O Passado de Felippe

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Gente, sério, vocês são demais, cada comentário lindo e engraçado que dá uma vontade de apertar cada uma de vocês e dar um super abraço!

Obrigada de coração !

Gente o livro já está acabando, acho que falta uns 10 capítulos só :(

Não me abandonem tá bom?

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- Muito bem. - D. Dulce ergueu os olhos. Sabia que não havia mais como fugir daquela situação, tampouco mentir iria ajudar. - Vou lhe contar a verdade, senhora Rafaella. A moça do quadro é... irmã do senhor Vargas.

- Quê? - Rafa franziu o cenho. - Irmã? Mas você mesma me disse que ele não tem família, irmãos, nada!
- Realmente agora não tem mais. O senhor agora é sozinho.
- Então... esta moça... irmã dele... está morta? - Rafa sussurrou.
- Sim. - D. Dulce soltou o ar. - Já que não tenho saída, vou contar a história completa.

Rafaella assentiu, temerosa.

- Felippe perdeu os pais muito novo. - D. Dulce disse. - Não devia ter sequer quatro anos. Por isso nunca pôde conhecer o amor fraterno. Porém, ele não estava totalmente sozinho. Tinha uma irmãzinha de um ano de idade. Se chamava Isabella. Isabella Vargas foi uma das mulheres mais bondosas e alegres que já conheci. - D. Dulce assumiu ar nostálgico e triste.

- Eu presenciei o crescimento de Isabella e Felippe. Já trabalhava para a família Vargas à muito tempo, por isso quando faleceram eu não pude ir embora. Isabella com apenas um ano, e Felippe tão pequeno. Assim os dois cresceram cercados de luxo, dinheiro devido à herança deixada para eles, e empregados. Mas isto não representava nada, no fundo os dois irmãos só tinham um ao outro.
Felippe se sentia obrigado a proteger a irmã em todas as situações, pois era o mais velho e a única coisa que a pequena Isabella tinha. Assim os dois cresceram, Isabella dependia inteiramente de Felippe e ele se sentia no dever de cuidar dela. E posso lhe dizer, senhora, nunca em minha vida eu vi irmãos mais unidos. Era uma coisa bonita, Isabella era a alegria de Felippe. Faziam tudo juntos, ele se preocupava muito com ela. Um completava o outro. O senhor Felippe era um rapaz relaxado, alegre e risonho, por mais que se responsabilizasse pela irmã.

Rafa engoliu em seco. Nem que se esforçasse conseguia imaginar o marido alegre e risonho.

- Mas um dia houve um acidente .- D. Dulce olhou para baixo, a voz baixa. - Felippe e Isabella haviam saído juntos para cavalgar. Era um dia de sol, ninguém poderia imaginar... bem, foi uma tragédia. O cavalo da senhora Isabella perdeu o controle, correu para fora do alcance de todos. O senhor fez de tudo para impedir, foi atrás, mas antes que pudesse fazer algo o cavalo jogou a senhorita Isabella longe. Quando a pegaram, já estava morta.

- Oh, não. - Rafaella tapou a boca com as mãos.

Então era por isso que Felippe odiava cavalgar, e não permitia que Rafa andasse à cavalo!

- Sim. - D. Dulce conteve as lágrimas, abalada. - E era tão jovem... tão bonita, com o coração enorme. Na época a família Vargas não morava aqui, morava em outra cidade. Na cidade todos conheciam a vida de todos, e foi um abalo para as pessoas. Isabella era muito cativante, todos da cidade gostavam dela.

- E como Felippe reagiu à tudo isso?- Rafa murmurou, com os olhos ardendo.

D. Ducle balançou a cabeça.

- Senhora, a irmã era tudo na vida do patrão! Era seu mundo! Quando ela morreu, deixou todos desnorteados. Felippe ficou sem chão, tudo desmoronou. E como se não fosse suficiente, a cidade inteira o acusou de assassino.

- Não. - Rafa balançou a cabeça. - Mas ele não teve culpa! 

- Não. - D. Dulce concordou. - Mas por Isabella ter morrido quando estava cavalgando com Felippe, e ninguém mais, colocaram a culpa nele. Todos se puseram contra o rapaz, acusando-o de forma infame e sem piedade.

Rafa estava incrédula.

- Mas...e depois?

- Bem. O senhor Felippe saiu da cidade e abandonou tudo. Dos criados, somente eu o acompanhei. Depois de toda a tragédia, o patrão perdeu o sentido para viver. Perdeu a alegria, perdeu tudo. Construiu esta mansão e se isolou aqui, sozinho. Nunca mais foi o mesmo. O rapaz alegre, cheio de vida, morreu com a irmã. Só restou amargura, tristeza e solidão.

Felippe se culpa até hoje pela morte da irmã.

- Mas... D. Dulce, ele não a matou! Foi um acidente! - Rafa disse alto.

- É claro, senhora! Nunca o culpei! Mas Felippe se sentiu tão mal por não ter conseguido fazer nada para impedir a morte da irmã, que se auto denominou o assassino! Afinal, ele era o único que poderia ter feito algo, mas não conseguiu... a tragédia foi mais rápida.

- Então...- Rafa engoliu em seco, a garganta ardia.- É essa a razão... é por isso que Felippe se tornou tão frio e maldoso?

- Sinceramente, não posso julgá-lo.- D. Dulce admitiu.- Lhe tiraram tudo, senhora. Não teve pais, e a única coisa que lhe dava sentido à vida lhe foi tirada de maneira cruel. E ainda foi acusado e julgado por isso, como um assassino impiedoso. Depois de tudo, só o que restou para que o patrão continuasse vivendo foi a arrogância e a solidão. Foi a maneira que o senhor achou para se defender, para esconder o passado e não sofrer por mais nada. No fundo só o que lhe restou para oferecer à vida, foi crueldade e decepção. - D. Dulce deu um suspiro de lamento.- O coração se transformou em gelo, e não há como culpá-lo por isso.

- Não, não há como culpá-lo.- Rafa sussurrou, por fim entendendo e ligando tudo em sua mente.

Afinal, viu que Felippe não era o monstro cruel e frio que ela sempre vira.

Era apenas um ser humano ferido e sem esperanças...


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Eu sei que o capitulo está pequeno, mas só pra que vocês possam ver Felippe de outra maneira e entender ele ok?

Amanha tem mais sz

Deem estrelinhas e comentem sz

Um Casamento ForçadoOnde histórias criam vida. Descubra agora