Acordei cedo, estava frio e todos ainda estavam dormindo. Levantei, fui para o banheiro, tomei banho, troquei de roupa, peguei o livro e sentei no colchão novamente. Comecei a folheá-lo, folheei, folheei e acabei achando uma folha dobrada, bem no final do livro, mas essa estava em branco. Me perguntei por que ela estava assim, a desdobrei, passei meus dedos em suas folhas e as frases começaram a se formar e nela estava dizendo:
"Owen, espero que esteja sozinho quando for ler isso, peço não comente com ninguém. Enfrentaremos coisas grandes, perigosas e não são nesse mundo, em breve você entenderá. Você é o líder dessa equipe, deverá agir com sabedoria, cuidado e paciência, pois teremos muitas dificuldades. Assim que reunir todos os líderes, vocês precisarão reunir tudo da nossa tribo que existe no museu e trazer com vocês. Perdemos muita coisa na guerra e uma parte do pouco que temos está lá. Em breve me juntarei a vocês e os ajudarei com o que for necessário. Cuidem-se."
Fechei o livro, mordi o lábio nervoso, respirei fundo, deitei, abracei a Vênus, e fechei os olhos tentando dormir. Mas não conseguia, estava pensando não só naquele bilhete, mas em tudo que passamos, em tudo que já havíamos descoberto e confesso que o nervosismo e a ansiedade eram grandes.
~.~
Algumas horas depois, a Vênus acordou, me abraçou forte e sussurrou:
— Bom dia, amor.
A olhei, sorri e sussurrei:
— Bom dia, planeta.
Sorrimos, ela levantou e falou:
— Vou acordar esse povo todo.
Foi até a pia, pegou uma panela, uma colher começou a andar pelo quarto batendo e falando "Acordem, acordem". Eu ria e eles acordaram umas feras. O Hunter falou irritado:
— Que porra é essa, Vênus?
A Vênus ria e a Atena falou:
— Palhaça.
O Perseu falou:
— Bom dia.
Eu os olhei e falei:
— Bom dia, gente, está na hora de acordar, faltam apenas uma hora para o encontro. Então vão se arrumar.
Eles levantaram murmurando algumas coisas, pegaram suas coisas e foram para o quarto. A Vênus foi para o banheiro, tomou banho, trocou de roupa e sentou ao meu lado. Respirou fundo e falou:
— Você sabe que ela não me desce né? Você não iria se fosse depender de mim.
A olhei e falei:
— Eu sei, mas eu preciso ir e ela vai vir falar com vocês também. Não vamos ficar lá, ela vai saber de tudo, com todos nós próximos a ela.
Ela revirou os olhos, respirou fundo e falou:
— Se ela tentar alguma gracinha com você ou meter essa marra de nariz empinado para cima de mim, eu furo os olhos dela com um garfo.
Ri por alguns segundos e falei:
— Calma, amor. Vai dar tudo certo.
Ela cruzou os braços, séria e balançava o pé. Eu a abracei, dei um beijinho em seu pescoço e sorri. Ela me abraçou, sorriu e nos beijamos. Quando deu 08:40, eu desci, sentei numa mesa e fiquei a esperando. Às nove em ponto, ela estava lá. Chegou e sentou de frente para mim, eu senti uma ligação forte com ela, mas não entendia. Ela deu um sorrisinho e falou:
— Bom dia. Como você se chama mesmo?
Respirei fundo para não falar algo pesado, e falei:
— Bom dia, me chamo Owen.
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Meu pé de cerejeira branca - Livro I.
Ficción GeneralSempre me fiz perguntas e quase todas elas eram sem respostas. De onde eu vim, quem são meus pais, porquê eu estava aqui, qual o sentido da vida, porquê nada nunca deu certo, porquê eu sou diferente de todos, entre várias e várias outras. Passei min...