Capítulo 29.

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Nossos treinamentos estavam ainda muito intensos, todos os guerreiros já estavam preparados. Provavam seu valor em batalhas e duelos, não se machucavam, mas o perdedor tinha uma punição.

Era uma sexta feira, acordei bem cedo, tomei banho, troquei de roupa, sai do alojamento e fui para o campo de treinamentos. Ao chegar lá o Ares apertou minha mão, sorriu e falou:

— Bom dia. Chegou cedo, como sempre.

Sorri, apertei ainda mais firme e falei:

— Bom dia! É, pontualidade é uma das minhas qualidades.

Rimos, comecei a assistir os treinos. Os aniquins estavam mais fortes, mais habilidosos e ainda mais rápidos e ágeis. Eu sentia orgulho de todos os guerreiros, sendo eles das sombras ou não. Alguns minutos se passaram e os líderes chegaram, nos cumprimentaram e já tomaram suas posições. A Demetra chegou logo em seguida, colocou a mão em meu ombro e falou:

— Bom dia, senhores.

A olhei e falei:

— Bom dia, Demetra.

Em seguida o Ares respondeu, ela me olhou e falou:

— Preparado para mais tarde?

A olhei e falei:

— Tem certeza que será hoje?

Ela sorriu de canto, acariciou meu rosto e falou:

— Tenho sim. O eclipse será hoje, estejam preparados.

A olhei e falei:

— Sempre!

Ela sorriu, cruzou os braços ao meu lado e começou a assistir o treinamento. O Ares tocou em meu ombro e falou:

— Também temos que praticar, você me daria a honra de lutar com você?

Sorri, o olhei e falei:

— Achei que nunca pediria, pai.

Sorrimos juntos, apertamos as mãos, fomos para um espaço no campo de treinamento, coloquei o Falco em cima de uma das barras de treino, tirei a capa com o capuz, coloquei em cima de um toco de árvore, me alonguei, o olhei e ele já estava me olhando. Respirei fundo, ele se aproximou, ficamos em posição de combate, ele sorriu e falou:

— Pronto?

Sorri e falei:

— Nasci pronto.

Começamos a lutar, ele batia e eu defendia. Eu batia e ele defendia. Bati com o pé em sua panturrilha o fazendo cair, cheguei perto dele, estendi a mão e falei:

— Lição número um: mantenha as pernas firmes ou qualquer pessoa pode te derrubar e te matar em frações de segundos.

Ele puxou minha mão, eu caí, ele me olhou e falou:

— Lição número dois: nunca confie em ninguém. Nem todo mundo é quem você pensa ser. Podem te matar mais rápido que uma flecha.

Levantei, voltamos a lutar novamente, todos pararam de lutar para nos ver lutando. Distribuíamos golpes diferentes, ele me empurrou para longe, o olhei e falei:

— Nunca soube qual era o seu poder.

Ele correu até mim, mais rápido do que uma pessoa normal, eu quase não consegui vê-lo, segurou meu pescoço me levando junto com ele e me encostando com força em uma parede, ele me olhou e falou:

— Digamos que sou um pouco mais rápido que o normal.

Deixei minhas presas se alongarem e meu corpo inteiro mudar, bati forte com a mão em sua barriga e ele voou para longe, caindo no chão, minhas sombras rodeavam o seu corpo. Eu o olhava e ele me olhava, estávamos conectados pelo sangue, pai e filho lutando juntos, o antigo líder e o atual. Ele levantou, sorriu e falou:

— Não tenho como competir com você. És mais forte do que eu.

Sorri e falei:

— Você também é muito forte.

Ele veio até mim, me abraçou e falou:

— Lição número três: nunca desafie o Owen para um duelo. Agora pode relaxar.

Sorri, fechei os olhos, deixei meu corpo voltar ao normal e falei:

— Pronto.

Todos estavam olhando boquiabertos, logo em seguida começaram a aplaudir. Sorri, agradecemos e eu falei:

— Agora voltem ao treino!

Eles voltaram a treinar, peguei minha capa a vesti, coloquei o capuz, o Falco voou até meu ombro e pousou. Fui para perto dos outros, cruzei os braços e a Demetra falou:

— Muito bem. Eu sei que você irá vencer, sei que todos vocês são capazes.

A olhei e falei:

— Muito obrigado.

Ela me olhou e falou:

— Estarei lutando com vocês.

A olhei e falei:

— E se você morrer?

Ela sorriu e falou:

— Não irei.

Sorri e falei:

— Ótimo!

O treino durou muitas horas, acabou às 13:30. Era o último treino antes da grande batalha, deixei que a tarde fosse livre para que eles relaxassem. Fomos todos para o alojamento, ao chegar lá, nos unimos e almoçamos juntos. Depois, nos retiramos para os quartos, tomei banho, deitei e a Vênus fez o mesmo. Ela me olhou e falou:

— Fiquei orgulhosa com a luta entre vocês dois.

Sorri, acariciei seu rosto e falei:

— E eu fiquei ainda mais, por ver você e os outros líderes sendo sábios e passando seus conhecimentos para nossos guerreiros.

Ela sorriu e falou:

— Vai dar tudo certo, venceremos e comemoraremos a nossa vitória.

A olhei e falei:

— Assim será.

Nos beijamos, ela sorriu e falou:

— Eu te amo.

A olhei e falei:

— Eu amo você.

Ela sorriu e falou:

— Vamos descansar um pouco, mais tarde teremos que estar descansados.

A olhei e falei:

— Sim, amor. Vamos.

Coloquei o celular para despertar às 17:00, nos abraçamos e adormecemos. Pouco tempo depois, eu ouvi uma voz masculina ecoando em meu ouvido dizendo:

— Owen, tenha cuidado. Seja mais forte do que nunca, você poderá ver pessoas que você ama morrendo ou se machucando, isso é normal em uma guerra. Se isso acontecer não fique abatido, não desista, não entregue os pontos. Vença a guerra, nosso povo não merece morrer. Seja forte. Seja invencível.

Despertei, com falta de ar, levantei da cama, fui até o banheiro, lavei o rosto, voltei para a cama, peguei o celular e ainda eram 14:30. Deitei novamente, confuso e acabei adormecendo novamente.


Meu pé de cerejeira branca - Livro I.Onde histórias criam vida. Descubra agora