Hospital, 05h20...
Yuno
Acordei com uma mascara de oxigénio (daquelas de hospital) na boca, estava enjoada e sentia-me bastante fraca. Virei ligeiramente a minha cabeça para o lado e encontrei a Hinata a mexer no seu telemóvel, e por isso a mesma olhou para mim.
"Yuno!" A mesma sorriu-me e fiquei confusa, mas não tinha forças para lhe perguntar o porquê de tanta alegria. "Eu vou chamar o médico, venho já." A mesma disse-me e levantou-se do banco onde estava sentada, saindo a correr.
E foi assim que reparei no quão fraco o meu corpo estava, para além dos enjoos. Também sentia uma dor bastante forte no meu peito e também num dos meus braços.
Rapidamente me lembrei daquele passeio com o professor Takao, o terceiro, e também do quarto, que resolveu aparecer e juntar-se ao nosso professor para uma festa de sangue...
Depois de ter levado aqueles 2 tiros só me lembro de o Akise e os outros me terem conseguido salvar, e também me lembrava do Akise a dizer-me para manter os olhos abertos.
Por falar nisso, onde é que ele estava?
"Ela está aqui." Ouvi a voz da Hinata dizer, por isso deixei os meus pensamentos de lado durante alguns segundos para poder prestar atenção ao homem que se apresentava na porta do meu quarto de hospital.
"Muito boa noite, menina Gasai." O suposto médico disse. Espera, boa noite? Que horas são? "Não sei se tem a noção do estado grave em que chegou às nossas mãos... É um milagre ter sobrevivido." Boa, adoro ouvir médicos a falar...
"Tivemos que a operar depois de ter levado um tiro no braço esquerdo e outro no peito. O que vale é que as balas que a atingiram não eram grande coisa..." O médico continuou a falar enquanto se aproximava da minha cama.
"Deverá ficar em observação durante 1 semana, e depois poderá ir para casa." O mesmo disse, por isso assenti e voltei a fechar os olhos. Será que ele ia continuar a falar durante muito mais tempo? A minha cabeça estava a bombar, e a última coisa que queria ouvir no momento era um velho médico a falar sobre quanta sorte eu tive por ter sobrevivido e blá blá blá...
"Muito bem, vou deixá-la descansar." O mesmo disse-me, saindo daquele quarto de hospital. Graças a Deus! "Como te sentes, Yuno?" A Hinata perguntou-me enquanto se voltava a sentar no mesmo banco onde estava sentada à pouco. "Enjoada..." Informei, reparando assim no quão fraca a minha voz estava.
"Yuno!" A Mao gritou junto à porta do meu quarto, mais uma maluca... "É tão bom ver-te acordada outra vez!" A mesma disse, aproximando-se da minha cama.
"Onde estão os rapazes?" Perguntei com a minha voz fraca e rouca, queria mais especificamente saber do Akise. "O Yuki e o Kousaka já foram para casa." A Hinata informou-me, aquela estúpida não me tinha dito o que eu queria saber...
"Onde está o Akise?" Resolvi ser mais especifica. "Ele está lá fora. Digamos que ele está um pouco em baixo..." A Mao disse, desviando o olhar.
"Por quê?" Resolvi perguntar, meia confusa. O que é que se tinha passado enquanto eu tinha estado inconsciente? "Bem... Ele teve que matar o terceiro e o quarto." A Mao disse, o que me fez arregalar os olhos. "O quê?" Exclamei de imediato, boquiaberta.
"É normal que ele esteja deprimido, foram as primeiras 2 pessoas que ele matou..." A Hinata comentou baixo. "Ele matou-os mesmo?" Quis confirmar, ainda incrédula. "Sim, eu vi bem... Ambos desapareceram através do habitual buraco negro que se abre no peito, o que quer dizer que o terceiro e o quarto estão mesmo fora do jogo de diários." A Hinata confirmou-me, nunca pensei que o Akise chegasse mesmo a matar alguém.
"Ele estava bastante preocupado contigo, Yuno. Quando estiveres melhor, acho que devias ir ter com ele e apoiá-lo." A Mao comentou. "Nem vou esperar até ficar melhor." Informei e levantei-me da cama, apoiando-me no colchão através do meu braço direito. O braço esquerdo (aquele que estava ferido) estava cheio de ligaduras e preso ao meu peito, como se estivesse partido.
"Yuno, o que estás a fazer?!" A Mao reclamou de imediato, preocupada. "O médico disse que só podes sair do hospital daqui a 1 semana, e queres levantar-te já?!" A Hinata tentou tocar-me no ombro, provavelmente para me obrigar a ficar na cama, mas bati-lhe na mão antes que ela me pudesse tocar.
"Ai!" A mesma reclamou baixinho, agarrando a sua mão. "Se me tentarem parar, eu mato-vos." Informei as duas raparigas, que pareciam um pouco assustadas comigo. É bom que tenham medo...
Saí do meu quarto de hospital e sentia grandes dores vindas da barriga, claramente devido à operação. De facto, sou doida por já andar por aí em pé, depois de ter sido operada há algumas horas...
Dirigi-me até à entrada do hospital e fiquei extremamente surpreendida por ninguém reparar em mim. Mesmo estando a usar uma camisa de hospital e também estando a coxear devido às dores, nenhum dos médicos ou enfermeiros reparava em mim a andar pelos corredores do hospital.
Provavelmente estavam todos com tanto trabalho e tão atarefados que nem davam conta da minha presença nos corredores.
Assim que saí do hospital encontrei o Akise a olhar para o chão e com as mãos enfiadas nos bolsos do seu casaco, ele parecia bastante pensativo.
Mesmo assim, ele ia ter que deixar esses pensamentos de lado para falar comigo.
"Akise." Chamei pelo mesmo, o que o fez olhar para mim. "Gasai?" O mesmo olhou de imediato para mim. "O que fazes aqui? Devias estar lá dentro, a descansar!" O mesmo disse de imediato, claramente preocupado e já a tentar levar-me para dentro do hospital.
"Não te preocupes, eu estou bem." Fiz questão de deixar isto bem claro, se não ele ia continuar a dizer-me para voltar para dentro do hospital...
"Tens a certeza?" O mesmo quis confirmar. "Sim, está tudo sob controlo." Ignorei as dores que tinha, vir até aqui tinha sido uma má ideia relativamente à minha condição física.
"Ouvi dizer que hoje tiveste que matar duas pessoas..." Disse baixo, o que o fez desviar de imediato o olhar. "Sinto-me pessimamente por causa disso..." Ele disse baixo, o que me deixou cheia de pena dele. "Sou uma merda por causa disso!" Ele gritou do nada, mudando assim de um registo deprimido para um registo irritado.
"Não, tu não és uma merda. Não podes deixar que te matem! Não és um assassino, és um sobrevivente neste jogo..." Tentei fazê-lo ver as coisas da maneira que eu as vejo.
"Sabes a única coisa que foi boa nisto tudo...?" Ele perguntou baixo, desta vez mais calmo, em vez de deprimido, por isso assenti em resposta. "Se eu não os tivesse morto, eras tu quem ia morrer." Ele disse, voltando a olhar para mim. Eu já devia estar corada...
"E como tu não morreste, disseste que querias ir comigo ao parque de diversões." Ele continuou, mostrando-me um pequeno sorriso nos seus lábios. "O que quer dizer que me deves uma ida ao parque de diversões." Ele continuou, aumentando um pouco mais o seu sorriso.
"É verdade, mas eu só vou poder ir contigo na próxima semana. Ordens do médico." Informei, ainda mais corada. "Sim, eu vou obrigar-te a cumprir as ordens dele, tudo certinho." O mesmo disse, pousando a sua mão sobre a minha cabeça.
"Certo..." Assenti cada vez mais corada. Ele deve adorar deixar-me assim, aquele idiota...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Mirai Nikki - Novo Jogo [Pausada]
FanfictionUma Fanfic sobre o Anime "Mirai Nikki" criada por Animes_Fanfic_MVS. Um novo jogo de diários do futuro começa e as memórias dos nossos personagens sobre o primeiro jogo foram apagadas. Como consequência disso, a personalidade dos próprios jogadores...