Capitulo 6 - Uma noite juntos

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Hospital, 20h40...

Yuno

"Não te preocupes, estou em casa daqui a mais ou menos 1 hora. Vá, beijos." O Akise disse e desligou a chamada do seu telemóvel depois de avisar os pais que iria chegar mais tarde a casa. "Não avisas os teus pais? Não vão ficar preocupados?" Ele perguntou depois de guardar o telemóvel no bolso.

"Já avisei por mensagem..." Menti-lhe, não vou avisar os meus pais quando eles já estão mortos... "Tudo bem..." Ele respondeu e o médico entrou na sala para me fazer o curativo, o meu braço tinha bastante sangue depois de ter aberto a ferida outra vez.

"Gostava de saber como é que fez isto, menina Gasai..." O homem disse de forma mesquinha e semi-serrei os olhos. "Caí." Respondi e ele abanou a cabeça, pegando na ligadura para me dar pontos. Meu, odeio aquela merda, aquilo doi...

"Estás com medo, Gasai?" O Akise gozou e uma vez que ele estava em frente a mim dei-lhe um ponta-pé nos Países Baixos... De facto tinha algum medo, nunca levei pontos mas a verdade é que sempre me disseram que doia imenso...

O médico começou a cozer a minha ferida e prendi o ar para não dar um berro e esmurrar o homem. Depois de alguns minutos de tortura ele acabou o trabalhinho...

Passou-se mais algum tempo, saímos do hospital e o Akise levou-me até casa. "Já matei a sexta e o décimo segundo, preciso de matar o primeiro..." Pensei alto e o Akise suspirou. "E que tal esqueceres o jogo por algum tempo e relaxares um pouco?" Ele reclamou mas ignorei-o.

"Anda cá, quero mostrar-te uma coisa." Ele pegou na minha mão e puxou-me para sei lá onde. Andámos durante muito tempo e por mais que insisti-se ele não me dizia onde me ia levar.

Entramos numa espécie de floresta e assim que saímos da mesma estavamos junto ao rio da cidade, foi aí que arregalei os olhos. Haviam pequenas barcas junto à costa e viam-se pirilampos por todo o lado, milhões deles espalhados pelo céu e perto da água do rio, todos juntos conseguiam iluminar o local na perfeição.

"É bonito, não é?" Ele perguntou e acenti com a cabeça, ainda com a boca aberta devido ao espanto. Só depois de algum tempo é que percebi que o Akise ainda estava a agarrar a minha mão, mas na realidade era uma sensação boa. Acabei por agarrar discretamente a sua e ele riu-se baixinho. Grande merdas...

"Hey, Akise..." Chamei desconfortavelmente e ele olhou para mim. "Preciso de fazer chichi..." Admiti e ele sorriu. "Força, não sejas timida!" Ele gozou e apontou para o mato, um pouco mais ao longe.

Akise

A Gasai desapareceu entre as árvores e enterrei as minhas mãos nos bolsos do meu casaco, a noite estava um pouco fria. Continuei a apreciar a paisagem, até que ouvi um grito agudo. "Akise!" A Gasai surgiu por entre as árvores e tentou correr até mim, mas um homem grande e feio puxou o seu braço e agarrou-a.

"Gasai!" Deixei escapar e o homem riu-se, devia ser mais um tarado que estava escondido no meio do mato. "Vejam só o que eu encontrei aqui... Deem-me todo o vosso dinheiro e bazem daqui." Ele disse de forma despresivel mas não me mexi.

"Tudo bem, se queres ir pela força..." Ele disse e sacou uma faca do bolso, encostando a mesma ao pescoço da Gasai. Merda, por esta é que eu não esperava. "Solta-me, porco nojento!" A Gasai mexeu-se mas o homem continuou a agarrá-la.

"Até que és girinha..." Ele riu-se e levantou um pouco a camisola da Gasai. "N-Não..." Ela gritou enquanto o porco se ria. Tentei encontrar qualquer coisa que pudesse usar como arma, por isso corri até à minha mochila. Boa, felizmente a Gasai tinha guardado a tesoura que tinha usado para matar o décimo primeiro na minha mochila.

"Não!" A Gasai gritou mais uma vez e virei-me de costas, vendo assim as suas primeiras lágrimas cairem. Maldito, aquele boi de merda estava a mexer onde não devia... Sim, estava a mexer-lhe nos peitos e mais embaixo..."Deixa-a em paz!" Corri até ao homem e tentei acertar-lhe com a tesoura mas antes de o poder fazer ele usou a Gasai como escudo, e por momentos achei que fosse atingi-la.

Consegui recuar a tempo mas o homem lançou a sua faca contra mim, e acabei assim por ganhar um corte na bochecha, nada de grave. "Maldito..." Deixei escapar e do nada a Gasai conseguiu soltar-se dos braços dele.

Ela correu até à faca do homem (que entretanto tinha caído no chão) e de seguida correu até mim, escondendo-se atrás de mim com a faca erguida. Ela estava completamemte assustada e a tremer, já para não falar da sua cara mulhada pelas lágrimas que continuavam a cair.

Troquei de arma com ela e caminhei até ao homem, que por sua vez recuou e foi-se embora a correr assim que viu que estava em desvantagem. Suspirei de alivio e virei-me de frente para a Gasai, que estava um pouco mais ao longe.

A rapariga largou a tesoura e correu até mim, abraçando-me fortemente. Todo o seu corpo ainda tremia e ela tinha escondido a sua cabeça no meu casaco, deixando escapar alguns soluços. "Eu tive medo..." Ela disse baixo e abraçei-a a ela também.

"Nunca imaginei que isto fosse acontecer, não era minha intensão... Lamento o que aconteceu..." Disse e ela puxou o meu casaco. "Não faz mal... Tu não tens culpa..." Ela disse com uma voz chorona e senti o meu casaco ficar mulhado.

"Anda, vamos para casa..." Disse-lhe e ela soluçou. "Não, não quero ir para lado nenhum..." Ela retrocou e abraçou-me com mais força. "Tudo bem..." Beijei a sua cabeça e continuei a ouvir o choro dela.

"Lamento... Pelo corte..." Ela disse algum tempo depois, ainda contra o meu peito. Já nem sequer me lembrava do corte que tinha na bochecha, mas a verdade é que ardia um pouco. "Não te preocupes, não foi nada de especial." Informei-a e ela limpou a cara com a minha camisola.

"Melhor?" Perguntei-lhe e ela acentiu com a cabeça, ainda com os olhos marejados. Continuamos abraçados durante muito tempo e nem sequer dei conta das horas passarem... A verdade é que estava completamente drogado nela, mas a verdade é que ela era a droga perfeita...

Mirai Nikki - Novo Jogo [Pausada]Onde histórias criam vida. Descubra agora