Capitulo 4 - Aliança

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Templo do Olho Sagrado, 5h39...

Yuno

Acordei sentada em algo duro e enroscada numa manta, ainda era de noite. "Ela está a acordar!" A voz da Hinata fez-me abrir os olhos lentamente. "Yuno!" O Yukiteru exclamou e aproximou-se de mim. "O que... Onde estamos?" Perguntei enquanto os meus olhos se habituavam à escuridão. "O professor e os outros alunos já acordaram daquelas drogas para dormir, já cuidaram da tua ferida e da do Akise." A Mao explicou.

"Mas então eles sabem o que eu fiz..." Falei mais para mim do que para eles. "Nada disso, dissemos ao professor que houve um ataque para matar a sexta, ela morreu e os seus subditos tentaram protegê-la, mas também acabaram por morrer." O Kousaka informou-me com um sorriso e suspirei de alívio.

"Obrigado." Dei-lhes um sorriso cansado e levantei-me da cadeira onde estava sentada. "O Akise está no autocarro, mas acho que ainda não acordou." A Hinata respondeu aos meus pensamentos e fui até ao autocarro. Vi no lugar do fundo a cabeleira branca dele e fui até lá de vagar.

De facto ele ainda estava a dormir, por isso sentei-me devagarinho ao lado dele. Tirei a minha manta e levantei a manga da minha camisola para ver a minha ferida, mas a mesma estava cheia de ligaduras, portanto não sabia como estava. Doía-me um pouco o braço, afinal, apesar de o machado me ter atingido de raspão saíu bastante sangue do ferimento...

O Akise gemeu e olhei para ele, até que os seus olhos se abriram lentamente. "Gasai?" Ele perguntou, como se estivesse a confirmar. Acenti com a cabeça e ele colocou a mão na zona onde tinha sido cortado por me proteger... "Merda..." Ele gemeu e encostou a cabeça na janela do autocarro.

"Matei a sexta." Apeteceu-me dizer-lhe aquilo. "Oquê?" Ele voltou a olhar para mim. "Depois de desmaiares ela apareceu e matei-a, ela era a senhora da Clarividência, a Tsubaki." Expliquei-lhe. "Tu és completamente doida, tu matas-te aqueles homens todos." Ele mudou de assunto. "Por que é que me proteges-te?" Não aguentava, tinha que saber por que é que ele o tinha feito.

"Porque quero ser eu a matar-te." Não era esta a resposta que tinha em mente. Sinceramente não sabia o que é que ele me ia responder, mas de longe achei que seria esta a resposta. "Nós formamos uma boa equipa juntos, conseguimos apoiar-nos e defender-nos um ao outro. E que tal fazermos uma aliança?" Ele sugeriu e fiquei desconfiada.

"Ainda agora disses-te que querias matar-me..." Relembrei-o, subindo a sobrancelha. "Por enquanto temos a aliança, quando só restarmos nós os dois no jogo, máto-te." Ele sorriu-me de forma convensida e grunhi, ele é tão irritante!

"Então, que me dizes? Aceitas?" Ele insistiu, merda... "Não tenho nenhuma vantagem em formar uma aliança contigo, não dependo de ninguém." Retroquei de braços cruzados. "Não foi isso que aconteceu ontem na torre." Ele sorriu-me mais uma vez e grunhi, a verdade é que ele tinha razão, se não fosse ele tinhamos morrido todos eletrecotados...

"Tudo bem, eu aceito..." Desviei o olhar e ele deixou escapar uma pequena gargalhada. "Não percebo qual é a piada..." Grunhi, ainda sem olhar para ele. "Também te magoas-te?" A sua cara de gozo desapareceu e encarei-o. "Oh, isto, não é nada..." Pus a mão no meu braço e assim que o fiz saltei com dores.

"Merda..." Deixei escapar e mordi o lábio. "Como é que te magoas-te?" O Akise quis saber. "Depois de teres ficado inconsciênte, alguns homens apareceram com a sexta e... Bem... Ela levou-te e tentou... Enfim, tu sabes... Tentou violar-te... E o resto dos homens tentaram fazer o mesmo comigo e com as outras..." Não me sentia muito à vontade para falar destas coisas.

"Oh... Lamento isso..." Ele desviou o olhar. "E acabaram por me cortar com um machado, por isso é que me magoei..." Expliquei e ele olhou para mim. "Deixa ver." Ele pediu e tentou tocar-me. "Não." Afastei-me, aquilo doía demasiado para ele mecher. "Sim." Ele contrariou-me, bolas... "Não!" Emporrei-o e ele agarrou o meu outro braço, aproximando-me de si.

"Larga-me, lá porque formamos uma aliança isso não significa que possas fazer aquilo que queres!" Tentei soltar-me dele mas não consegui. "Tem calma, porra!" Era estranho vê-lo a falar desta maneira. Ele acabou por me soltar e levantei-me de seguida, levanto a minha manta comigo e saindo do autocarro.

Este Akise... Vai-me foder o juízo...

Mirai Nikki - Novo Jogo [Pausada]Onde histórias criam vida. Descubra agora