." Informei, o que os fez abrir a boca e colocar de novo aquelas caras de desespero de ao bocado.

"Mas, conhecendo bem a Gasai..." Dei por mim a pensar novamente no que se tinha passado ainda agora. "Ela tinha uma arma com ela, o problema é que aquela arma estava sem munições e por isso ela não conseguiu atingir o quarto." Relembrei o acontecimento.

"Ela jamais iria andar com uma pistola, apenas com facas e esse tipo de armas. E mesmo que andasse com uma pistola, nunca a teria descarregada, o que quer dizer que aquela arma não era dela." Continuei a pensar alto enquanto todos me ouviam atentamente, menos o Kousaka, que estava ainda a terminar o seu festival...

"Provavelmente ela encontrou aquela arma na tenda do professor Takao, que provavelmente a tinha lá descarregada porque sabia que ela ia à tenda dele cuscar... Ou seja, foi uma armadilha planeada desde o principio." Continuei a minha análise, agora tudo encaixava no sitio certo. O puzzle estava a montar-se...

"Conhecendo-a bem, sei que ela não ia andar descansada nesta visita sem primeiro ir mexer nas coisas do inimigo." Disse e levantei-me do chão do quarto-de-banho.

"E conhecendo-a bem, também sei que ela não ia deixar de planear alguma coisa, caso houvesse uma emergência e ela precisasse de fugir." Continuei e observei rapidamente todo o lugar.

"Procurem em todos os cantos deste quarto-de-banho alguma arma que a Gasai possa ter deixado." Pedi ao resto do pessoal, que se levantou do chão sem grande motivação.

Todos começaram a procurar por alguma coisa que nos pudesse ser útil, tinha a certeza que a Gasai devia ter escondido uma arma algures por aqui.

"E-Encontrei!" O Yuki gritou do nada, o que me fez correr até ele. "Um machado?" Fiquei surpreendido por ela ter deixado apenas uma machado, pensei que ela andasse melhor armada...

"Como é que um machado nos vai poder ajudar contra o terceiro e o quarto?" O Kousaka perguntou, desesperado. "Para a Yuno, basta um machado para poder matar 6 ou 7 pessoas..." O Yuki comentou baixo, de facto, nesse aspecto a Gasai é mesmo incrível, tenho que admitir...

"Mas a Yuno não nos pode ajudar no estado em que está, por isso, como é que estão a pensar em livrar-nos desta?" A Mao perguntou, ela era outra que estava a desesperar...

"Eu tenho um plano, só precisamos da ajuda deste machado para sair-mos daqui." Informei, o que os fez olharem todos para mim. "E que plano é esse? Cometemos todos suicídio com esse machado?" O Kousaka grunhiu, sinceramente.

"Não, é bastante simples..." Informei e caminhei até um dos canos de água que haviam no quarto-de-banho, cortando uma parte do mesmo com o machado e obtendo assim uma vara de ferro.

Assim que arranquei aquele pedaço de cano, um monte de água amarela caiu no chão e um "doce" aroma de merda com mijo encheu o quarto-de-banho. "Que nojo, Akise!" A Hinata reclamou.

"Eu sei que o cheiro é mau, mas este cano vai-nos ajudar imenso." Informei e atirei aquela parte cortada do cano à Hinata, que o apanhou com uma cara enojada.

"Que comece a festa..." Dei por mim a sorrir.

Mirai Nikki - Novo Jogo [Pausada]Onde histórias criam vida. Descubra agora