Capítulo 6

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- hoje é o aniversário da morte dos meus pais.
- isso você resolveu se embebedar.
- sim, dizem que a gente bebe para esquecer. Ele começa a chorar.
- Você tem muitas lembranças com eles?
- não, mas vivo imaginando como seria minha vida com eles.
- aposto que seria ótima.
- acho que sim, e você?
- eu o que?
- tem muitas lembranças com seus pais?
- lembro de casa momento com eles.
- como eles morreram?
- acidente de carro.
- sinto muito, pelo menos estou aqui para entender.
- então que dizer que entende? Quer dizer que você sente a culpa todos os dias pensando encima de você por ser a culpada da morte dos seus pais. Altero minha voz com várias lágrimas em meu rosto.
- ham? O que aconteceu?
- eu sou a culpada da morte dos meus pais.
- não fala isso.
- Você nunca entenderia!
- então me conta.
- bem, quando eu tinha 8 anos tinha acabado de lançar um boneco novo que eu queria muito, então fiquei pedindo para o meu pai o dia todo, pela noite ele resolveu ir comprar, então fomos eu, meu pai e minha mãe para o carro, fiquei atrás e meus pais na frente, então quando a gente tava voltando para casa eu tava tão empolgada com o brinquedo que para agradecer o meu pai pulei em seu colo enquanto ele dirigia então ele perdeu o controle e o carro caio em um ribeirão mas meu pai me salvou me jogando pela janela antes do carro cair, então todos os dias me lembro de cada momento bom que passei com eles e me lembro como morreram, não tem um dia que fique triste, que eu encoste a cabeça no travesseiro e chore pois me lembro que fiquei de coma por três meses e quando acordei não parei de chorar.
Não falou nada, apenas ficou me encarando, depois me abraçou, na sua bolha protetora que me tirava todos os problemas.
- vai ficar tudo bem minha nutellinha. Ele fala afogando as mãos em meu cabelo.
- e agora você. Falo me afastando dele
- vai tomar um banho e ir dormir.
- Você está louca, vou ficar com você. Ele fala me abraçando.
- não precisa, vivi todo esse tempo sabendo disso e você não vai mudar isso.
- nossa só queria ajudar.
- Você ajudou, assim que me despreocupou quando chegou, você me confortou agora que lembrei disso, e olha não importa se hoje é o aniversário da morte dos seus pais você não pode se embebedar assim.
- mas me ajuda a esquecer.
- mano se beber ajudasse a esquecer eu já tinha esquecido de tudo que passei com os meus pais, acho que tinha esquecido até como respirar.
- Você bebe?
- bebia, mas parei por que me liguei que não tava ajudando e sim piorando a situação.
- sabe que isso não vai fazer eu parar de beber?
- infelizmente, por que te vê assim, bêbado, com cheiro de perfume feminino me apertar o coração.
- da para sentir o cheiro? Ele cheira a camisa.
- da sim, e tá mais forte do que o cheiro da bebida.
- nem tanto.
- olha não é da minha conta a quantidade de pessoas que você pega, mas é da minha conta seu bem estar, então sobe toma banho se troca que eu vou lá te levar um remédio para você.
- aff você nunca deixa eu fazer o que eu quero de verdade.
- deixa de ser tão criança e vai.
- não vou não.
- então não vou ficar aqui escutando um bêbado falando água.
- ei não fala assim de mim.
- o que? Que você está insuportável bêbado e por mim já estaria dormindo.
- exatamente, não vou ficar aqui escutando isso.
- ótimo vai logo.
Ele se levanta e sobe para o quarto.
Vou até a cozinha pego o remédio, pego água e subo.
- ei, posso entrar? Falo batendo na porta.
- entra se quiser.
- tá.
Entro no quarto ele está deitado na cama de bermuda olhando para o nada.
- toma isso. Falo entregando o remédio a ele.
- valeu. Ele toma e se deita novamente.
- boa noite Igi.
- deita aqui comigo.
- não tô afim.
- aff, vai para de ser chata.
- aff tá. Não deu tempo nem de eu terminar a frase, ele me puxa e me envolve em seus braços.
- boa noite minha nutellinha.
- boa noite meu príncipe. Falei sem nem mesmo pensar, ele sorri e me abraça, dormi rapidamente.
- ACORDA. Grita uma peste pulando encima de mim.
- são de cima de mim viado.
- quer ver se eu sou viado?
- sim. As palavras voaram da minha boca, ele me puxa para um beijo que durou uns dois minutos.
Cessamos o beijo por falta de ar.
- filho da puta, sai de cima de mim.
- ei que ignorância é essa.
- Você acabou de me beijar, sua peste.
- apenas comprovei que não sou viado, e vai dizer que você não gostou.
- então você só me beijou por causa disso.
- não nada a ver.
- xô, vai sair de cima de mim, por que alguém que só fala merda nem falar comigo merece.
- deixa do teu escândalozinho.
Ele se aproxima de mim e me beija de novo.
- está vendo que você gostou.
- sai de cima de mim idiota.
- ei sei que você gostou.
- querido se eu tivesse gostado não estaria te empurrando de cima de mim.
- aff garota chata.
- tchau.
Levanto vou até meu quarto, tomo banho me troco, visto uma calsa jeans rasgada no joelho e a blusa da farda e minha jaqueta, causo meu tênis de sempre, preto de couro.
- já tá pronto? Grito batendo na porta.
- tô sim pera.
Ele abre a porta.
- garota cê disse que tava pronto.
Ele estava sem camisa e de calsa.
- deixa do teu escândalo, e para que isso? Não gosta do que vê?
- já vi melhores. Falo piscando e me virando.
- certeza?
- Você não acha que está se achando demais, por que o seu tanque nem é tão definido assim. Falo sem nem mesmo olhar na sua cara.
- fala isso olhando para mim. Ele me puxa pelo braço e meio abraça, conseguia sentir sua respiração, ele olhava em meus olhos, não conseguia fazer o mesmo.
- que foi tá com medo de olhar em meus olhos é?
- eu não.
- então se não tem medo me olhe.
Miro meu olhar em seus maravilhosos olhos azuis.
- agora fala.
- falar o que mesmo? Tava perdida naquela imensidão azul.
- nem tá distraída você.
- que?
- Kamila onde você está?
- ham? Me toco que estava totalmente visurada naqueles olhos.
- Esquece. Ele fala rindo.
- desce logo, a gente vai tomar café lá.
- então tá.
Desço as escadas pensando naqueles olhos e acabo tropeçando, quando eu ia cair de cara no chão o Igor me segura pelo braço e meio puxa para cima com tudo.
- valeu. Apenas consigo falar isso.
- que isso, disse que ia cuidar de você e é o que eu farei todos os dias.
- obrigado Igor. Falo o abraçando.
- tranquilo, mas agora vamos.
- vamo.
No caminho da escola tava um completo silêncio.
- vai ficar esse silêncio sempre entre a gente? Pergunto para cortar o tédio.
- espero que não, não gosto de ficar em silêncio, fica estranho, principalmente com você.
- por que principalmente comigo?
- é complicado explicar.
- temos bastante tempo até chegarmos na escola.
- er... é que temos tantos assuntos para conversar.
- que assuntos?
- nós não nus conhecemos muito bem.
- temos um ano para nus conhecermos.
- olha chegamos.
- de boas, se não quer me contar não conta.
- olha lá o povo.
- Oi povo. Grito enquanto corro em direção a eles.
- Bel cadê o resto do povo? Pergunto.
- o Pedro e a Elena combinaram de faltar então somos só nós 5.
- beleza, Igor vamos comprar a comida. Grito
- vamo. Ele se despede do povo que ele tava conversando e vamos até a cantina.
M.E.

Capítulo curto foi mal, mas enfim vim perguntar se vocês e estão gostando se sim votem e comentem.
Beijos e muitos docinhos para vcs.
Não lembrei o nome de nenhum doce kkk.

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